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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Friday, January 28, 2011

Dica de leitora

Segue aqui, dicas dos leitores do blog.



Essa é da Rose Dihel. Eu não conhecia, fiquei curiosa pra ler também!

"Particularmente eu recomendaria Os guardiões da Lei Divina de Rubens Saraceni. Este livro conta as iniciações de um mago em outros planos de existência. As vivências deste mago abrem nossa mente para uma realidade mais profunda, alcançada por meio de revelações do universo oculto da "alta magia". Estas experiências iniciáticas foram romanceadas para facilitar o entendimento do leitor, que desta forma poderá penetrar, sem dificuldades, em mistérios que antes permaneciam fechadíssimos."
Mande sua sugestão também!

Férias e livros III



Por Bruna Silveira


Sim, esta é a ultima parte pré-férias. Aqui, as dicas são sobre livros de comunicação. Mais precisamente, livros-reportagem. Uma paixão minha e que, muitos leitores, mesmo sem a formação de jornalismo ou relações públicas apreciam a leitura, pois se trata de obras que contam histórias verídicas, de forma romanceada.






- A Sangue Frio, de Truman Capote: um clássico do Livro-Reportagem. Datado de 1965, a obra ficou pronta cinco anos após os fatos. Fruto de uma intensa investigação, feita ao longo de meses, 'A sangue frio' é um dos livros que fundaram o Jornalismo Literário, gênero que combina a objetividade factual e os recursos da narrativa de ficção. A obra de Truman Capote conta a história da brutal chacina da família Clutter e dos autores do crime. Hoje também dá para ver o filme, intitulado Capote. Mas com certeza, a leitura é muito mais emocionante.




- Rota 66: A História da Polícia que Mata, de Caco Barcelos: tenho uma paixão especial por esta obra. Além de uma narrativa envolvente, sou fã do autor e utilizei o livro para a conclusão do meu curso de jornalismo, em 2009. Vencedor do prêmio Jabuti de 1993, o livro-reportagem é uma rigorosa investigação sobre o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele, Barcellos denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte responsável pela execução de milhares de jovens. A maioria deles inocente. O livro parte das origens da criação de um sistema mortal de extermínio, demonstra seus métodos, desvenda sua consciência. Caco denuncia seus métodos de atuação e mostra como o sistema incentiva esse tipo de ação. Resultado de um rigoroso processo de investigação jornalística, este livro emblemático assume proporções de uma grave denúncia social. Armado de dados incontestáveis que surgiram de um trabalho de pesquisa de cinco anos, Barcellos desmonta as engrenagens da Rota e o perfil de seus principais matadores.


- Abusado: o Dono do Morro Dona Marta, de Caco Barcellos: Para se entender toda essa violência urbana instalada no Rio de Janeiro, é necessário compreender como pensam e como agem os criminosos que impõem o terror na cidade. Neste livro-reportagem, Caco Barcellos, oportuniza uma verdadeira lição sobre a lógica, os meandros e o modus operandi das grandes corporações criminosas que comandam o tráfico de drogas e outras atividades criminosas no Estado. Através da história de Juliano VP (codinome de um conhecido traficante carioca) – sua infância, adolescência, entrada e ascensão no tráfico de drogas na favela Santa Marta (em Botafogo, bairro de classe média) -, temos um retrato histórico da ocupação do morro pelo Comando Vermelho, principal facção criminosa no Estado, e da implantação de sua cruel disciplina.




- Bar Bodega: um Crime de Imprensa, de Carlos Dorneles: li há poucos meses esta obra. A narrativa é sobre um crime que mobilizou a opinião pública brasileira, no Bar Bodega, mostrando, então, como a violência e a barbaridade podem ser amplificadas pelo arbítrio das autoridades e pela ação negligente e sensacionalista da imprensa. A partir de um levantamento minucioso, o jornalista Carlos Dorneles reconstitui as circunstâncias do assassinato de dois jovens de classe média alta num bar de São Paulo, na madrugada do dia 10 de agosto de 1996, e do escândalo jurídico que o sucedeu.




- Caso Kliemann, de Celito de Grandi: li ainda no segundo semestre desse ano, assim que foi lançado. Confesso que passava noites insones querendo desvendar todo o mistério que, um leitor atento, consegue. O livro-reportagem desmistifica a misteriosa tragédia de 1962, a qual tirou a vida da esposa de Kliemann, Margit. Um livro envolvente tem que ler!




