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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Monday, June 28, 2010

Fazem a diferença

Por Bruna Silveira


Apenas três letrinhas podem fazer toda a diferença para o dia e a semana de uma mulher. A tão famosa Tensão Pré Menstrual – TPM - tira quem sofre deste mal, de órbita. Sei que muitas mulheres não passam por isso, mas eu sofro e muito.

É retenção de líquidos por todo o corpo, o que garante uma silhueta nada agradável, é falta de vontade de fazer as coisas – sim, já saiu uma matéria no Fantástico mostrando que as mulheres perdem o rendimento durante este período do mês – é vontade de chorar, chorar por nada, chorar por tudo. É raiva, raiva de levantar, das pessoas que passam na frente e daquelas que não passam, raiva se o motorista demora um segundo a mais para dar a arrancada, enfim, tudo é motivo para explosão.

Como estou, nesta semana, passando por isso, não sei se não seria o caso de rever porque isso incomoda tanto. Eu, particularmente, costumo dizer coisas nestes períodos que me arrependo, por outro lado, me vejo tomada por uma força cavalar para poder dizer o que queria há muito colocar para fora e não consigo. Vejo nestes dias, meu mundo desmoronar, meus fracassos parecem maiores, minhas dores e perdas se fazem mais sentidas e presentes. Choro como uma menina que não ganhou o doce que desejava. Mas seria isso apenas conseqüência dos hormônios em ação ou, como ficamos mais sensíveis, vemos as coisas com mais clareza?

Dois pesos, duas medidas. Nestes dias, nem é bom se aproximar de ninguém, não é recomendável mexer em situações que ainda estão prontas para serem resolvidas. Das duas uma: ou nada será resolvido ainda, ou você mesmo colocará tudo a perder.

Nestes dias, talvez flores ajudassem, talvez carinho e respeito. Afinal, são apenas três ou quatro dias para que as pessoas a nossa volta aguentem o azedume. No meu caso é o azedume e a sensibilidade. Posso morrer de tanto odiar, no segundo seguinte morro de tanto chorar.

Após este período, costumo pedir desculpas a todos que conheço e cruzaram meu caminho nos fatídicos dias de TPM. Desde já, desculpem qualquer coisa.
Provável que após eu escrever e postar este texto, sentirei um ódio subido por quem de mim se aproximar e pode ser que meu dia termine banhado em lágrimas, lagrimas por todas as dores que choro com mais intensidade neste dias, pelo que não tenho, pelo que gostaria de ter e não é meu e pelo que nem sei. Mas, passada a tempestade, vem à bonança e consigo ver as coisas com mais clareza, descer do meu pedestal leonino de ouro e ser humilde pedindo desculpas a quem magoei.

Sunday, June 27, 2010

Todos temos segredos...

Por Bruna Silveira



Para quem acredita em reencarnação, assim como eu, é bem possível que nesta vida você esteja refazendo caminhos e passando por situações que fez outras pessoas passarem. A lei do retorno vem tanto de forma positiva, quanto no formato de entraves que precisamos vencer, sem cometer os mesmos comportamentos. Segredos? Todos temos, faz parte da vida, e qual o problema? Ruim é quando não corrigimos os segredos carregados de atitudes negativas.

Mas, quando cá estamos, esquecemos o que de fato temos como meta e, muitas vezes, deixamos que outros influenciem na construção de nosso individualismo. Acontece de saímos por ai cometendo mancadas que temos que depois responder.

Este final de semana, assisti a película produzida por Brad Pitt. O Vidas Cruzadas: a História de Pippa Lee, retrata a busca pelo autoconhecimento.
Surpresas a parte pelo trabalho de Brad Pitt, confesso que parei para pensar em mil coisas que me acontecem, se tudo isso não é um “rebote” do destino pelas coisas de deixei mal arrumadas pelo caminho.

Alternando cenas do passado de Pippa e sua vida atual, quando então ela vive com um editor que precisa ir morar em condomínio de idosos, ela se depara com suas próprias limitações e, mesmo ele sendo talvez 30 anos mais velho do que ela, Pippa descobre que ele, para se sentir vivo, tem um caso com sua amiga.

Será que, homens são assim mesmo? Não podem sentir-se vivos ao lado da mulher que os ama?

Pippa havia, após muita desordem em sua vida, se entregue ao atual marido em plena adolescência. Foi por amor, por amor casou com ele, teve dois filhos e esteve ao lado de Herb após três enfartos que fizeram com que se mudassem para o lar idoso.

