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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Tuesday, May 20, 2008

Cidade receptiva e vista especial


Por Bruna Silveira








Nova Petrópolis, cidade localizada a 100 quilômetros de Porto Alegre, na Serra Gaúcha, foi colonizada por alemães. Berço do cooperativismo, Nova Petrópolis se configura como uma cidade de gente simpática, belas paisagens, boa hospedagem e dias inesquecíveis.

A cidade, que possui vasta área florida, apresenta suas fortes raízes culturais, inclusive aos domingos, onde bandas de alemães tocam música típica nas esquinas.

Além de ser um Jardim da Serra Gaúcha, Nova Petrópolis possui pontos turísticos exuberantes e naturais como o Parque do Labirinto, o Parque dos Imigrantes e arquitetura típica germânica.

Seu potencial turístico é sentido em todos os entornos de Nova Petrópolis. E a malha é o que move a economia local.

Além dos pontos turísticos e da economia, a cidade conta com pousadas diversas e acolhedoras como a Pousada Veraneio dos Pássaros. O atendimento da pousada é feita pelos próprios donos, que ali moram. O café da manhã é caseiro, os quartos são temáticos e há ainda a Pati, cachorrinha de estimação da família que passeia pela vasta área verde da Pousada.






Vale a pena conferir, em dias de frio ou de calor, Nova Petrópolis oferece opções de lazer, gastronomia, hospedagem e atrações inimagináveis. Ali se vivem momentos mágicos e de puro relaxamento.

A inocência que se tornou símbolo do Holocausto

Por Bruna Silveira





Os 62 anos do Diário de Anne Frank foram resgatados em Porto Alegre através da Exposição Itinerante






Em seu 13º aniversário, ao ganhar o diário do pai Otto Frank, Anne Frank nunca imaginou que este se tornaria um dos símbolos do Nazismo. Na descrição despretensiosa do seu dia-a-dia e de questões corriqueiras da vida do Anexo Secreto, a menina apresenta de forma inocente a dor que sentia em seu mundo interno, no esconderijo, e a violência externa da guerra. “De 1942 a 1944, ela relatou diariamente, nas páginas do Diário, seus medos, seu micro drama frente ao drama maior do Holocausto”, afirma o professor doutor da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, Jacques Alkalai Wainberg.



O Diário de Anne Frank foi traduzido para mais de 70 países, transformado em peça de teatro, filme e uma exposição itinerante. A mostra Anne Frank – Uma História para Hoje já circulou por mais de 30 países e esteve em Porto Alegre, na Usina do Gasômetro, de 10 de abril a 10 de maio. O Museu itinerante foi trazido ao Estado pela B’nai B’irith do Rio Grande do Sul, com apoio da Federação Israelita, Instituto Cultural Judaico Marc Chagall e pela Plataforma Brasil-Holanda. Exposto com 39 painéis digitalizados e impressos a cores, há neles reproduções de fotografias dos álbuns da família Frank e de arquivos históricos, com textos e legendas explicativos em português.



Na exposição itinerante, junto aos painéis são apresentados 100 desenhos e 11 poemas de crianças de 10 a 15 anos do campo de concentração Terezin, na Tchecoslováquia, construído pelos Nazistas. As recordações foram disponibilizadas pela Embaixada de Israel no Brasil, e servem como um legado à memória da humanidade, através da denúncia do horror da vida dos campos de concentração. Os visitantes também puderam visualizar as reproduções do quarto de Anne Frank durante os dois anos que dividiu sua vida ao lado de mais sete pessoas, bem como os fornos onde os nazistas queimavam os corpos dos judeus mortos na câmara de gás.



Todos estes trabalhos, desenvolvidos a partir do depoimento de uma jovem de apenas 13 anos, é hoje a forma do povo judaico lutar e fazer valer os dados e a memória daquele período. Para Wainberg, o que se viu, no Holocausto, foi o genocídio de judeus. “São formas diferentes de se mostrar a história e a memória judaica às diferentes gerações”, afirma. O professor aponta a importância de se ver a fraqueza humana e a capacidade do homem de destruir o outro. “É uma forma de mostrar às novas gerações onde está o mal, pois ele sempre está à espreita. Pode vir tanto de ações políticas como religiosas e, desta forma, lutar contra este mal”, explica.