- Notícias de um Sequestro, de Gabriel Garcia Marquez: Ao abordar dez sequestros ocorridos na Colômbia no início dos anos 90, este livro-reportagem do Nobel de Literatura radiografa o "holocausto bíblico" que, àquela altura, tomava conta de seu país.




- A tragédia de Eloá, uma sucessão de erros, de Márcio Campos: esse adquirir ontem quero aproveitar as férias pra ler, mas fica aí a dica!


- Os Sertões, Euclides da Cunha: sim, o primeiro livro-reportagem brasileiro, Euclides da Cunha descreve as batalhas entre os homens liderados por Antonio Conselheiro e o exército brasileiro. Com seu estilo jornalístico-épico, traça um retrato dos elementos que compõem a guerra de Canudos - a Terra, o Homem e a Guerra.




- Saramago – Biografia, de João Marques Lopes: Esta é a primeira biografia de um dos escritores mais importantes da história da literatura. Nela podemos acompanhar a vida de José Saramago, desde o seu nascimento na aldeia portuguesa da Azinhaga, Golegã, até a sua mudança para a ilha de Lanzarote, Espanha. E descobrimos toda a sua obra, desde as crônicas de A Capital e do Jornal do Fundão, até seu mais recente livro, Caim. Saramago passou a se dedicar definitivamente à escrita ficcional aos 53 anos e, em 1980, lança Levantado do Chão. Com esse romance, surge o que viria a ser conhecido como o “estilo saramaguiano”: o narrador “oraliza” a escrita como se estivesse de viva voz, como numa roda de amigos, e desrespeita ostensivamente as regras sintáticas e a pontuação. Mas é o romance Memorial do Convento, de 1982, que o consagra definitivamente. Em outubro de 1998, Saramago ganha o Prêmio Nobel de Literatura, tornando-se o primeiro e único escritor de língua portuguesa a obter tal distinção. Esta biografia estará na minha mala de livros pras férias.




- Encontros com 40 Grandes Escritores, de Ben Naparstek: Por trás de toda obra de arte, sempre há uma personalidade marcante, um ser humano único. Nestes encontros históricos, Naparstek, editor da revista The Monthly, conversa com autores de ficção e não-ficção, destacando suas obras principais, seus processos de criação, episódios marcantes de vida e também situações rotineiras que definem o perfil de importantes escritores contemporâneos.

- Realidade Re-vista, de José Hamilton Ribeiro e José Carlos Marão: Uma das mais importantes e cultuadas revistas da história do mercado editorial brasileiro, a "Realidade" será relembrada em livro. Além da história do veículo, o leitor pode ler grandes reportagens que marcaram a trajetória da Revista Realidade.


Enfim, aqui encerro, por hora, minhas dicas de leitura para as férias. Com certeza aparecerei menos no blog, já que eu também estou saindo em férias e levando muitos livros na bagagem. Mas, não deixarei de postar sempre que algum livro me chamar atenção, um filme, uma situação ou algum surto criativo.



Espero que tenham gostado das dicas!



Férias e livros II

Por Bruna Silveira


Seguindo a série que abri aqui neste blog, na manhã de ontem, hoje posto mais dicas para quem deseja curtir uma boa leitura nas férias.
Talvez este post não agrade a todos, mas a idéia é sugerir leituras para todos os públicos, gostos e preferências.
Abaixo, dicas de livros espíritas. Para quem é adepto desta literatura, aproveite, para quem não conhece muito, quem sabe algum interesse aflora?
Sintam-se a vontade. Quem tiver dicas, pode postar aqui!

- Nosso Lar, do espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier: clássico na literatura espírita, a obra de narrativa simples mostra a vida do outro lado. O que encontramos, com o que aqueles que não têm idéia da vida após a morte se deparam nesta outra dimensão. A obra hoje virou filme, visto por milhões de pessoas em todo o Brasil. Mas, mesmo com uma película disponível, vale a leitura.

