Já deveria ter escrito esse post há uns três dias. O livro está lido, foi sugado em menos de uma semana. Como algo que gruda na gente e não solta. Interessante seria se, todas as coisas que grudam no ser humano, fossem como as palavras e o enredo do romance de estréia do meu mestre do jornalismo, professor Tibério Vargas Ramos. Ao citar o autor, deixo implícito meu temor de falar das Acrobacias do Crepúsculo, lançado pelo Tiberinho, como o chamo carinhosamente desde os tempos da Faculdade. Aprendi com ele títulos, leads, textos e, o que me impulsiona até os dias de hoje, dentro da área jornalística: o jornalismo literário. Muito dele está em mim, como profissional, como pessoa. Ele vai além da sala de aula, com seus ensinamentos sábios. Ultrapassa o nariz de cera, pontuações e parágrafos.
Lançado na praia que habito, há mais de 30 anos, durante as férias, Atlântida Sul, fui ao encontro do autor e sua obra, na quinta-feira, dia 09 de fevereiro. Já tinha meu exemplar devidamente autografado, já estava lendo a narrativa, mas fui prestigiá-lo na palestra dos autores, da 3ª Feira do Livro de Atlântida Sul. Eram três autores e um seleto público. Eu sabia que o do meio poderia, ainda, me surpreender. Afinal, estamos falando do Tibério. E isso aconteceu, quando ele, justamente explicou que, entrou para o Jornalismo porque queria escrever. Ligações da vida, ou nem tanto, minha entrada no curso, após quatro anos cursando Relações Públicas e formada há dois, teve o mesmo objetivo. E foi, justamente pela paixão que meu mestre passou em sala de aula e após nossos e-mails, passada minha temporada acadêmica, que me fizeram voltar às bancadas acadêmicas como aluna. Por ele, troquei alguns turnos de aula, para ser sua aprendiz e, ingressei no mundo encantado do Jornalismo Literário. Agora, entendo mais um pouco dele. Será mesmo?
E, falando dessa obra de estréia do Tibério, a última a ser escrita, mas não única, como explica a orelha do livro, me senti partícipe da história. Me vi em alguns rostos, em algumas frases, em algumas inocências e depravações de personagens. Identifiquei outros tantos. Uma ficção de vida real. Com personagens que trazem a tona inúmeras questões humanas, como a vontade de que a juventude masculina perdure, assim como a feminina e, os rompantes impensados que somente jovens podem ter. A maturidade em quem não se imagina que possua e a imaturidade de quem se pensa ser a única personagem centrada. A descoberta de que somos um pouco de todos, que os temores saem da ficção ou, contam a ficção. A magia de refazer trechos existenciais apenas possibilitados pela literatura.
Um livro dinâmico, bem escrito – obviamente – cheio de paixões, projetos, superação de vida, sensualidade, temor e certezas, como a existência da gente. Lógico: vale à pena ler!
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