Por Bruna Silveira
Sim, esta é a ultima parte pré-férias. Aqui, as dicas são sobre livros de comunicação. Mais precisamente, livros-reportagem. Uma paixão minha e que, muitos leitores, mesmo sem a formação de jornalismo ou relações públicas apreciam a leitura, pois se trata de obras que contam histórias verídicas, de forma romanceada.
Sim, esta é a ultima parte pré-férias. Aqui, as dicas são sobre livros de comunicação. Mais precisamente, livros-reportagem. Uma paixão minha e que, muitos leitores, mesmo sem a formação de jornalismo ou relações públicas apreciam a leitura, pois se trata de obras que contam histórias verídicas, de forma romanceada.
- A Sangue Frio, de Truman Capote: um clássico do Livro-Reportagem. Datado de 1965, a obra ficou pronta cinco anos após os fatos. Fruto de uma intensa investigação, feita ao longo de meses, 'A sangue frio' é um dos livros que fundaram o Jornalismo Literário, gênero que combina a objetividade factual e os recursos da narrativa de ficção. A obra de Truman Capote conta a história da brutal chacina da família Clutter e dos autores do crime. Hoje também dá para ver o filme, intitulado Capote. Mas com certeza, a leitura é muito mais emocionante.
- Rota 66: A História da Polícia que Mata, de Caco Barcelos: tenho uma paixão especial por esta obra. Além de uma narrativa envolvente, sou fã do autor e utilizei o livro para a conclusão do meu curso de jornalismo, em 2009. Vencedor do prêmio Jabuti de 1993, o livro-reportagem é uma rigorosa investigação sobre o trabalho da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele, Barcellos denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte responsável pela execução de milhares de jovens. A maioria deles inocente. O livro parte das origens da criação de um sistema mortal de extermínio, demonstra seus métodos, desvenda sua consciência. Caco denuncia seus métodos de atuação e mostra como o sistema incentiva esse tipo de ação. Resultado de um rigoroso processo de investigação jornalística, este livro emblemático assume proporções de uma grave denúncia social. Armado de dados incontestáveis que surgiram de um trabalho de pesquisa de cinco anos, Barcellos desmonta as engrenagens da Rota e o perfil de seus principais matadores.
- Abusado: o Dono do Morro Dona Marta, de Caco Barcellos: Para se entender toda essa violência urbana instalada no Rio de Janeiro, é necessário compreender como pensam e como agem os criminosos que impõem o terror na cidade. Neste livro-reportagem, Caco Barcellos, oportuniza uma verdadeira lição sobre a lógica, os meandros e o modus operandi das grandes corporações criminosas que comandam o tráfico de drogas e outras atividades criminosas no Estado. Através da história de Juliano VP (codinome de um conhecido traficante carioca) – sua infância, adolescência, entrada e ascensão no tráfico de drogas na favela Santa Marta (em Botafogo, bairro de classe média) -, temos um retrato histórico da ocupação do morro pelo Comando Vermelho, principal facção criminosa no Estado, e da implantação de sua cruel disciplina.
- Bar Bodega: um Crime de Imprensa, de Carlos Dorneles: li há poucos meses esta obra. A narrativa é sobre um crime que mobilizou a opinião pública brasileira, no Bar Bodega, mostrando, então, como a violência e a barbaridade podem ser amplificadas pelo arbítrio das autoridades e pela ação negligente e sensacionalista da imprensa. A partir de um levantamento minucioso, o jornalista Carlos Dorneles reconstitui as circunstâncias do assassinato de dois jovens de classe média alta num bar de São Paulo, na madrugada do dia 10 de agosto de 1996, e do escândalo jurídico que o sucedeu.
- Caso Kliemann, de Celito de Grandi: li ainda no segundo semestre desse ano, assim que foi lançado. Confesso que passava noites insones querendo desvendar todo o mistério que, um leitor atento, consegue. O livro-reportagem desmistifica a misteriosa tragédia de 1962, a qual tirou a vida da esposa de Kliemann, Margit. Um livro envolvente tem que ler!
- Notícias de um Sequestro, de Gabriel Garcia Marquez: Ao abordar dez sequestros ocorridos na Colômbia no início dos anos 90, este livro-reportagem do Nobel de Literatura radiografa o "holocausto bíblico" que, àquela altura, tomava conta de seu país.
- A tragédia de Eloá, uma sucessão de erros, de Márcio Campos: esse adquirir ontem quero aproveitar as férias pra ler, mas fica aí a dica!
- Os Sertões, Euclides da Cunha: sim, o primeiro livro-reportagem brasileiro, Euclides da Cunha descreve as batalhas entre os homens liderados por Antonio Conselheiro e o exército brasileiro. Com seu estilo jornalístico-épico, traça um retrato dos elementos que compõem a guerra de Canudos - a Terra, o Homem e a Guerra.
- Saramago – Biografia, de João Marques Lopes: Esta é a primeira biografia de um dos escritores mais importantes da história da literatura. Nela podemos acompanhar a vida de José Saramago, desde o seu nascimento na aldeia portuguesa da Azinhaga, Golegã, até a sua mudança para a ilha de Lanzarote, Espanha. E descobrimos toda a sua obra, desde as crônicas de A Capital e do Jornal do Fundão, até seu mais recente livro, Caim. Saramago passou a se dedicar definitivamente à escrita ficcional aos 53 anos e, em 1980, lança Levantado do Chão. Com esse romance, surge o que viria a ser conhecido como o “estilo saramaguiano”: o narrador “oraliza” a escrita como se estivesse de viva voz, como numa roda de amigos, e desrespeita ostensivamente as regras sintáticas e a pontuação. Mas é o romance Memorial do Convento, de 1982, que o consagra definitivamente. Em outubro de 1998, Saramago ganha o Prêmio Nobel de Literatura, tornando-se o primeiro e único escritor de língua portuguesa a obter tal distinção. Esta biografia estará na minha mala de livros pras férias.
- Encontros com 40 Grandes Escritores, de Ben Naparstek: Por trás de toda obra de arte, sempre há uma personalidade marcante, um ser humano único. Nestes encontros históricos, Naparstek, editor da revista The Monthly, conversa com autores de ficção e não-ficção, destacando suas obras principais, seus processos de criação, episódios marcantes de vida e também situações rotineiras que definem o perfil de importantes escritores contemporâneos.
- Realidade Re-vista, de José Hamilton Ribeiro e José Carlos Marão: Uma das mais importantes e cultuadas revistas da história do mercado editorial brasileiro, a "Realidade" será relembrada em livro. Além da história do veículo, o leitor pode ler grandes reportagens que marcaram a trajetória da Revista Realidade.
Enfim, aqui encerro, por hora, minhas dicas de leitura para as férias. Com certeza aparecerei menos no blog, já que eu também estou saindo em férias e levando muitos livros na bagagem. Mas, não deixarei de postar sempre que algum livro me chamar atenção, um filme, uma situação ou algum surto criativo.
Espero que tenham gostado das dicas!
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