Nosso Lar

Por Bruna Silveira

A fila, 30 minutos antes da sessão, já era de assustar. Adentrada a sala de cinema, a lotação foi máxima. Tanta que até os lanterninhas ajudaram atrasadinhos a se achar.

Eram crianças, jovens, idosos, casais, pessoas sozinhas. As luzes se apagaram e a vida real se apresentou na tela. Para tanta história, os 115 minutos de filme foi pouco mas fiéis a obra de André Luiz, psicografada pelo Médium Chico Xavier, lá pelos idos de 1944.

Eu, como já havia lido o livro, confesso que me surpreendi com a transformação daquela narrativa em filme. Mesmo eu tendo visto trailers e fotos da pelicula, fiquei muito surpresa com a produção, com o time de atores e ainda, com a fidelidade das imagens às letras de André.

Sai do cinema sem palavras para expressar tamanha realidade que se fez visível aos meus olhos. A saga do umbral, os momentos de recuperação e, finalmente a aceitação da caridade no coração do médico André Luiz, que descobre que de nada valeu sua medicina terrena para auxiliar pacientes no mundo espiritual.

Sai de lá com uma vontade imensa de ir fazer morada naquele lugar de paz, de aprendizado e de alegria. Quem dera quando chegar minha hora eu tenha a oportunidade de ir para um local tão bom assim.

Também desejo que esta proliferação de espiritismo não seja apenas para converter as pessoas, como tentam afirmar algumas revistas semanais, mas que nos auxilie a olhar a vida terrena como algo que de fato não nos pertence, como algo transitório e que, muito do que se faz aqui, do outro lado não funciona mais.

Amor e caridade são sentimentos que se sente, se tem e se doa. Não se converte as pessoas. E grata fico eu, com esta onda de explicações do mais alto que se faz visível para o maior número de terrenos possíveis. Que aprendamos, que a partir disso tudo, tenhamos condições de parar, pensar e ver a vida de hoje de outra forma. Talvez de uma forma mais humana, mas pensando sempre no depois. Afinal, o que levamos daqui são as boas ou más ações e não dinheiro e bens materiais.

Assista abaixo o trailer do filme. Vá ao cinema, independente de sua religião ou credo.