Ela foi até onde nenhum veículo de imprensa conseguiu chegar. O Livro-reportagem traz a contribuição social de Ilana.
De férias há exatos 14 dias e, após uma intensa semana chuvosa no litoral gaúcho, pude dedicar-me a leitura sem pensar em mais nada.
O titulo deste post é o mesmo do livro da Ilana Casoy. A Prova é a Testemunha narra o tribunal do júri do caso Isabela Nardoni. Diferente de sua obra intitulada O Quinto Mandamento. Em a Prova é a Testemunha, Ilana traz os a descrição dos cinco dias de julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de esganar e jogar pela janela do apartamento do casal Isabela de Oliveira Nardoni, seis anos, filha de Alexandre com Ana Carolina Oliveira. Um caso que comoveu a sociedade de todo o Brasil, o assassinato, ocorrido em 29 de março de 2008, teve seu julgamento realizado em 27 de março de 2010, quase dois anos após a morte da menina.
No livro-reportagem, nem tão literário como costumam ser obras desse tipo, Ilana faz um panorama de todos os dias do julgamento, traz as falas de todas as testemunhas, incluindo a de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Durante a defesa e acusação, reconstituição do crime por meio de fotos e maquetes estiveram presentes. O material de Ilana é rico, já que na época do julgamento a imprensa não cobriu completamente o evento, uma vez que o tribunal exigia, dor jornalistas, rodízio de duas em duas horas. Assim, Ilana contribui com seu conteúdo.
Confesso que durante a leitura da obra, que foram madrugadas a dentro, fiquei impressionada com a frieza de Alexandre, mais do que a frieza de Anna Carolina. O pai da menina, que deveria estar abalado, apresenta em seu discurso, o tempo todo, a preocupação com o que ele acha ter sido falta de respeito da polícia com ele, e não em saber quem foi o verdadeiro assassino da filha. Cheio de contradições é seu depoimento e de Anna Carolina, essa mostrando mais emoção, por meio das lágrimas. Uma forma dissimulada presente em psicopatas.
Análises particulares a parte, as minhas lógico, recomendo a leitura dessa obra a estudantes de jornalismo, profissionais da área e também estudantes e profissionais do direito. Não que eu deixe de fora qualquer pessoa que compõem a sociedade. A leitura deve ser feita por todos. Afinal, o livro narra fatos da vida humana, cruel e estúpida. Mostra que às vezes os assassinos, a violência está na nossa casa, não mora ao lado. Vale a pena para conhecermos mais o lado animal do humano, para não nos deixarmos levar e para que, por meio do conhecimento, a sociedade se torne menos estúpida, menos violenta e menos escura.
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