Por Bruna Silveira
Em dias de chuva as pessoas ficam alucinadas na rua, ou será somente uma impressão errada dos meus olhos?
Basta uma gota, para os transeuntes saírem se batendo na rua, chocando sombrinhas, deixando cair coisas... Tem, ainda, aquelas que nem de casa querem sair, como se chuva fosse derreter alguém! Depende do ponto de vista, concordo.
Tá certo que raios e trovoadas dá um “medinho”, ainda mais quando a gente não espera. E isso me faz lembrar um “causo” que vivi lá no Alegrete/RS.
Era maio de 1995, em minha primeira ida a fronteira, a chuva foi nossa companheira de estrada, minha e de meu pai. De parceria de cinco horas de chão, ela conseguiu se tornar minha inimiga. O primeiro pé que botei para fora do carro, um gol branco, dos modelos antigos, ela, a chuva, não deu trégua. Mais dois passos, meu pai grita: “corre para não te molhar”. Como uma filha obediente, na época, sair correndo para não me molhar... consegui ficar pior, pois em grama molhada, ou melhor encharcada, só corre quem sabe!
Além de ensopada, agora estava deitada no pasto verde de Alegrete e, como ficou feliz meu pai. Não era nele que doía. E ainda dizia, muito feliz “beijou o chão da tua família!” Sim, meu pai é de Alegrete, assim como meus avós paternos e meus tios, enfim... Mais fácil dizer toda minha família por parte de pai, como se diz por lá.
Beijei o chão não, fui empurrada à lona! Mas, nada que ficar no quarto do Hotel Aires, o melhor da cidade, não me fizesse recobrar o ânimo e o apetite após passar a dor insuportável que sentia, resultado do tombo, claro!
Meia hora de cama e tv e eu estava pronta para outra, porque não, dar uma olhadinha pela janela, ver os campos da campanha? Péssima idéia! A chuva, que ainda não tinha dado trégua, estava mais e mais forte e pensei eu, como é diferente a chuva por aqui... Até, de tanto dar fé na chuva, vi cair um raio, no meio da rua, na frente da minha janela – na minha frente! Confesso, isso não é nada bom de ver, nada mesmo! Sendo assim, como boa neurótica, odeio quando relampeja, odeio mesmo! Mas não é por isso que fico em casa olhando através de vidros molhados, a vida se ganha fora do conforto.
Acabado este pequeno conto, que de fadas não tem nada, afinal, em minha ida ao Alegrete, esse foi só “o primeiro contratempo que tive”. Porém deixo claro: amo, sem explicar como, aquela cidade. Amo de verdade o Alegrete, talvez coisas do sangue, a certeza de saber que ali é o berço da minha família, a origem de tudo. Penso em até morar lá um dia... sério mesmo!
Retomando então, mais uma vez. Além de as pessoas parecerem receosas nas ruas, sim, pois ainda tem as bolsas d’água que se formam perto do meio fio e molha o pessoal da calçada, tem o caos no trânsito. E dou a dica, quem tem medo mesmo dos dias de chuva, não deve pegar o carro.
As vias públicas já estão um caos, mesmo sem chuva, depois das 18h, em menos de uma hora ninguém chega em lugar nenhum, nenhum mesmo! É preciso paciência, não só com os outros motoristas, mas com os buracos cheios de água e sim, o maior entrave de todos: as carroças!
É infernal! Infernal mesmo! Um pingo de chuva causa um transtorno gigantesco no transito, principalmente no final do dia, imagine, com uma carroça na mesma pista em que você está? Tira qualquer pessoa do sério, com certeza. Ontem (10/09), levei 35 minutos em um trecho da avenida Azenha (Porto Alegre), que levo, na verdade, cinco minutos, nem isso. Mas o que tinha na minha frente? Ela, a carroça! Atolada de sacolas, inclusive fora do suporte, algo que pensei estar proibido por lei.
Não é a carroça que me irrita e, não me fazendo de arrogante, sim os carroceiros. Além do excesso de “bagagem”, e de eles não pagarem um real para transitar – e nós os bobos da corte, ao renovarmos a certeira de motorista, precisamos fazer aulas de reciclagem e pagar, obvio, e mais, quem não precisa de aulinhas e provas, como foi meu caso, paga, no mínimo, R$ 78,00, vamos combinar, pura falta de vergonha na cara. Carroceiros também não fazem idéia das leis do transito, e o que é pior, nem da vida. Maltratam aquele que ajuda como pode, no carregamento de pessoas e seja mais o que for que se coloca em uma carroça. Eles maltratam os cavalos. Acho que o pior de tudo é ver os pobres bichinhos tomando chicoteada molhados, com ferraduras mal colocadas que machucam seus cascos. A fome também deve fazer parte da realidade deles.
Quando comecei este texto, era para falar do medo da chuva. De como as pessoas entram em pânico ao pensar que algo pode acontecer por causa das pistas molhadas ou de possíveis rajadas de vento. Mas, não teve como não falar dos cavalos na chuva, no transtorno que os seus donos fazem nas ruas e no maltrato com que cuidam destes seres que só estão ali para ajudar. Mesmo com todos os meus percalços por Alegrete, não vi nada, nada parecido, e sim, amor pelos animais, que estão ai para contribuir.
