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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Friday, June 29, 2012

A Maior Flor do Mundo | José Saramago

Anatomia de um leitor


A Vida e o Jogo


Quando a criança cresceu e abandonou os seus jogos, quando durante anos se esforçou psiquicamente por agarrar as realidades da vida com a seriedade desejada, pode acontecer que um dia se encontre de novo numa disposição psíquica que volta a apagar esta oposição entre o jogo e a realidade. O homem adulto lembra-se da grande seriedade com que se entregava aos jogos infantis e acaba por comparar as suas ocupações por assim dizer graves com esses jogos dos tempos da infância: liberta-se então da opressão demasiado pesada da vida e conquista a fruição superior do humor. 

Sigmund Freud, in 'Ensaios de Psicanálise Aplicada (1908)'



Tropicalismo em cena

O tropicalismo foi um dos maiores movimentos artísticos do Brasil que reuniu Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Sergio Dias, Arnaldo Baptista, Rita Lee, Tom Zé, entre outros artistas.

Para contar esse período cultural, chega a cena cinematográfica do documentárioTropicália, com estréia prevista para 14 de setembro.



Confira o trailer oficial!




Friday, June 15, 2012

Audioteca Sal e Luz


A Audioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que produz e empresta livros falados, os audiolivros. Mas o que é isto? São livros que alcançam cegos e deficientes visuais, inclusive os com dificuldade de visão pela idade avançada, de forma totalmente gratuita. Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até conteúdos e provas corrigidas, voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3. 

Se você conhece algum deficiente visual, DIVULGUE!
 
Para ter acesso ao acervo, basta se associar na sede, que fica situada à Rua Primeiro de Março, 125, no Centro do Rio de Janeiro. RJ. E o legal: não precisa ser morador da cidade.
 
A outra opção foi uma alternativa que se criou, face à dificuldade de locomoção dos deficientes na nossa cidade. Eles podem solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo site, e gratuitamente o material será enviado pelos Correios. A maior preocupação da equipe, atualmente, reside no fato que, apesar do governo estar ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Eles precisam atingir um número significativo de associados, que realmente contemplem o trabalho, senão ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia da leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros...
 
Ajude! Divulgue!
 

Friday, June 08, 2012

Exposição: Onde o desenho germina


O desenho como área de cultivo

Para os antigos uma imagem servia a instruir, lembrar e emocionar. Ela tinha ainda o poder de transitus, permitindo que pudéssemos contemplar a partir dela as coisas invisíveis, o mundo sensível transfigurado em presença. Vivemos ainda os mistérios da imagem, já que a nossa voracidade em relação a ela é maior que o nosso entendimento. Aquela que surge da inscrição gráfica, desenho, é a que nos aventuramos desde a infância; e que faz renascer em nós essa antiga tríade que nos temporaliza.

Os desenhos de Lilian Maus começam pela água através dos caminhos que o líquido cria em contato com o papel. Se existe um plano outro é o de esperar que ela evapore e que a mancha indique por onde prosseguir; e se possa adicionar mais camadas, cores, fazendo do fundo berço, nascedouro do trabalho. A memória da água é diferente da memória do gesto, e isso faz com que em seu trabalho a artista cultive os dois por fortuna e por leveza.

Um desenho talvez não precise esperar para secar, imediato que é. Mas é preciso esperar que ele brote, cresça e lentamente se revele. Um tempo para que a ideia se aceite como nova, para que a aceitemos como nossa. As metáforas de semeadura, crescimento e disseminação fazem com que pensemos a inscrição gráfica ainda mais como um espaço para o cultivo das ideias, para a revelação de memórias.

O sulco, a vala, o buraco de onde uma imagem nasce nos reposiciona em relação a nossa origem. Do mesmo modo que os encontros nos fazem pensar de onde partimos.

Texto do Prof. Dr. Flávio Gonçalves










A exposição "Onde o desenho germina", de Lilian Maus, será inaugurada no dia 12 de junho, terça-feira, das 19h30min. às 22h, no Espaço Cultural da ESPM. Na mostra, a artista cogestora do Atelier Subterrânea, recentemente contemplada pelo Prêmio Funarte Redes 2011, apresenta os caminhos do desenho em sua produção. Nesse cultivo de desenhos, a artista apresenta trabalhos em papel, fotografia e instalações que misturam material orgânico e sintético, construindo um terreno a ser literalmente percorrido e explorado pelo espectador. “O processo de desenhar é semelhante ao cultivo de um jardim”, diz a artista, que, com a mostra, convida a todos a observar obras que brotam com leveza pela paisagem da galeria. No dia 10 de agosto, encerramento da mostra, haverá mesa redonda com a artista das 11h15min. às 12h45min. Participam da mesa a coordenadora Prof. Me. Cláudia Barbisan e o convidado Prof. Dr. Flávio Gonçalves. Será ainda lançado catálogo com distribuição gratuita ao público.