O Anexo Secreto


Segundo Maria Romagnoli, escritora e pensadora, que escreve matérias para o site Visão Judaica, quando Margoth, irmã de Anne, foi chamada pela Gestapo, o pai das garotas viu que teria que viver com a família de forma clandestina, para que a filha mais velha não tivesse de atender a convocação dos nazistas. Com a ajuda de sua secretária e seu marido, Miep e Jan Guies, Otto Frank mudou-se com esposa e as duas filhas para o depois chamado Anexo Secreto, composto por dois ambiente e um banheiro, localizado na parte superior do seu próprio escritório. Ali eles viveram confinados durante dois anos na companhia de uma outra família, o casal Van Pels e o filho Peter, mais o dentista Fritz Pfeffer.



Em Amsterdã, na Holanda, o Anexo Secreto tornou-se o Museu Anne Frank. Há, ainda, o Instituto Anne Frank – organização não governamental e sem fins lucrativos, que tem como principal objetivo a repressão do avanço anti-semitismo global, além do incentivo ao retorno dos judeus às suas origens em Eretz Yisrael (Terra de Israel).



Um ano antes do fim da guerra, o esconderijo foi descoberto e seus ocupantes levados para campos de concentração. As meninas foram encaminhadas para o de Bergen-Belsen. O diário de Anne teria ficado perdido no Anexo Secreto e foi achado por Miep, a secretária que providenciou o local. Mas as duas irmãs não resistiram ao confinamento dos nazistas. No ano de 1945, após a morte da Margoth, Anne perdeu suas forças e faleceu em seguida. As duas deram azar. Poucos dias após morrerem, a guerra estava finda e os prisioneiros libertados. O pai delas foi um dos poucos sobreviventes.



Em 1945, Miep devolveu a Otto o diário de sua filha. Com 99 anos e gozando de boa saúde, a protetora da menina escreveu outro livro: “O outro lado da história de Anne Frank”. Nele, ela conta como ajudou por dois anos as oito pessoas que viviam no esconderijo.



Otto Frank viveu até 1980 e fez a publicação do primeiro Diário em junho de 1947. Impulsionado pelos amigos, o pai de Anne conseguiu realizar o desejo de sua filha – ser uma escritora famosa. Dois meses antes da captura da família Frank e seus companheiros, a menina escutou um aviso pelo rádio que dizia que nenhum documento da guerra deveria ser destruído, para preservar assim sua memória. A própria Anne teve o cuidado de, neste período, revisar todo o material escrito, uma vez que sonhava escrever um romance, baseado em seu diário, após sair do Anexo Secreto. Miep, encontrou além do livro da menina, material escrito em folhas soltas, uma vez que após dois anos de clausuras, o diário original havia terminado.





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Veracidade do diário é contestada



Há mais de 20 anos existe uma polêmica sobre a veracidade do material. Robert Faurisson, especialista em análise de textos e documentos históricos, falecido em 1990, denunciou a impostura do Diário de Anne Frank. Através de exaustivas investigações e perícias, ele procurou demonstrar a fabricação do diário. Entendendo que esta falsificação histórica se transformou em “negócio escandaloso”. Para ele, “quanto mais se soluça, mais se ganha e quanto mais se ganha, mais se soluça” – sobre a ganância e o cinismo do Congresso Judaico. Já em 1959 o escritor Meyer Levin, que se apresentava como verdadeiro autor do Diário moveu uma ação contra Otto Frank por falta de pagamento. Na ocasião, especialista do American Council Letter atestaram que o Diário não era obra de uma adolescente.



O professor Jacques Alkalai Wainberg, observa que existem grupos que desejam apagar a memória da guerra e da barbárie, através de organizações contemporâneas. “Os documentos da Segunda Guerra são da humanidade e não só dos judeus. Fomos apenas vítimas”, contemporiza. Ficção ou não, esta foi uma forma de tocar as pessoas e os dados e memórias devem ser preservados, sejam reais ou não. O Diário de Anne Frank é conhecido no mundo todo, e deixa um legado para todos os povos, justamente por sua vítima ser uma criança inocente. Isso comove as pessoas, uma vez que se apresenta uma história dentro de mil histórias da época. Wainberg conclui que a mensagem é universal e todos podem aprender com isso. Afinal, como a própria Anne colocou na primeira página de seu Diário “espero confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim”. Sem saber, Anne já estava deixando seu legado mundial.