Mas, antes da união de ambos, ouve a traição de Herb para estar com Pippa, o suicídio da ex-mulher na frente de ambos e, agora, a imagem da traição, dentro do escritório do editor, que Pippa tinha buscado para poder fazer com que ele tivesse um lugar para ir trabalhar e se sentisse vivo. Vai ver homens não gostam de estar ao lado de mulheres que façam eles se sentirem seguros, amados e cuidados. Vai ver o que eles buscam para sentirem-se vivos é apenas sexo. Ai vê-se a dificuldade que eles têm em realizar-se plenamente ao lado da mulher que optou em viver ao lado deles.

Talvez, após o pedido de separação, Herb fizesse o mesmo com a amante, ao casar-se com ela. Mas o destino assim não quis. O quarto infarto do editor foi fulminante.

Vale a pena assistir a película lançada em 2009, repensar as escolhas e ver se, o que temos hoje na vida, não é, de fato, resultado do que proliferamos para os outros e para o universo cósmico. Seja isso bom ou ruim. A lei do retorno existe e cada um vive de acordo com a sua vibração. Mude de acordo com suas convicções e siga.

A VIDA ÍNTIMA DE PIPPA LEE - Trailer HD Legendado

Monday, June 21, 2010

Ultrapassando a pipoca

Em tempos de copa do mundo, natural que para ver os jogos da seleção brasileira a casa fique cheia de amigos e familiares. Mesmo que não seja em sua própria casa, dá para levar algo diferente para “beliscar” nestas horas, além de uma simples pipoca.
Algumas destas dicas de petiscos foram dadas na Revista Veja da semana de 14 de junho, outras no blog da Bete Duarte e outros em sites gastronômicos por ai. Aproveitem e saboreiem!

Scarpetta de queijo de cabra

Ingredientes:

- 240 g. de ricota cremosa de cabra
- 1 ½ xícara de chá de azeite
- Pimenta a gosto
- Sal a gosto
- Pão italiano

Modo de Preparo: em um recipiente, bata todos os ingredientes até ficarem bem homogêneos. Decore com manjericão e sirva com fatias quentes de pão italiano.


Fonte: Site Sabor intenso



Salgadinhos de Banana Frita


Ingredientes:
6 bananas .
1 xícara de farinha de trigo.
2 xícaras de farinha de rosca.
2 ovos.
Oleo para fritura.
Papel toalha.


Modo de Preparo: coloque o óleo em uma panela e leve ao fogo para esquentar.
Quebre os ovos e bata rapidamente com um garfo.
Coloque a farinha de trigo em um prato e a farinha de rosca em outro.
Descasque as bananas e retire os fios aderidos à fruta.
Envolva bem as bananas com a farinha de trigo.
Passe as bananas, uma de cada vez no ovo batido.
Escorra o excesso de ovo e coloque uma banana por vez no prato com farinha de rosca.
Envolva toda banana com essa farinha.
Quando o óleo estiver bem quente coloque as bananas (duas por vez) para fritar.
Quando estiverem douradas retire-as do óleo e coloque sobre o papel toalha.

Fonte: Site Mais Você

Cream Cracker Com Parmesão

Ingredientes:

3 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
- 180 g de manteiga gelada cortada em cubinhos
- sal a gosto
- 120 ml de água geladíssima
- sal grosso a gosto



Modo de Preparo: Numa tigela misture 3 xícaras (chá) de farinha de trigo, 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado e 180 g de manteiga gelada cortada em cubinhos e misture até formar uma farofa. Adicione 120 ml de água geladíssima, sal a gosto e misture muito bem até ficar uma massa homogênea. Deixe descansar por +/- 10 minutos.
Coloque a massa entre dois (2) sacos plásticos numa superfície lisa e
com um rolo abra-a numa espessura fina e no tamanho da assadeira
que você irá usar. (DICA: você pode também usar uma assadeira virada ao contrário). Transfira a massa para a assadeira (já forrada com papel manteiga) e com um cortador de pizza (ou faca) marque a massa em quadrados (com 7 cm). Com o auxílio de um garfo ou palito de madeira, fure a massa aleatoriamente. Salpique sal grosso a gosto e leve ao forno pré-aquecido a 180 graus por +/- 10 minutos.

DICA: para dar outros sabores, acrescente na massa curry ou
orégano ou alecrim picado a gosto


Amendoim Picante

Ingredientes:

- 4 xícaras (chá) de amendoim torrado e sem a pele
- 2 colheres (chá) de pimenta branca do reino moída
- 2 colheres (chá) de páprica doce
- 1 colher (café) de canela em pó
- 1 xícara (chá) de uvas passas brancas


Modo de Preparo: Misture todos os ingredientes e deixe descansar para pegar bem o
sabor. Sirva numa tigela.