- E a Vida Continua, do espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier: já faz um ano que li este livro. Amei, como todos do Chico e do André Luiz. Aqui, o leitor encontra a história de personagens reais, com nomes trocados para evitar constrangimentos. O relato apresenta como eles se conduziram na espiritualidade através do auxílio de amigos espirituais, lançando-se ao estudo e ao trabalho, preparando-se para estarem aptos à revisão do passado e das tramas que os comprometeram, possibilitando traçar diretrizes novas que lhes permitirão uma melhor evolução. André Luiz ensina, ainda, a prática do auto-exame na certeza de que a vida continua plena de esperança e trabalho

- A Luz que Vem de Dentro, de Lygia Barbiere Amaral: tenho um apreço especial por esta narrativa. A obra inspirada e não psicografada diretamente, é envolvente demais, quando se começa a ler, difícil largar. O livro conta a história de Laura, uma jovem mãe que comete o suicídio, impulsionada pelos sintomas de uma depressão pós-parto, e de sua irmã Bartira, uma bem-sucedida advogada que não consegue se envolver amorosamente. Uma trama de amor, ódio, paixão e vingança, onde cada personagem supera seus próprios limites para descobrir a luz que vem de dentro.

- Dragões, do espírito Maria Modesto Cravo, psicografia de Wanderley S. de Oliveira: aqui, o leitor definitivamente se surpreende ao descobrir quem são os Dragões que vivem nos submundos mais escuros do planeta e ainda, identifica-se com eles. Nesta obra, a autora espiritual faz um relato sobre as organizações da maldade, localizadas no submundo astral, nos fazendo ver os laços que ainda mantemos com estes corações, mesmo quando já adquirimos certo conhecimento espiritual.

- A Batalha Final, do espírito José Lázaro, com psicografia de Agnaldo Paviani: li recentemente esta obra e confesso que fiquei estarrecida. Muitas verdades, muitas explicações sobre o nosso dia-a-dia e a vida futura, já que a terra esta em momento transitório. O livro narra os bastidores da vida física, onde esta em andamento uma guerra espiritual de graves proporções. De fato, o fim do mundo está próximo; é natural que haja a "morte" do velho mundo para o "nascimento" de um mundo novo, onde o amor passa a predominar. Sendo assim, os fiéis representantes das organizações do Mal sabem que não têm tempo a perder, pois desejam dominar a Terra, antes que a mesma atinja o "status" de planeta de regeneração. Nesta obra, você terá conhecimento de alguns planos que estão sendo executados na atualidade por essas inteligências das trevas.

- Reencarnação no Mundo Espiritual, do espírito Inácio Ferreira, psicografia de Carlos Baccelli: tenho verdadeira paixão pelas obras destes dois mineiros. Fazendo um adendo particular, queira eu que quando aportar o mundo espiritual, seja tratada por um psiquiatra como o Dr. Inácio. Bom, seguindo: este livro, não muito bem visto por alguns espíritas, já que representa, sem dúvida, um passo além na tese que, gradativamente, o Dr. Inácio Ferreira vem trabalhando nas obras de sua autoria. Aqui, vemos que a Reencarnação, sendo Lei de Deus para todo o Universo, mas não somente para os espíritos vinculados à evolução no orbe terrestre, pode ocorrer em todos os mundos habitáveis, sejam eles de natureza física ou extrafísica. Allan Kardec, o admirável Codificador, escreveu na introdução de "O Livro dos Espíritos", no XVII parágrafo: "Mas, entre o homem e Deus, o alfa e o ômega de todas as coisas, que imensa lacuna! Será racional pensar que terminem os homens os anéis dessa cadeia e que ele transponha sem transição a distância que o separa do infinito?” A razão nos diz que entre o homem e Deus deve haver outros elos.

- O Amor é para os Fortes, do espírito Marco Aurélio, psicografia de Marcelo Cezar: li há poucos dias esta obra. Buscava respostas, como em todas as outras. Mas, essa narrativa traz as questões direcionadas à área de relacionando, já que muitos de nós, perdidos nas ilusões afetivas e sedentos de intimidade, buscamos a relação perfeita. Este romance nos mostra que não existe a relação perfeita, e sim, a relação possível. E que nessa relação possível, a alma tem a oportunidade de viver experiências mais sublimes, decifra os mistérios do coração e entende que o amor é destinado somente para os fortes.

