Por Bruna Silveira
Não, não é de hoje que as coisas que vejo na rua me assustam. Mais impressionada fico que ninguém faz nada. Parece, em minha opinião, que Porto Alegre esta se tornando cidade de ninguém.
Não, não é de hoje que as coisas que vejo na rua me assustam. Mais impressionada fico que ninguém faz nada. Parece, em minha opinião, que Porto Alegre esta se tornando cidade de ninguém.
Desde janeiro vejo que o trânsito e a falta de educação dos motoristas em nada mudaram. Nem nos períodos de férias, onde então se podia circular com mais tranquilidade pela capital. Até o supermercado era mais sossegado, episódio que não ocorreu este verão.
Outro fator que me chamou a atenção foi a sujeira da cidade. Por Deus, não existe quem limpe? Lembro que pago imposto para isso... Cada dia o acúmulo de papel é maior, os lixos nas ruas são abertos e, claro, o caminhão do lixo não recolhe se não tiver tudo dentro do seu devido saquinho. Ok e o resto, quem faz? Sei que muito é culpa dos moradores, dos caminhantes, das empresas instaladas em certos pontos da cidade, como na Avenida Ipiranga, mas e ai? Em janeiro, quando enfrentava o estranho trânsito das 18h, estranho pela época, fiquei parada alguns bons minutos em uma sinaleira. Sim, eu vi um rapaz saindo da empresa e indo desovar um latão de lixo no dilúvio. Ai, depois é fácil a população reclamar que quando chove, a sujeira piora...
Mas, o que me chamou mais a atenção nestas noites em que tenho estendido meu trabalho além do horário, é a presença dos “meninos da sinaleira”. Em 2008 foi uma comoção por discutir esse assunto. A imprensa organizou debates com políticos, instituições e foi detectado que, além de essas pessoas estarem se aventurando por moedas, ainda eram violentos. Claro, sei que nem todos são assim. Hoje me deparei com um vendedor do jornal Boca de Rua e ele foi super querido, de verdade. Mas, quem fica mendigando na sinaleira, geralmente é uma gurizada muito capaz de trabalhar. E, se não ganham a tão desejada esmola, tem agredido, sim, os carros. Constatei isso na noite de ontem, no entroncamento da Avenida Ipiranga com a Salvador França. Foram chutes e algumas pedras sobre o carro que negou a moedinha. Até quando, nós cidadãos que trabalham, pagam impostos e, muitas vezes, desenvolvem trabalhos comunitários, estaremos totalmente desprotegidos ao sair do trabalho, das universidades, dos restaurantes e bares? Não havia um único policial por aquela parte, que há anos sabe-se que é caótica. Aliás, não havia policiamento em toda a via e, nem quando mudei de bairro. A cidade estava, de verdade, terra de ninguém. E olha que nem era tão tarde assim...
Acredito que devemos cobrar sim das autoridades, maior segurança, maior respeito por nós, pessoas que fazemos a nossa parte. Não acho possível que não haja um local para colocar esses jovens a aprenderem um oficio, nem que seja engraxar sapato. Algo precisa ser feito, ou a sociedade apodrecerá, mais do que já esta. Não quero fazer apologias a tal ou tal partido, religião ou idéia. Apenas penso que urgente se faz que algo possa garantir uma vida melhor tanto para os “meninos da sinaleira” quanto para nós. E quem anda a pé, como fica ao se deparar com uma situação dessas? Passou a etapa do pensar, como eu disse, em 2008 houve uma grande manifestação em torno desse assunto. Acho que esta na hora de agir!
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