Sunday, June 20, 2010

Agradecimento

Não posso e nem quero deixar passar em branco todo o carinho que recebi pela postagem: Autógrafos do além (o texto pode ser conferido logo abaixo).

Todas as manifestações ali deixada, no espaço destinado à comentários, me deixaram deveras honrada e aproveito para afirmar duas coisas: primeiramente que não esperava nada disso pois escrevi de coração e segunda, jamais imaginei tantas leituras e ainda a publicação deste texto no blog Libertando Sempre do jornalista Lineu Cotrim (http://www.libertandosempre.blogspot.com). Pena não poder fazer contato com cada uma de vocês. Deixem seus e-mails na próxima visita!

Obrigada a vocês que gostaram do texto, que o divulgaram, que comentaram. Obrigada a ti Terezinha, a médium que nos oportunizou mais uma vez beber da fonte Nydia e repensarmos nossas atividades nesta seara. Vermos ainda como somos pequenos neste universo, mas temos a oportunidade de fazer parte da gota do oceano. Eu confesso que me fez tão bem que resolvi sair da estagnação e buscar um novo grupo de trabalho. Em apenas uma tarde me senti mais útil e recompensada.

E, sigamos pensando em nós, em nossa reforma intima, como pede a Nydia e sigamos fazendo pelo bem do mundo.

Um beijo carinhoso à vocês e feliz sigo fazendo parte deste grande Grupo Libertação DA NOSSA CASA!



Bruna Silveira

Cegueira preta

Por Bruna Silveira



Sim, tenho idéias de que somos mais cegos do que imaginamos ser. E, cabeças brilhantes estão deixando o mundo ainda mais cego quando se vão. Nos deixando mais órfãos e ao léu de mentes estúpidas que pensam somente em mediocridades.

Dentre todos os acontecimentos ruins de minha última sexta-feira (18 de junho), afirmo que me deixou chocada o fato de perdermos de vista José Saramago, mesmo ele estando com 87 anos. Da cegueira branca que ele propôs em sua obra Ensaio Sobre a Cegueira ficamos com os olhos estagnados em um universo preto e vazio.




Português ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1998, o polêmico escritor foi filho e neto de pessoas analfabetas. Comunista, desentendeu-se com o cortejo português e mudou-se para localidade de Tías, nas Ilhas Canárias, na Espanha, onde seus olhos foram vistos abertos pela última vez, na manhã de 18 de junho.









O mundo fica mais burro, mas estúpido e menos criativo. Ainda nos sobra Gabo, mas não teremos mais Saramago, aquele que mesmo contestando a igreja, por ela foi homenageado. O homem que não teve medo de escrever o que quis, que tinha pena de morrer, que encontrou o amor, em Pilar Del Rio, após os 60 anos, que não tinha curso superior, mas tinha sabedoria, vontade, força, o que falta para muitos de nós.








Há duas semanas havia comprado a biografia dele, escrita por João Marques Lopes, editada pela Leya. É o que nos resta do homem que desrespeitou as regras da pontuação, que trazia aos livros uma voz viva, própria de seu estilo saramaguiano. Resta-nos reler as obras, embebedar-nos com sua bibliografia e tentar ver o mundo além do que alcança nossos olhos, assim como Saramago fez.





Como disse Veríssimo: sorte dele que tinha um coração de ferro, por que nós, reles humanos, temos coração de músculo, um músculo que sangra todos os dias. Eu completo: o meu sangrou mais na sexta, por Saramago e demais perdas do dia.




What the Bleep Do We Know?

Quem Somos Nós?

Por Bruna Silveira


Pergunta que costumamos nos fazer na intimidade, será que realmente sabemos quem somos nós e o poder que existe dentro da gente? O capacidade que tem nossa mente? Será que temos consciência que somos aquilo que projetamos para o mundo e ainda, que o que temos na vida é aquilo que vem da força de nosso cérebro?

Enfim, de tanto me perguntar esta semana, afinal, que coisas são essas que vem acontecendo, ou não na minha vida, aceitei a indicação de uma super amiga, a Carol Wagner e, de corpo e alma, me entreguei ao documentário Quem Somos Nós? Lançado em 2004 e com direção de William Arntz , Betsy Chasse , Mark Vicente, os mais de 60 minutos de tela ligada são mesclados entre as explicações de físicos e esotéricos e a história de Amanda. Amanda vive apegada ao passado, se acha uma vitima do mundo e não compreende o poder que tem dentro dela.