Exposição Individual Onde o Desenho Germina, de Lilian Maus, no Espaço Cultural da ESPM, Porto Alegre.


Abertura: terça-feira, 12 de junho, das 19h30min. às 22h, com entrada gratuita

Local: Espaço Cultural da ESPM, localizado na rua Guilherme Shell, 268.

Visitação: de 13 de junho a 10 de agosto de 2012, de segunda a sexta, das 8h às 22h e, aos sábados, das 9h às 15h.

Encerramento com mesa redonda e lançamento de catálogo: sexta-feira, 10 de agosto, das 11h15min. às 12h45min. Participam da mesa os artistas Lilian Maus, Flávio Gonçalves e Cláudia Barbisan, haverá distribuição gratuita de catálogos ao público.








Fonte: site Koralle

Thursday, June 07, 2012

Segunda Mostra de Teatro Espírita


De sexta a domingo, no período de 20 a 22 de julho, a Cia Hariboll apresentará seus espetáculos espíritas na 2ª edição da mostra de Teatro Espírita. Os horários para conferir as atrações são nos turnos da tarde e da noite, no Teatro da AMRIGS, localizado na Avenida Ipiranga, 5311. 



Confira a Programação:

20/07 - SEXTA-FEIRA - 21h – PAULO E ESTEVÃO – Espetáculo adaptado do livro de Chico Xavier, ditado pelo espírito EmmanueL.

21/07 - SÁBADO - 16h - A MENINA QUE NÃO SABIA REZAR- Espetáculo infantil que aborda o valor da prece.

21/07 - SÁBADO - 18h30min. – UMA VOVÓ NO ALÉM- Espetáculo que narra com muito bom humor a história de Dona Judite, uma simpática velhinha, que após uma inocente “soneca”, desperta no mundo espiritual.

21/07 - SÁBADO – 21h – CAMINHOS QUE CRUZEI, AMIGOS QUE ENCONTREI- Peça Espírita há 12 anos em cartaz.

22/07 – DOMINGO - 16h -  A MENINA QUE NÃO SABIA REZAR- Espetáculo infantil que trata sobre o valor da prece

22/07 – DOMINGO 18h30min. - ENTREVISTA COM ESPÍRITOS – Espetáculo que aborda a mediunidade, apresentando a história de Bruno, um jovem atormentado por vozes e visões que não consegue entender.


Todos os espetáculos Escritos e Dirigidos por: Luis Carlos Pretto.

Mais informações no site www.hariboll.yolasite.com


Ingressos antecipados:

INSTITUTO ESPÍRITA DIAS DA CRUZ – (Secretaria) – Av. Azenha, 366 fone: 32231938

BANCA FOLHETIM – Rua Jacinto Gomes, Esquina Av. Venâncio Aires fone: 33352737

Valores: R$ 20,00 – Inteira/ R$ 10,00 (Clube do assinante ZH e Idosos)

Ingressos no local: * BILHETERIA ABRE 1h ANTES DE CADA PEÇA
R$ 25,00 – Inteira/ R$ 12,50 Idosos/ZH/ESTUDANTES)




Foto: Luis Carlos Pretto/Cia Hariboll





Contato Produção:
CIA HARIBOLL DE TEATRO: (51) 91867419/84146380

Monday, June 04, 2012

Vamos falar do ROTA


A obra de Caco Barcellos, Rota 66: A História da Polícia que Mata, chegou às minhas mãos no segundo semestre de 2008 e foi lida vorazmente. Uma porque gosto muito do jornalista autor, outra por ser um livro reportagem, signo da vida acadêmica o qual sou fã, e pela grande reportagem em profundidade, capaz de ser reproduzida somente nesse gênero de publicação.

Assim, o Rota de Barcellos entrou na minha vida, entranhou-se em meu imaginário e tornou-se meu objeto de estudo para o trabalho de conclusão do curso de jornalismo. Lancei a esse discurso um olhar semiológico, identificando as posições discursivas por meio dos socioletos*, que englobam discursos acráticos e encráticos, dentro do gênero de jornalismo literário**, possível nessa tipologia publicada, assim como as forças de poder presentes no fato e expostas na narrativa, e ainda a impregnância de fait divers*** nas páginas do livro.