- Faz Parte do meu Show, do espírito Ângelo Inácio, com psicografia de Robson Pinheiro: li há dois anos a obra, me apaixonei pela narrativa e pelos autores.
"Este livro fala de coragem, de arte, de música da alma, da alma do rock e do rock das almas".




Aqui, o leitor encanta-se por quem encantou multidões. Por sua humanidade, por suas emoções, que são como as de qualquer ser bem humano. Dramas, culpas e apreensões: tudo pode se renovar quando há esperança, desejo de trabalhar e quando se está disposto a abrir mão dos preconceitos. Saber-se imortal é das máximas expressões de espiritualidade? O melhor é reconhecer que sempre é hora de recomeçar, reaprender; transformar-se. Luzes, música, poesia: o show deve continuar.

- Memórias de um Suicida, do espírito Camilo Cândido Botelho, com psicografia de Yvonne do Amaral Pereira: confesso que estou há dois anos lendo a obra, mais um clássico do espiritismo. A história nos entristece, mas nos enriquece de conhecimentos. Não é uma leitura rápida e fácil, confesso. Neste livro, o autor espiritual Camilo C. Botelho, sob a orientação do Espírito Léon Denis, descreve a sua dolorosa experiência no plano espiritual após seu desencarne resultante de suicídio, transmitindo valiosos ensinamentos, especialmente aos que se deixam avassalar pela idéia de pôr termo à existência física.

- Minha Vida em tuas Mãos, do espírito Luís Fernando – Pai Miguel de Angola, com psicografia de Maria Nazareth Doria: simplesmente uma leitura apaixonante. O livro traz uma história do século XVIII, onde o fazendeiro Rafael ficou sozinho com dois filhos pequenos: Rodrigo e Robson, o mais novo. A esposa, Mariana, uma delicada e jovem pianista, fugira com uma companhia de teatro da época e mal conhecera o seu bebê recém-nascido. Rafael, não suportando o desgosto e a traição, cai doente e vem a falecer. Nesse momento, o fiel e prestativo empregado Tibúrcio, um negro ex-escravo do Brasil, promete ao seu senhor criar e cuidar dos dois meninos, nem que para isso tivesse de dispor de sua própria vida. O tempo passa e os dois guris se tornam homens. O agora negro velho Tibúrcio, cabelos brancos, guarda o segredo do paradeiro da mãe dos rapazes. E aí começam os problemas. Rodrigo e Robson decidem desvendar esse mistério do passado, quando o irmão mais novo se apaixona pela musicista Lara, anos mais velha do que ele. Que enigma aquela mulher trazia consigo? Que sofrimento ela carregava ao lado de Plínio, seu companheiro de toda uma vida?

- A Saga de uma Sinhá, do espírito Luís Fernando – Pai Miguel de Angola, com psicografia de Maria Nazareth Doria: outro romance encantador, que narra a história da Sinhá Margareth, que tem um filho proibido com o negro Antônio. A criança escapa da morte ao nascer. Começa a saga de uma mãe em busca de seu menino.
Esta é a história real que Pai Miguel de Angola, conta com a emoção de quem viveu minuto a minuto cada fato de um tempo distante, mas que marcou profundamente a memória e a evolução de cada espírito ali reencarnado. O livro abre nossos caminhos rumo a um mundo melhor, com mais fraternidade e paz, acima da cor da pele ou da classe social.




Inúmeras obras mais poderiam ser colocadas aqui. Mas, com certeza não caberia no post. Em uma próxima oportunidade, mais dicas.
A próxima sessão do “Férias e livros”, trará algo mais voltado a área de comunicação.


Thursday, January 27, 2011

Férias e livros I

Por Bruna Silveira


Férias de verão a vista. Todo mundo pensa em praia, sol, mar, cerveja gelada, uma caipirinha pra acompanhar alguns momentos, volei, futebol sem compromisso, peixe frito e muita festa.




Mas há quem goste do sossego dos dias, mesmo no litoral. Alguns já sobem a Serra. No Rio Grande do Sul, essa região tem sido uma opção, após anos e anos de campanha.



Independente do destino, existem noites mais tranquilas, dias de chuva ou até mesmo de sol que, com um óculos escuro ou a sombra de um guarda-sol podemos saborear palavras que nos envolvem em histórias interessantes. Eu sou uma dessas aficionadas por livros, que aproveita as férias para tentar por em dia as leituras que o ano agitado deixou para trás.