Acho que nenhum de nós, quando não estamos em uma situação muito boa, entendemos a força do nosso poder e de nosso pensamento. A não ser que saibamos que todo o miasma nocivo que provocamos não está nos ajudando a ter a vida que de fato queremos. Então, de fato buscamos a mudanças. Ok, não é fácil deixar para trás velhos hábitos, mas sempre é tempo de buscarmos aquilo que de fato idealizamos como vida.

O documentário traz à luz da física quântica a unicidade do espírito e matéria, apresenta o Deus que existe dentro de cada um de nós e ainda, como podemos projetar um futuro melhor a partir da conscientização.

Indico, muito bom para parar, pensar e rever velhos conceitos.

Wednesday, June 16, 2010

ISSO É MUITA SABEDORIA

Acho que este está valendo ainda mais para mim... E também pode servir para uma pá de gente. A Lispector é ótima mesmo!!

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."

Clarice Lispector

Seguindo o momento textos que amo, deixo hoje, aqui, um texto da Clarice Lispector. De mente genial uma pena já termos perdido suas idéias novas. As que ficaram, ainda bem, vamos aproveitar.
Esta de agora tocou no meu momento atual.


HÁ MOMENTOS

"Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre."

Tuesday, June 15, 2010

Cecília Meireles

Semana passada comprei a antologia poética da Cecilia, como se fosse muito intima dela, penso que muitas coisas foram escritas diretamente para mim. Para os amantes das leituras belas, intensas e prazerosas, recomento dar uma espiada nas coisas da Cecília.

Este que segue, foi um dos que achei "minha cara".

Aproveitem sem parcimônia...



COMPROMISSOS


Transportam meus ombros secular compromisso.
Vigílias do olhar não me pertencem;
trabalho dos meus braços
é sobrenatural obrigação.

Perguntam pelo mundo
olhos de antepassados;
querem, em mim, suas mãos
o inconseguido.
Ritmos de construção
enrijeceram minha juventude,
e atrasam-me na morte.
Vive! - clamam os que se foram,
ou cedo ou irrealizados.
Vive por nós! - murmuram suplicantes.


Vivo por homens e mulheres
de outras idades, de outros lugares, com outras falas.
Por infantes e velhinhos trêmulos.
Gente do mar e da terra,
suada, salgada, hirsuta.
Gente de névoa, apenas murmurada.

É como se ali na parede
estivessem a rede e os remos,
o mapa,
e lá fora crescessem uva e trigo,
e à porta se chegasse uma ovelha,
que me estivesse mirando em luar,
e perguntando-se também.

Esperai! Sossegai!

Esta sou eu - a inúmera.
Que tem de ser pagã como as árvores
e, como uma druida, mística.
Com a vocação do mar, e com seus símbolos.
Com o entendimento tácito,
instintivo,
das raízes, das nuvens,
dos bichos e dos arroios caminheiros.

Andam arados, longe, em minha alma.

Andam os grandes navios obstinados.

Sou minha assembléia,
noite e dia, lucidamente.

Conduzo meu povo
e a ele me entrego.
E assim nos correspondemos.

Faro do planeta e do firmamento,
bússola enamorada de eternidade,
um sentimento lancinante de horizontes,
um poder de abraçar, de envolver
as coisas sofredoras,
e levá-las nos ombros, como os anhos e as cruzes.

E somos um bando sonâmbulo
passeando com felicidade
por lugares sem sol nem lua.

Nosso Lar (trailer)

Nosso Lar

Por Bruna Silveira

Clássico da literatura espírita, a obra Nosso Lar foi o ponta pé inicial dos materiais ditados por André Luiz à Chico Xavier, em 1944.

No livro, que depois intitulou a série de obras Nosso Lar, traz temas que movimentam o pensamento humano e retratam uma experiência pós-morte realista.



André Luiz, autor do livro, narra sua experiência quando então desencarnou. Médico na terra, André foi levado para a colônia Nosso Lar, onde habitam seres em aprendizado e que se empenham no trabalho para crescimento não apenas seu, mas de muitos outros seres.


Além das experiências vividas pelo autor do além, Nosso Lar trata fortemente das questões de causa e efeito, de como somos suicidas pelo abuso que fazemos dos recursos da terra e ainda nos mostra a realidade que o desencarnado deixa na terra. Realidade esta que, quando temos a oportunidade de rever, a encontramos bem diferente da que foi deixada quando da partida.