Resumidamente, o livro reportagem de Caco Barcellos, publicado em 1992, faz um relato das atrocidades realizadas pela polícia paulista. No período compreendido entre 1970 e 1990, as equipes do 1º Batalhão da Polícia Militar de São Paulo eram consideradas as unidades de elite da corporação. Chamadas de Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, ficaram popularmente conhecidas como Rota.

O livro traz um estudo que aponta a participação de mais de cem policiais da Rota 66 na perseguição a três garotos de classe média alta da sociedade paulista. Os três corpos foram encontrados com perfurações de mais de 23 balas de revólver. Esse foi um fato que eclodiu na imprensa, na época das mortes.

Aprofundando as pesquisas, com base no jornalismo investigativo e documental, Barcellos apresenta um submundo cruel. O estudo transformou a sociedade após o período da Ditadura Militar, trazendo à tona a injustiça e a discriminação social e racial existente nas periferias. A morte dos jovens da burguesia foi o estopim para trazer a conhecimento de todos os fatos ocorridos na práxis. As rondas da Rota, na caminhonete Veraneio, atingiam principalmente jovens das favelas. Barcellos, com sua pesquisa, aponta esta realidade.

Foram sete anos de pesquisa, alguns deles em arquivos do Instituto Médico Legal - IML. As investigações não apenas revelaram o número real de mortes, como também o fato de que tanto os médicos do IML quanto os policiais “apagavam” as pistas dos corpos, uma vez que os assassinados eram levados pelos policiais no carro da Rota ao hospital e posteriormente ao IML. Dessa forma eram induzidas as suspeitas de que as mortes haviam acontecido em decorrência de confrontos iniciados pelas vítimas.

O livro-reportagem traz dados estatísticos absurdos, não divulgados pela imprensa naquele período. Apresenta relatos da vida dos familiares e das vítimas. Retrata a procura incessante por informações que tirem as premiações da polícia e a coloque atrás das grades. A obra é um verdadeiro documento contendo a história de um período obscuro, um período em que as pessoas louvavam os chefes de polícia e governantes, enquanto a propaganda levava a sociedade acreditar que policiais eram heróis e a população de homens pobres e negros massacrada era culpada.

Após a publicação do Rota 66, Caco Barcellos, juntamente com sua família, passou alguns anos fora do Brasil, devido as chantagens e as promessas de morte ao jornalista e seus parentes serem constantes.

Vinte anos após a publicação do livro, o Rota continua agindo da mesma forma. As denúncias atuais e as da época que rememora a obra, de nada serviram para que o poder policial revisasse seus conceitos e compreendesse sua posição na sociedade. Ontem, ao assistir o Fantástico, acompanhei mais uma reportagem sobre a atuação do Rota. O mesmo posicionamento do chefe de comando ao falar sobre sua equipe, as mesmas desculpa para os assassinatos praticados, sendo um deles, no acostamento de uma avenida. A testemunha, uma mulher que contou o que viu, precisou se mudar com a família, pois, ao presenciar o fato de sua janela, tornou-se carta marcada. A mesma história se repete, se reproduz incessantemente.  Não é de hoje, é desde a década de 1970.

Talvez a caça dos homens do Rota não seja mais na veraneio cinza, mas as práticas seguem as mesmas. Os discursos ilusoriamente mudaram, mas a explicação para as mortes são parecidíssimas. Não defendo bandidos, ladrões que assaltam estabelecimentos, causam pânico social e destroem o ganha pão de gente trabalhadora. Mas sim, defendo a vida, defendo uma sociedade justa e, não creio que o extermínio humano resolva o problema social, de conduta, de comportamento e de valores. Talvez seja necessária uma releitura desses discursos e meta-discursos encráticos.



* abrangem a origem e conflitos dos grupos e das linguagens e, ao mesmo tempo, a contradição social e de quebra que este objeto agregado pode gerar. O campo socioletal divide-se em: discurso do poder, ou encrático; discurso fora do poder, ou acrático.

** Gênero jornalístico que apresenta fatos reais, mesclados com analises de ambiente e sentimentos, ou seja, utiliza-se de artifícios literários para construir o discurso. Essa prática requer estudos e dedicação maior do profissional, para a composição do trabalho informativo.


*** informação sensacionalista.