Leio vários gêneros de livros, por isso o titulo deste post conter a identificação I. Neste então, deixo algumas dicas de livros de ficção que possam agradar aos leitores e interessados.





- Fora de Mim, de Martha Medeiros: isso é mais livro para mulher mas, caso os homens queiram saber como nos sentimos ao sermos deixadas de lado, apreciem a leitura sem moderação.

- Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa: saborosa história, sou fã do autor, sei disso, mas que faz com que muitas mulheres se vejam ali e repensem seus valores, assim como alguns homens podem entender que sim, uma mulher pode ser cruel e muitas vezes deve ser deixada de lado.

- Tia Julia e o Escrivinhador, de Mario Vargas Llosa: quase uma biografia de Llosa, o livro tem um enredo fascinante que altera as radio novelas e a vida do personagem.

- O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago: sim, farei a leitura da obra nas férias e depois posto minhas humildes impressões.

- O Nascimento de Vênus, de Sarah Dunant: Li em 2006 a obra e adorei. A linhas traçam um envolvente romance de mistério e paixão no século XV, a retratar em detalhe e minúcia a arte, a riqueza e a podridão de Florença.

- A Fogueira das Vaidades, de Tom Wolf: particularmente amo este autor pela sua mega contribuição com o jornalismo literário, mas nesse livro traz, a partir da história de dois personagens opostos socialmente, o preço da difícil convivência entre a extrema riqueza, a extrema pobreza e as convenções que as regem e fornecem munição para a alta e a baixa politicagem.

- A Palavra Pintada, de Tom Wolfe: nesta obra, o gênio do Novo Jornalismo/Jornalismo Literário, propõe uma visão apurada e cheia de ironia sobre o universo da arte no século XX. De Pollock aos minimalistas, focando, principalmente, os críticos norte-americanos do pós-guerra, todos são envolvidos pelo humor mordaz e consciência de Wolfe. A primeira edição saiu em 1975 e até hoje continua atualíssima, a partir dos questionamentos elaborados, fazendo com que os leitores e interessados em arte vejam de uma forma várias questões relacionadas a arte.

- Memórias de Minhas Putas Tristes, de Gabriel Garcia Marquez: livro para ser lido em uma tarde chuvosa. De narrativa simples, traz a história de um homem que sempre fez sexo pagando e, com a chegada dos seus 90 anos resolve deflorar uma virgem. Engana-se os que pensam que a história é deprimente... Garcia Marquez apresenta um personagem terno, singelo e humilde. Uma leitura envolvente.

- O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway: tenho um apreço especial por esse livro, talvez, por eu ter me identificado com a solidão marítima do pescador, que, após três meses sem pescar nada, sai em seu barquinho pela imensidão azul. Ali, ele trava uma luta ferrenha com um peixe quase mitológico. O monologo não tem nada de monótono. É envolvente e apaixonante.



Bom, eu teria mais milhares de livros a sugerir... Mas, irei ficar nesses por enquanto. E, sugestões de leitores são bem-vindas sempre!

Wednesday, January 26, 2011

O mundo e as pessoas mudam

Por Bruna Silveira


Tem dias que preciso ficar em silêncio. Tem dias que não consigo passar um minuto comigo. Tem dias que nenhuma das duas coisas me agrada. Sei, que com o passar dos anos a gente muda. Os problemas se alteram, os objetivos, algumas vezes o circulo de amigos e até as atividades de lazer.



Eu, que já fui uma eximia fêmea da espécie noturna, hoje não sinto tanto a fissura de sair por ai. Talvez porque a idade e as responsabilidades chegaram ou talvez porque o mundo e as pessoas estão tão diferentes, que ou eu estou fora de órbita ou o mundo.


Ok estou ciente das mudanças em que a terra passa. Como espírita já li muito sobre as transformações do planeta azulzinho, que esta prestes a deixar de ser um mundo de provas e expiações para um mundo de regeneração. Com tudo isso acontecendo no planeta, sei que somos influenciados. Porém, nem sempre pro lado da regeneração.


