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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Tuesday, December 18, 2007

O movimento da morte

Por Bruna Silveira






Não, não é um texto pitoresco, são apenas idéias....

A morte tem o dom de assolar como um raio, o mais duro dos seres humanos. Não significa que isso seja um tributo, mas há um mês atrás talvez eu estivesse mais fria com relação a isso, ou aquilo...

Não ver mais a imagem de uma pessoa, mesmo que não sejamos afeiçoados a ela, mas tenhamos um convívio diário em casa, assusta. Paramos para pensar: uma hora você está, na outra... nem o perambular sonâmbulo, nem o roncar chato, nem o galo da meia noite, nem o arrastar de chinelos.

Talvez, uma das coisas mais chocantes, após o enterro de uma pessoa próxima, seja a chegada em casa, para quem fica. A sensação da porta que não abre, o grito que não se escuta.

Estranho também é, velar um corpo por oito horas. Após certo tempo a gente fala da vida alheia “com os visitantes”. Porém choca o vai e vem de pessoas sem respeito, que adentram a capela errada, sem educação, sem se dar conta que ali, jaz alguém.

Agora, como disse, já que depois de um certo período naquele local temos que achar o que fazer... ai quando se olha para rua, o movimento é intenso. Alguém renasceu para outra vida, é percebe-se que saiu dessa muito jovem, muitas pessoas circulam pela capela pequena, tomam conta de todos os espaços da rua... nascimento não mais neste plano, mas as despedidas são calorosas, o vai e vem só para quando de fato, todos presenciam o sepultamento. Gente jovem se sente mais, por ser inesperado. Mas quem disse que existe coerência?

A mesma sensação de vazio se projeta em um lar, em um quarto, em qualquer lugar. Depois de um tempo, só resta arregaçar as mangas e fazer uma doação a pessoas carentes. Quem foi dessa, foi para melhor!

Monday, June 25, 2007

A gente se acostuma?

Por Bruna Silveira
A gente se acostuma a aceitar o que não quer para não ficar sem nada
A gente se acostuma a ver a roubalheira dos políticos e não fazer nada
A gente se acostuma a confirmar nas urnas o pior para o bem estar de um país
A gente se acostuma a ouvir frases insuportáveis
A gente se acostuma com as pessoas que negam a verdade
A gente se acostuma com a falta de liberdade
A gente se acostuma com qualquer coisa
Mas se acostumar a ser mero expectador....
Isso não dá mais, quando vamos sair desta inércia??

Sunday, March 11, 2007

AMOR SEM MEDIDAS


Por Bruna Silveira


Quem nunca se sentiu sozinho e teve aquele ser especial ao seu lado, com aqueles olhinhos curiosos e ao mesmo tempo aflitos, com dúvidas de como ajudar você? Uma lambida, só isso basta para um momento especial ao lado do verdadeiro amigo de um homem, o cão.
Sim, são fiéis, carinhosos, meigos, brincalhões e completam a vida de qualquer ser humano. Grandes, médios ou pequenos, eles fazem a diferença quando se chega em casa, exaustos de um dia de trabalho e vem correndo até a porta com aquele rabinho, ou rabão, abanando para todo lado. Exatamente, ele fica muito feliz em ver você, mesmo que cansado, com olheiras e pouco ânimo para lhe dar atenção. Ele fica ao seu lado, nas horas boas e ruins, ele sabe dar o tom ao seu dia, ou noite, sabe esquentar a cama e encher de alegria um coração.

Nestas férias, resolvi pegar um, dos muitos, livros para ler em minha prateleira. Não um folheto comum, mas que falava sobre um cão e seu dono. Não daria nada por ele, o livro, mas, sendo uma apaixonada por animais, em especial os cães, não poderia deixar de conferir as travessuras de Marley. Fiquei encantada da primeira a última página.

As histórias narradas por John Grogan
, em Marley & Eu, editora Ediouro, revelam não a vida ao lado do pior cão do mundo, mas sim, a vida ao lado de um animal alegre, amigo, descoordenado (como todo cão) e sempre preocupado em dar o seu melhor a quem lhe dá amor.

Quem tem um “amicão”, com certeza se identificou com muitas das histórias, e com certeza, derramou lágrimas no final das 272 páginas de uma história de amor. Vale a pena conferir!