O Bestseller que ganhou ainda mais destaque após as telas do cinema exibirem o filme Chico Xavier, também ganhará sua versão cinematográfica.
Com estréia prevista para setembro, o filme promete desmistificar a vida após a morte.

Confira o trailer!

Monday, June 14, 2010

Segue o baile

Por Bruna Silveira
Passadas as comemorações dos Dias dos Namorados e a chuva de textos postados aqui, em uma sessão brega de auto-ajuda, segue o baile do mês.

Agora, a próxima etapa é o primeiro jogo da seleção brasileira, amanhã às 15h30. Obviamente as empresas estarão recheadas de gente com camisas e bandeiras do Brasil e no cardápio não pode faltar a pipoca. Só não vale soltar totalmente o verbo nestas horas, é preciso lembrar que os chefes também assistem ao jogo.

Mas, futebol a parte, mês de junho também tem festa junina. Uma comemoração típica e popular não passa desapercebida. Para quem, como eu, trabalha com eventos sabe que esta é uma data onde não se pode esquecer nada e a animação e comidas típicas são palavras de ordem.

Na busca para melhor fazer o evento dos professores da Associação de Docentes e Pesquisadores da PUCRS, entrei no site de uma amiga muito querida e muito competente na área de eventos. Quem quiser ótimas dicas, passa aqui:
http://lidiafraga.wordpress.com/2010/05/22/festa-junina/#comment-47
Eu já peguei as minhas e agora, mãos a obra!

Friday, June 11, 2010

O medo de comprometer-se

Textinho "básico" do Osho e que fecha um pouco com o meu texto "despeitado" do Dia dos Namorados.
Vale a leitura! Ao menos pra mim, vale e muito!
“Eu não estou aqui para fazer de você um cordeiro. Você já tem sido cordeiro em demasia. Eu estou aqui para fazer de você um homem. Isto não vai ser fácil, mas você tem que começar a se tornar responsável pela sua própria vida. E uma vez que se torne responsável pela sua própria vida, você começará a crescer, porque não haverá mais sentido em desperdiçar tempo adiando ou esperando. Ninguém irá ajudá-lo. Toda espera é inútil, é puro desperdício.

Por isto, se existe algum conflito, vá fundo nele. Decida alguma coisa. Somente através de decisões você fica cada vez mais cônscio, somente através de decisões você fica cada vez mais cristalizado, fica mais afiado. Do contrário a pessoa torna-se apática.

As pessoas vão de um guru para outro, de um mestre para outro, de um templo para outro; não porque sejam grandes buscadoras, mas porque são incapazes de decidir. Assim elas ficam pulando de um para outro. Essa é a maneira delas evitar comprometer-se.

O mesmo acontece com outros relacionamentos humanos: um homem fica pulando de uma mulher para outra, vai mudando. As pessoas acham que ele é um grande amante; ele não é um amante de jeito algum. Ele está evitando, está tentando evitar algum envolvimento mais profundo porque com envolvimento mais profundo os problemas precisam ser enfrentados, e ele irá passar por muito sofrimento. Assim a pessoa simplesmente joga seguro; a pessoa toma a decisão de nunca se envolver profundamente com alguém. Se você for muito fundo, pode não ser capaz de voltar facilmente. E se você for muito fundo com alguém, outra pessoa irá fundo com você também; é sempre proporcional. Se eu for muito fundo com você, a única maneira é permitir que você também vá fundo em mim. É um dar e receber, é um compartilhar. Então a pessoa pode ficar enrolada demais e será difícil escapar. O sofrimento pode ser grande.

Assim as pessoas aprendem como jogar seguro: basta se encontrar superficialmente; um caso de amor do tipo bata e corra. Antes de ser agarrado, corra.

Isso é o que está acontecendo no mundo moderno. As pessoas se tornaram tão imaturas, tão infantis; elas estão perdendo toda a maturidade. A maturidade chega somente quando você está pronto para enfrentar a dor de seu ser; maturidade chega somente quando você está pronto para aceitar o desafio. E não há um desafio maior que o amor.

Viver feliz com outra pessoa é o maior desafio do mundo. É muito fácil viver pacificamente sozinho, é muito difícil viver pacificamente com outra pessoa, porque os dois mundos colidem, dois mundos se encontram... Mundos totalmente diferentes. Como é que eles são atraídos um pelo outro? Porque eles são totalmente diferentes, quase opostos, pólos opostos.

É muito difícil ser pacífico num relacionamento, mas esse é o desafio. Se você fugir disso, fugirá da maturidade. Se você vai fundo nisso com toda a dor, e assim mesmo continua, então pouco a pouco a dor se torna uma bênção, a maldição se torna uma bênção. Pouco a pouco, através do conflito, surge a fricção, a cristalização. Através da luta você fica mais alerta, mais cônscio.