Eu, que tanto busco me conhecer, me regenerar, encarar e entender meus monstros internos mais assustadores, piso na bola de vez em quando. Falta de aviso não é. Tenho, ultimamente, sentido as coisas de forma tão intensa, que além do desconforto psicológico tenho sentido reações físicas e orgânicas.
Acho que, urgentemente, preciso perder a mania de querer mudar o mundo e as pessoas. Sempre acho que sou capaz disso. Mas só quem é capaz disso é o criador. Grande pretensão a minha. Mas, muitas vezes, nessa tentativa, me entrego como uma adolescente feliz e caio do cavalo. Torno a dizer, o mundo e as pessoas andam em processo de mudança, eu também.


Só não entendo os processos de animalização, de violência, de não amor. Hoje as pessoas não amam mais, descartam os outros como trocam de blusa, ainda mais nesse verão escaldante que esta fazendo no Sul do país. E eu me machuco. Descubro que todas as certezas que eu tinha eram irreais. Vejo monstros maiores dentro de mim e sinto uma dor mortífera no coração. Não entendo se eu gostaria de não sentir isso, ou de fazer com que as pessoas não magoassem as outras. E duvido que eu seja a única pessoa no mundo a sentir essas frustrações.


Dia desses assisti ao filme A Cor Púrpura. A mulher foi “dada” ao marido quando ainda era muito nova. Passou pela separação da família e da irmã, a quem era muito apegada. Além de ter se tornado quase uma escrava do esposo, por ser negra, aguentou a amante dentro da casa dela. Cuidou da amante do cara. Como assim? De onde vem toda essa humildade? No fim, elas se tornaram amigas e a amante branca e verdadeiro amor do marido da negra, salvou a escrava como mulher e mostrou a ela um mundo possível. Trocas inimagináveis nos dias de hoje. Por mais que eu tente ser alguém melhor, juro: jamais conseguiria isso. Talvez por isso eu me machuque, por levar as coisas a sério de mais quando não é assim que deve ser.


Desejo que um dia, ou eu não sinta tanta dor dentro de mim, ou eu tenha a capacidade de prestar a atenção nos sinais que recebo e não dou bola. Me machuco, me magoo. Ao menos aprendi que a culpa é minha. Afinal, eu escolhi estar nessa ou naquela situação. Eu arco com as consequências. Quero crer que isso já é um aprendizado. Ao menos para tentar pisar menos na bola da vida. Mas, será que todo esse desamor do mundo vai ter fim em breve? Sim eu gostaria que todos se amassem, se respeitassem e se aceitassem. Mas as mudanças de cada um, só Deus sabe.

Friday, January 07, 2011

Eterno

Por Bruna Silveira






No dia 07 de janeiro de 1978, nervoso na igreja, Fernando esperava por Isabel. Em uma cerimônia camponesa, às 10h foi selada a união dos noivos, na Igreja Menino Deus, de Porto Alegre. Casamento celebrado pelo Padre Tarcisio de Nadal, que, infelizmente no dia 23 de dezembro de 2010 deixou a veste terrena. Mas, para o ansioso casal, as coisas foram rápidas. Contabilizava-se no dia do matrimônio, apenas sete meses para se conhecer, namorar e casar. Sim, tudo muito rápido. Unidos há 33 anos, estão os dois comemorando hoje mais uma primavera. Ok, preciso fazer um adendo aqui. Eles se conheciam do ônibus. Pegavam a linha 77 do Praia de Belas e minha mãe olhava meu pai de longe, pensando que ele era o homem mais antipático do mundo. Como eles se conheceram? Não, não foi no transporte coletivo. Minha mãe foi visitar um casal de amigos que queria apresentar uma pessoa pra ela. Meu pai também. Ali, se conheceram mesmo, olho no olho...

Mas nem só de girassóis, símbolo do casamento deles, foi feita essa vida. Construída com muito esforço, trabalho e dedicação não apenas entre um e outro, mas para que tivessem uma vida boa, digna e feliz. Sim, ambos eram pobres.

No meio do caminho, um pouco com pressa, nasci eu. O que eles programaram para que viesse em outubro de 1979, veio em agosto. Sei que ali tudo mudou para os dois. Mas jamais posso reclamar de tudo que recebi dos meus pais.

Com as agruras e lutas que a vida aponta para o crescimento, Isabel e Fernando construíram uma vida digna, honesta, unida, respeitosa e amorosa. E tudo isso eles passaram pra mim.