Basta uma gota, para os transeuntes saírem se batendo na rua, chocando sombrinhas, deixando cair coisas... Tem, ainda, aquelas que nem de casa querem sair, como se chuva fosse derreter alguém! Depende do ponto de vista, concordo.
Tá certo que raios e trovoadas dá um “medinho”, ainda mais quando a gente não espera. E isso me faz lembrar um “causo” que vivi lá no Alegrete/RS.
Era maio de 1995, em minha primeira ida a fronteira, a chuva foi nossa companheira de estrada, minha e de meu pai. De parceria de cinco horas de chão, ela conseguiu se tornar minha inimiga. O primeiro pé que botei para fora do carro, um gol branco, dos modelos antigos, ela, a chuva, não deu trégua. Mais dois passos, meu pai grita: “corre para não te molhar”. Como uma filha obediente, na época, sair correndo para não me molhar... consegui ficar pior, pois em grama molhada, ou melhor encharcada, só corre quem sabe!
Além de ensopada, agora estava deitada no pasto verde de Alegrete e, como ficou feliz meu pai. Não era nele que doía. E ainda dizia, muito feliz “beijou o chão da tua família!” Sim, meu pai é de Alegrete, assim como meus avós paternos e meus tios, enfim... Mais fácil dizer toda minha família por parte de pai, como se diz por lá.
Beijei o chão não, fui empurrada à lona! Mas, nada que ficar no quarto do Hotel Aires, o melhor da cidade, não me fizesse recobrar o ânimo e o apetite após passar a dor insuportável que sentia, resultado do tombo, claro!
Meia hora de cama e tv e eu estava pronta para outra, porque não, dar uma olhadinha pela janela, ver os campos da campanha? Péssima idéia! A chuva, que ainda não tinha dado trégua, estava mais e mais forte e pensei eu, como é diferente a chuva por aqui... Até, de tanto dar fé na chuva, vi cair um raio, no meio da rua, na frente da minha janela – na minha frente! Confesso, isso não é nada bom de ver, nada mesmo! Sendo assim, como boa neurótica, odeio quando relampeja, odeio mesmo! Mas não é por isso que fico em casa olhando através de vidros molhados, a vida se ganha fora do conforto.
Acabado este pequeno conto, que de fadas não tem nada, afinal, em minha ida ao Alegrete, esse foi só “o primeiro contratempo que tive”. Porém deixo claro: amo, sem explicar como, aquela cidade. Amo de verdade o Alegrete, talvez coisas do sangue, a certeza de saber que ali é o berço da minha família, a origem de tudo. Penso em até morar lá um dia... sério mesmo!
Retomando então, mais uma vez. Além de as pessoas parecerem receosas nas ruas, sim, pois ainda tem as bolsas d’água que se formam perto do meio fio e molha o pessoal da calçada, tem o caos no trânsito. E dou a dica, quem tem medo mesmo dos dias de chuva, não deve pegar o carro.
As vias públicas já estão um caos, mesmo sem chuva, depois das 18h, em menos de uma hora ninguém chega em lugar nenhum, nenhum mesmo! É preciso paciência, não só com os outros motoristas, mas com os buracos cheios de água e sim, o maior entrave de todos: as carroças!
É infernal! Infernal mesmo! Um pingo de chuva causa um transtorno gigantesco no transito, principalmente no final do dia, imagine, com uma carroça na mesma pista em que você está? Tira qualquer pessoa do sério, com certeza. Ontem (10/09), levei 35 minutos em um trecho da avenida Azenha (Porto Alegre), que levo, na verdade, cinco minutos, nem isso. Mas o que tinha na minha frente? Ela, a carroça! Atolada de sacolas, inclusive fora do suporte, algo que pensei estar proibido por lei.
Não é a carroça que me irrita e, não me fazendo de arrogante, sim os carroceiros. Além do excesso de “bagagem”, e de eles não pagarem um real para transitar – e nós os bobos da corte, ao renovarmos a certeira de motorista, precisamos fazer aulas de reciclagem e pagar, obvio, e mais, quem não precisa de aulinhas e provas, como foi meu caso, paga, no mínimo, R$ 78,00, vamos combinar, pura falta de vergonha na cara. Carroceiros também não fazem idéia das leis do transito, e o que é pior, nem da vida. Maltratam aquele que ajuda como pode, no carregamento de pessoas e seja mais o que for que se coloca em uma carroça. Eles maltratam os cavalos. Acho que o pior de tudo é ver os pobres bichinhos tomando chicoteada molhados, com ferraduras mal colocadas que machucam seus cascos. A fome também deve fazer parte da realidade deles.
Quando comecei este texto, era para falar do medo da chuva. De como as pessoas entram em pânico ao pensar que algo pode acontecer por causa das pistas molhadas ou de possíveis rajadas de vento. Mas, não teve como não falar dos cavalos na chuva, no transtorno que os seus donos fazem nas ruas e no maltrato com que cuidam destes seres que só estão ali para ajudar. Mesmo com todos os meus percalços por Alegrete, não vi nada, nada parecido, e sim, amor pelos animais, que estão ai para contribuir.