O outro se torna como um espelho. Você pode ver sua feiúra nele. O outro provoca sua inconsciência, trazendo-a para a superfície. Você terá que conhecer todas as partes ocultas de seu ser e o caminho mais fácil é ser espelhado, refletido, num relacionamento. Mais fácil, digo assim, porque não há outra maneira, mas isso é difícil, árduo, porque você terá que mudar através disso. Osho

Quando você vai para um mestre, um desafio ainda maior se apresenta diante de si, pois terá que decidir e a decisão será por algo desconhecido. A decisão precisa ser total e absoluta, irreversível. Não é uma brincadeira de criança; é um ponto sem retorno.

Surgem muitos conflitos. Mas não continue mudando sempre, porque essa é a maneira de evitar a si próprio. E você irá permanecer mole, irá permanecer infantil. A maturidade não acontecerá a você. (...)

Somente o desconhecido deve atraí-lo porque você ainda não o viveu; ainda não andou por esse território. Mova-se! Algo de novo pode acontecer por lá. Sempre decida pelo desconhecido, seja qual for o risco, e você irá crescer continuamente. Mas, se continuar decidindo pelo conhecido, ficará se movendo repetidamente num círculo com o passado. Você prosseguirá repetindo-o; você se tornará como um gravador.

Assim, decida. E quanto mais cedo você o fizer, melhor. Adiamento é simplesmente estupidez. Amanhã você terá que decidir também, então porque não hoje? E você acha que amanhã será mais sábio do que hoje? Acha que amanhã estará mais vivo que hoje? Você acha que amanhã estará mais jovem que hoje, mais renovado que hoje?

Amanhã você estará mais velho, sua coragem será menor; amanhã você será mais experiente, sua esperteza será maior; amanhã a morte estará mais perto; você começará a dar sinais e a ficar mais assustado. Nunca adie para amanhã. E quem sabe? Amanhã pode chegar ou pode não chegar. Se você tem que decidir, é preciso decidir agora mesmo.”

Área de conforto

Achei importantíssimo este texto, por isso, coloco aqui.

Serve para mim também e para uma pá de gente.

O texto é de autoria de Iswara-Enéas Guerriero.

Quem quiser sair um pouco da zona de conforto, taí um comecinho!





Talvez um de nossos maiores vicios seja a letargia, ou a idéia de permanecer acomodado naquela área que nos sentimos confortavel e seguro. Não querendo ou simplesmente temendo sair dos limites dessa área, deixamo-nos levar por uma vida mediocre e de habitos repetitivos.


O segredo do sucesso só é alcançado se dermos um passo adiante e visualisarmos um objetivo maior. Devemos nos ver atuando nessa nova vida e depois agir de acordo com a visão. É lógico que essa área de comodismo e conforto é diferente para cada um de nós.


Acostumamo-nos a uma vida fácil e rotineira, onde temos um falso sentimento de segurança. Ao detectar uma necessidade de mudança, é normal entrar em´pânico devido ao medo de se entregar a algo novo. Mas nenhum caminho é percorrido se não dermos o primeiro passo, mesmo que ele possa ser imperfeito. Portanto, confiança na mudança e certeza de ser bem-sucedido é o segredo para se sair da área de conforto nocivo.




Não se trata de despeito

Por Bruna Silveira

Começo assim meu texto para deixar claro a todos que forem ler que não sou uma mulher despeitada e nem amarga. Apenas de fato acho que o dia dos namorados tornou-se algo obsoleto nos dias em que vivemos, mas isso não se trata de despeito.

A data, que em 1993 ganhou espaço na crônica de Paulo Santa na Zero Hora com o título: Dia dos Loucos, perdeu bastante com o passar dos anos sua essência. Mas será que não foram as pessoas e os relacionamentos que estão ruindo? Será que ainda existe amor verdadeiro? Não que eu seja uma romântica inveterada, e ainda acredite no príncipe encantado. Há muito sei que ele não existe. Apenas gosto de por romantismo na vida e ele não precisa vir sempre em um relacionamento. Quem tem prazer de viver, tem prazer de se relacionar. Ao menos em minha humilde opinião. E relacionamentos não são feitos de um amor e uma cabana.

