Por Bruna Silveira
Perdas, quem não as teve na vida? Seja de um emprego, de algum objeto querido, de um animal de estimação, de um amigo, de um amor, de um parente que se foi.
Ao assistir ao filme O Amor Acontece, dirigido por Brandon Camp, me parei a pensar nas perdas que temos na vida. A história do filme gira em torno de Burke Ryan, um viúvo que se tornou escritor para tentar superar a perda da esposa, morta em um acidente de carro. Meu pensamento disparou após o filme e, me peguei pensando no que seria pior: perder alguém porque esta pessoa mudou de plano de vida ou porque esta pessoa não está mais ao seu lado?. Seja por iniciativa nossa ou do outro, a perda existiu, há um lugar vago. E, mesmo que a opção seja nossa, precisamos administrar o tempo que sobrará, já que não temos o preenchimento de sempre.
Uns optam por sofrer, outros por tomar verdadeiramente a vida nas mãos e dar um novo rumo. A perda, por mais dolorida que seja, nos faz alterar roteiros, descobrir novos gostos, novas formas de lazer e mais uma infinidade de opções. Nos trás de volta coisas que deixamos para trás, pessoas que deixamos para trás, mas, impreterivelmente o NOVO. Como canta Elis Regina, na canção Como Nossos Pais “o novo sempre vem”. E este novo não precisa entrar em nossa vida com as mesmas regras, não precisa respeitar limites, precisa ser vivido, experimentado em sua potência máxima.
Uma perda faz com que busquemos no nosso íntimo o nosso eu perdido, faz com que utilizemos a estrada da vida para sermos melhores, para olharmos para dentro, olharmos para um "outro" e vermos que o passado não volta, esteja ele "morto" ou "vivo".
É nossa chance de não cometermos os mesmos erros, é nossa oportunidade de, com tudo que aprendemos ao buscar formas alternativas de "sobrevivência", colocarmos um plus na caminhada. Não importa, a vida é mutante nos ponteiros. Sana o vago, preenche lacunas oportuniza encontros. Encontros com o nosso interior e suas sujeirinhas, com atitudes novas, com pessoas novas e com a vantagem de viver de uma forma que, quando passamos pelo luto do que ficou para trpas, pensávamos nunca mais viver.
As dores e dissabores dos momentos tensos nos oferta a reconstrução com as pedras jogadas em nós. Nos auxilia a estruturar uma vida mais em paz, mais harmônica, mudando a idéia de felicidade, afinal, amadurecemos. Mas, para que saiamos do verde, precisamos nos confrontar com coragem, enfrentar a verdade da perda, assim como fez o personagem principal da película. Ai mora o perigo entretanto, por mais nua e crua que seja a realidade, nos damos por conta que somos fortes o suficiente para sermos melhores, nos tornarmos campeões em cada soar do relógio, em cada amanhecer, entardecer e madrugada. Aliás, as madrugadas passam de insones momentos para felizes aconchegos, risadas e paz.
Olhe com coragem para sua alma e ela mostrará o caminho para que o voo rumo a felicidade seja alto, altíssimo.
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