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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Thursday, September 15, 2011

Reminiscências...

O ano é 2011 e, tenho me dado por conta que, em menos de 10 anos, tudo mudou drasticamente. Em 2001 eu tinha sonhos quentinhos, que hoje não existem mais. Tinha mais contato real com meus amigos, até mesmo os distantes, aqueles que não vemos todos os dias. Se precisasse falar com um professor, na época eu cursava Relações Públicas, eu me encontrava com ele no outro dia, não mandava um e-mail. Não era abduzida pela tecnologia e tinha mais tempo para mim.

Sou de uma época bem analógica, podem acreditar. E mesmo que essa ferramenta chamada blog me ajude a colocar nos ar as minhas ideias, definitivamente acho que era bem mais feliz há 10 anos. Mesmo estudando e trabalhando, eu conseguia dar conta de todas essas demandas, conversar calmamente com as pessoas, sentar no sol e tomar um chimarrão no final de semana, sem pressa, fazia mais carinho no meu cachorro, que sim, existe até hoje, mas não sou mais sua referência. Acho que o contato pessoal que era mais corriqueiro, fazia com que estivessem ao nosso lado, pessoas que realmente desejavam estar. Abraçar um amigo, seja para alegria ou para partilhar uma dor, era tão bom. Hoje, a gente manda um e-mail, um recado na rede social. Aliás, a rede social virou o diário de bordo de muita gente, chega a ser irritante! Lembro que eu conversava mais com minha mãe, se sentisse saudades do meu pai, ligava e combinava um café entre um trabalho e outro dele, e as pessoas pareciam mais humanas. Eu era bem mais feliz!

Não sei se tudo isso que tenho visto hoje, veio agregado à tecnologia, mas as relações estão cada dia mais desumanizadas, ficou fácil deixar o outro de lado, seja em uma relação amorosa, amigável ou profissional. Pais e filhos conversam por mensagens instantâneas e a gente sabe onde todo mundo está pela rede, mas na verdade todo mundo está só mesmo estando em todo lugar. Acho que tudo isso tem proporcionado uma tristeza e solidão tremendas.

Amizades e relacionamentos começam e terminam pela internet. Descartar profissionais gabaritados, só porque não “cresceram” junto com a tecnologia, virou moda, como se a história, o passado não fosse mais importante, apenas a era digital. Quem não tem condições de passar o dia conectado, parece que está fora do mundo. E pergunto: que mundo? Que mundo é esse que está na nossa frente? Um mundo sujo, poluído, catastrófico em sua natureza vegetal, animal e humana. Descartável, como as pessoas se tornaram. Os fulanos só prestam se estão encaixados em padrões, mas que padrões? Quem os ditou? A violência assola a vida, a violência urbana, a violência interna. A luta que travamos dentro de nós para nos enquadrarmos em perfis é a mais nociva que há. O desamor tomou conta, a falta de respeito com os diferentes, com os mais velhos, com que diverge da mínima opinião. A cultura estereotipada está mudando o curso da história e não ao contrário, como sempre foi. Os mitos são criados a cada segundo, basta um movimento diferente do que acreditam ser verdadeiro.

Comigo não cola o papinho de rede social aproximando relações... Rede social em movimentos sociais, essa é boa! Movimentos sociais acontecem nas ruas, com as pessoas unidas por um ideal comum. Mas, ainda existem ideais comuns? Ou a rede causou entropia e tudo pode ser acompanhado pelo monitor? A vida se resume a isso? Pode ser ultrapassado meu discurso, mas eu era bem mais feliz sentada no sol, lendo um livro e conversando com as pessoas do que mandando adesivos pela web, simbolizando encontros...

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