Do ano da crônica citada, quando então eu comemorava meu primeiro dia dos namorados, e meu avô me fez ler o texto de Santana, ao ano de 2010 muita, coisa transformou-se. Talvez os casais que leram aquelas linhas não estejam mais juntos, como é meu caso. Talvez hoje estejam sozinhos e se perguntando, como eu: afinal, onde o amor foi parar? Não aquele amor, o amor por seres humanos.

Sinto as pessoas com urgência de se relacionar, mas nem um pouco dispostas a se abrirem de verdade para tal envolvimento. Conheço casais que passam parte do ano em pé de guerra, mas neste dia lotam as lojas, restaurantes e muitas vezes (a grande maioria) todos os motéis da cidade. E o que resta no outro dia? Um presente, uma conta de restaurante, um fragmento de lembrança e agora a desavença do dia-a-dia.

Estamos dando amor aos nossos companheiros todos os dias? Aliás, estamos sendo companheiros? Um relacionamento não é feito somente de noites “calientes”, de envolvimentos vãos e palavras soltas no ar. Como disse antes, na minha humilde opinião, relacionamento é todo instante, é amar, é saber a medida do momento e da privacidade do outro. É estar em meio a um turbilhão de problemas no trabalho ou em qualquer outro aspecto da vida e não ser grosseiro nem negar a troca de amor e afeto. É sorrir com um simples telefonema e estar aberto para dizer palavras de amor e ouvi-las sem deixar-se envolver por momentos nebulosos.

Hoje muito fácil se fazem as relações. As pessoas já se casam pensando que o divorcio resolve o que eles não conseguirem resolver e, se é apenas um namoro, basta terminar. A fidelidade está em baixa e a vontade de dividir os problemas com o outro e sentir-se aconchegado não é mais tão importante.
Claro que ainda acredito que existem pessoas que vivem um amor de dar inveja, que não se apegam a pequenos detalhes do cotidiano, colocando tudo a perder. Conheço apenas um casal assim, mas ele existe!

Obvio que imagino que as pessoas se aproximam uma das outras para trocas positivas e crescimento mutuo. Só acho que falta muito disso ainda em muito vivente por ai. Ultimamente olhar apenas para o seu umbigo tem sido a meta. E a distância passa a tomar conta de pessoas que poderiam ser felizes se racionalizassem menos.

De nada adianta dar uma almofadinha escrita eu te amo e uma cueca escrita Love. Adianta sentir, deixar fluir e lembrar que aquela pessoa pode ser a chance de sermos felizes, de sentirmos sensações inusitadas e fazer com que cresçamos como seres humanos. Ai esta o pulo: tornarmos-nos mais humanos ao lado de outro ser humano, sem grilos, sem estresse, com fidelidade, amor e boa vontade (sim, esta ultima também faz parte dos relacionamentos do hoje).

Tuesday, June 01, 2010

Autografos do além

Por Bruna Silveira



Há quem pense que após a morte não existe nada. Há os que acreditam no céu e no inferno e ainda, aqueles que acreditam que podemos nos comunicar com os seres que mudam de plano após seu desencarne (morte).

Mitos a parte, ontem a noite fui brindada com abraços do além e autografos vindos de outros planos de vida. Lógico, assim como os espíritos ditam as obras, eles também podem autografá-la.

Soaram 19h no relógio terreno quando o coral composto por médiuns do Grupo Libertação – Nossa Casa – centro espírita que frequento – deu tom a uma Ave Maria de emocionar. A fila para autógrafos era imensa e a livraria Saraiva do Praia de Belas shopping se tornou minúscula para tantos interessados nas noticias do além. Motivo: lançamento do livro A Verdade de um Desencarne, pelo espírito de Nydia Corrêa da Silva, ex-diretora espiritual da casa, desencarnada em 1º de setembro de 2009.

Como bons seguidores, todos os amantes das palavras de Nydia, saudosos de sua presença, estavam lá, em grande expectativa para ler as linhas ditadas por ela à médium Terezinha Doval.

Espetáculos a parte, a fila de autógrafos não andava. Descobri o motivo de tanta demora quando chegou minha vez de alcançar o livro para o registro, após quase duas horas de espera. Assumo que fiquei abismada! A própria Nydia estava ali, em espírito na Terezinha. Confesso que a emoção tomou conta do meu ser, uma paz imensa invadiu meu peito e a mensagem dirigida a mim, me fez brotar lágrimas nos olhos. O que nos últimos tempos mais precisava recebi: o abraço daquela que servia a todos amando.