Sei que somente o desencarne separará os dois, fisicamente falando. E sou muito grata pela família que montaram para que eu pudesse nascer, crescer e ser alguém. Sim, eu me gabo: sou o fruto do amor!

Desejo que mais 33 anos sejam festejados. Mesmo que daqui uns tempos eles não se empolguem tanto com a comemoração. Mas sei que os momentos dessa trajetória estão gravados na retina e no coração deles.

Tuesday, January 04, 2011

Antes da virada, tudo mudou

Por Bruna Silveira


Ressurjo após a temporada de recesso de final do ano. Foram oito dias de pernas pro ar, sol, suor, cerveja e outras coisinhas. Também houveram dias de chuva, dias tensos e de reflexão. Ah, claro, e os momentos em família.

Em uma destas tardes molhadas pela natureza, deitei no sofá da casa de praia dos meus pais e parecia que tinha entrado em um túnel do tempo. Lembrei de minha época de infância naquela casa, quando então tínhamos um janelão e portas azuis. Não havia grades e eu tinha plena certeza que às 15h iria brincar com a minha amiga Débora. Amizade cultivada até hoje. Apenas não brincamos mais... Lembrei de nossas invenções. Dos desfiles de moda que fazíamos com as roupas da mãe dela, a Tia Lulu, os cigarros do pai dela que escondíamos, o Tio Peki. De quando íamos para a praia achando que pegaríamos os melhores peixinhos do mar e que todos seriam nossos animais de estimação para todo e sempre. Os pobrezinhos morriam sem ar algumas horas após deixarmos o balde na área. Lembro de que afundávamos a grama do vizinho que se intrometeu a construir uma casa entre a nossa. Mas que no fim virou uma grande amizade e hoje sou dinda da filha da filha dele.

Naquele mesmo sofá onde eu estava sentada, por muitas e muitas tarde ficávamos penteando nossas bonecas. Depois conversando sobre os meninos da rua, da praia, do baile que íamos aos domingos. Ali, comemoramos nosso primeiro amor, nossa primeira dor de amor, nossas alegrias e tristezas. Dali, saímos de bicicleta em busca do desconhecido do balneário de Atlântida Sul, íamos desvendar os mistérios das dunas próximas à casa de outra amiga, a Fernanda. Dunas essas que jurávamos ter super-poderes, uma vez que perdemos ali os chinelos. Mas, certas de que aquelas areias guardariam segredos, lá nos escondíamos para comer picolé te Itu e sorver uma lata de leite condensado. Cada dia era um Leite Moça a menos na dispensa de nossas mães.

Dias antes da virada de 2010 para 2011, me dei por conta de quanta coisa parecia igual, como os quadros da parede. O piso, o sofá, mesmo com nova estampa. Mas quanta coisa havia mudado. Muita mesmo. Não só a distância da minha amiga, pois hoje ela está morando na Austrália, mas nunca mais tive tempo para sentar ali e conversar francamente com alguém. As brincadeiras sumiram, sim, eu cresci, ela também, mas podíamos ainda nos divertir. Vi a minha rua não ser mais minha. Pessoas extremamente desconhecidas eram transeuntes na minha janela, sim, o janelão encolheu e ficou amarelo. Nosso pátio tem grades e me resta sonhar em levar meus filhos ali e desejar que sejam tão felizes como eu fui. Sei que eles não farão amizades tão sólidas como eu fiz ali, afinal, tudo mudou por ali. Caminho na praia e reconheço poucas pessoas. Inclusive a casa da minha amiga será alugada no mês das minhas férias. Meus primos quase não vão, os vizinhos da frente já estão em outro plano da vida e até a casa de um grande amor que fiz ali, foi vendida. De tudo de bom que vivi, me restam às lembranças. O vazio de ver tudo mudar naquilo que pensava ser meu. E desejar que quando meus rebentos tenham a minha idade, cultivem recordações boas, como as minhas e entendam que a vida segue.

O ano vira, como sempre, mas as coisas mudam sem essa obrigação. Elas transformam-se durante o ano.

Como eu disse, a Débora hoje mora com a irmã e o namorado na Austrália e, graças a Internet nos falamos sempre. A Fernanda é advogada e única casada e com filho de nós três. Meu ex-amor perdi de vista pois ele já está no seu terceiro casamento. Mas, novas emoções virão, disso eu tenho certeza.