SAÚDE

Por Bruna Silveira
Bela cidade atingida por peste

Uma cidade encantadora, que atrai milhões de turistas o ano inteiro, foi abatida por uma terrível peste no ano de 19, deixandohabitantes e turistas abismados com o alastrar do mau que matou milhares de pessoas.

Veneza, na Itália, é uma cidade abarrotada de atrações eruditas, tanto por sua história quanto por seus encantos atuais. Uma cidade um pouco conto de fadas, um pouco armadilha para forasteiros, onde a arte pululava luxúria, inspirava músicos e artistas de qualquer área. Cidade de belas praias, praças, restaurantes magníficos, lotada de turistas, em busca do belo, do conforto da alegria, da riqueza, um dia foi abatida, cruelmente, por uma moléstia não se sabe bem de onde, que propagou – se por toda a cidade, matou inúmeras pessoas, dentre turistas e italianos.

Ao primeiro alerta, foi necessário, para não gerar pânico entre habitantes e turistas, omitir informações, dar um estado de vigia apenas pelo calor sufocante, sentido em qualquer lugar da bela Veneza. Fosse nas belas praças, igrejas, restaurantes, hotéis, inclusive na própria beira-mar, podia-se sentir sufocamento, cheiro fétido, nauseante.

Aos poucos, mortes começaram a ocorrer, primeiramente explicadas pelo calor unido a refeições pesadas, bebedeiras de habitantes, turistas. A polícia escondeu o máximo que pode a realidade, mas um belo dia, o caos estava formado. Em uma bela manhã de verão, a verdade veio a tona: a bela Veneza estava sendo vítima de uma doença vinda dos pântanos quentes do delta de Ganges, trazida por navios, estava espalhada pela China, Afeganistão, e Pérsia, Astracã e Moscou. A cólera hindu originava-se dos pântanos quentes do delta dos Ganges, aparecendo com alento mefítico daquele exuberante mundo antediluviano e ilhas selvagens evitadas pelo homem, alastrando-se pelo mundo.

Em Veneza, foi encontrado em maio as terríveis bactérias nos cadáveres abatidos e negros de um tripulante de navio de uma quitandeira. Os primeiros boatos surgiram com um senhor turista, que havia buscado em Veneza alguns dias de folga e logo veio a falecer. Logo o caos havia tomado conta da cidade. De cem atingido, oitenta morriam. O chefe de Departamento de Saúde renunciara seu posto revoltado e fora substituído por uma pessoa submissa.

A bela cidade turística, com toda sua arte e beleza, praias insinuantes, teve que pedir à seus turistas que fossem embora, que deixassem o lugar gracioso, seu descanso de lado, em busca da conservação de sua saúde. Porém, um turista chamou atenção da mídia local, que a principio tentara abafar o caso da cólera. O artista Von Aschenbach.

A principio, houveram dúvidas fortes de tanta insistência de sua permanência na cidade doente e virada no caos Aschenbach, pouco conhecido por sua obra, mas conhecido por casos secretos de pedofilia, foi logo descobero. Há algumas semanas havia se enamorado de um menino polonês, que passava as férias com sua família na bela Veneza e andava sempre acompanhado da governanta e suas irmãs.

O artistas homossexual, buscou como muitos habitantes e turistas, a religião para ajuda num momento de desespero, onde a cidade foi tomada pela peste. Descoberto mais tarde que sua busca desenfreada pela religião, cultos duvidosos e solidão, dava-se por seguir o menino sem o menor constrangimento.

Em uma certa manhã, fora de seu costume, Aschenbach deixou seu hotel sem sentir-se bem. Lutava contra vertigens acompanhadas de medo repentino e sensação de inutilidade. Encontrou o jovem Tadzio, abatido, na praia, com cobertor sobre as pernas, em companhia de alguns companheiros. Após brincadeiras de luta, as quais o menino não suportou por muito tempo, virou seu corpo graciosamente em direção ao artista, seu admirador. O observador estava em um local que já conhecia, pois era de sua rotina estar a admirar o menino. Vendo o movimento de seu amor platônico, levantou-se, como de costume, para segui-lo, sem sucesso. Minutos se passara até seu corpo ser encontrado caído ao lado da cadeira, quase sem consciência. Naquele mesmo dia, em se quarto de hotel deu seu ultimo suspiro, pensando sempre em seu amado.

Veneza neste dia, em meio ao caos, foi testemunha de uma morte por amor, um tipo de amor um tanto quanto sufocado naquela época, como a notícias da cólera, mas belo em sua mensagem.