Com as emoções a parte, cheguei em casa tão ansiosa por ler aquelas palavras, que nem jantei. No A Verdade de um Desencarne, Nydia se desnuda do véu criado por todos e se mostra como é. Sem falar que ainda desmistifica muitos contos de fada que aparecem ai narrando as vidas em outros planos, um livro sem enfeites, somente vida real. Paro para pensar: depois de construir uma casa espírita, dar espaço para todos os tipos de seres, atender mais de 1.000 pessoas por mês, ela ainda sente mal estar por não ter cumprido sua tarefa. O que restará para mim?
Mas, vivendo e aprendendo, o aviso de Nydia é claro em todos os capítulos da obra: olhar para dentro, fazer a reforma íntima é uma parte importante da caminhada que não podemos deixar para trás. Muito menos subir no pedestal da arrogância e no tablado formado pelo antigo júri da inquisição. Nosso passado está no lugar dele, basta a nós construir um novo hoje e servir amando, sempre!

Love Happens

Por Bruna Silveira




Perdas, quem não as teve na vida? Seja de um emprego, de algum objeto querido, de um animal de estimação, de um amigo, de um amor, de um parente que se foi.


Ao assistir ao filme O Amor Acontece, dirigido por Brandon Camp, me parei a pensar nas perdas que temos na vida. A história do filme gira em torno de Burke Ryan, um viúvo que se tornou escritor para tentar superar a perda da esposa, morta em um acidente de carro. Meu pensamento disparou após o filme e, me peguei pensando no que seria pior: perder alguém porque esta pessoa mudou de plano de vida ou porque esta pessoa não está mais ao seu lado?. Seja por iniciativa nossa ou do outro, a perda existiu, há um lugar vago. E, mesmo que a opção seja nossa, precisamos administrar o tempo que sobrará, já que não temos o preenchimento de sempre.


Uns optam por sofrer, outros por tomar verdadeiramente a vida nas mãos e dar um novo rumo. A perda, por mais dolorida que seja, nos faz alterar roteiros, descobrir novos gostos, novas formas de lazer e mais uma infinidade de opções. Nos trás de volta coisas que deixamos para trás, pessoas que deixamos para trás, mas, impreterivelmente o NOVO. Como canta Elis Regina, na canção Como Nossos Pais “o novo sempre vem”. E este novo não precisa entrar em nossa vida com as mesmas regras, não precisa respeitar limites, precisa ser vivido, experimentado em sua potência máxima.


Uma perda faz com que busquemos no nosso íntimo o nosso eu perdido, faz com que utilizemos a estrada da vida para sermos melhores, para olharmos para dentro, olharmos para um "outro" e vermos que o passado não volta, esteja ele "morto" ou "vivo".


É nossa chance de não cometermos os mesmos erros, é nossa oportunidade de, com tudo que aprendemos ao buscar formas alternativas de "sobrevivência", colocarmos um plus na caminhada. Não importa, a vida é mutante nos ponteiros. Sana o vago, preenche lacunas oportuniza encontros. Encontros com o nosso interior e suas sujeirinhas, com atitudes novas, com pessoas novas e com a vantagem de viver de uma forma que, quando passamos pelo luto do que ficou para trpas, pensávamos nunca mais viver.


As dores e dissabores dos momentos tensos nos oferta a reconstrução com as pedras jogadas em nós. Nos auxilia a estruturar uma vida mais em paz, mais harmônica, mudando a idéia de felicidade, afinal, amadurecemos. Mas, para que saiamos do verde, precisamos nos confrontar com coragem, enfrentar a verdade da perda, assim como fez o personagem principal da película. Ai mora o perigo entretanto, por mais nua e crua que seja a realidade, nos damos por conta que somos fortes o suficiente para sermos melhores, nos tornarmos campeões em cada soar do relógio, em cada amanhecer, entardecer e madrugada. Aliás, as madrugadas passam de insones momentos para felizes aconchegos, risadas e paz.


Olhe com coragem para sua alma e ela mostrará o caminho para que o voo rumo a felicidade seja alto, altíssimo.








O texto postado a seguir, eu recebi em PPT por e-mail de um amigo muito, muito querido. Mais que amigo, meu orientador espiritual, o Remo. Para o momento atual, achei importante postar. Às vezes, quando as palavras nos faltam e algo se encaixa perfeitamente com o que imaginamos, é melhor reproduzir. O texto é da Lya Luft.
Para as mulheres, desejo que se deliciem, aos homens, desejo que acordem um pouco e olhem bem para a mulher ao seu lado ou a que está tentando ficar ao seu lado.
CANÇÃO DAS MULHERES


"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco — em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.

Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”

Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”

Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Pôxa, mais um?”

Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro — filho, amigo, amante, marido — não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa — uma mulher."