Em função
da grande parte dos meus livros estarem encaixotados, ainda durante o mês de
janeiro, fui à livraria e apostei em uma escritura que, conforme me disseram,
estava fazendo sucesso. Eram três livros da mesma autora. Mas, preferi investir
em um, apenas, para depois, se fosse o caso, adquirir aos demais. Entrei em férias
e apostei em Emily Giffin. E, não havia nem terminado a leitura quando resolvi
comprar os títulos disponíveis na Feira do Livro de Atlântida Sul. Fiquei
extremamente surpresa com a forma de elaborar suas histórias e, ainda, com a
forma em que expõem as tramas de seus personagens fictícios. Embora eu ache que
Giffin tem certa obsessão por mães solteiras, independente disso, seu discurso
nos faz repensar alguns valores, questões do dia a dia e acreditar que tudo é
possível para aquele que crê e, além disso, se esforça.
Os livros
Laços Inseparáveis, Presentes da Vida e Questões do Coração, estão longe de ser
romance água com açúcar em tons de autoajuda. Já li os três e, em breve, farei
a leitura de minha última aquisição de Giffin: Ame o que é Seu. Esse, comprei hoje
e, após terminar minha atual leitura, será devorado.
Em Laços Inseparáveis, a história da
produtora de TV Marian, intercala-se com a de sua filha dada para adoção,
Kirby. Com um capitulo destinado à exposição do universo de cada uma, com
ligações entre si, traz a cena o encontro de mãe e filha, após 18 anos. Kirby,
mesmo vivendo em uma família que a faz feliz, ao completar a maioridade, foi em
busca de sua mãe biológica. Ambas, no decorrer da trama, travaram uma busca com
o passado não só de Kirby, mas das omissões de Marian, resultando em uma
conclusão que modificou completamente seu futuro.
Confira
alguns trechos da obra:
“Meu
coração começou a acelerar. Será que ele contou para ela? Com certeza, ele não
faria isso comigo. Mas o que ela queria dizer com essa frase, e me olhando
desse jeito? Resolvi não culpá-lo, esperando que ela continuasse com sua
lenga-lenga, imaginando que poderia aproveitar das suas histórias para colocar
num roteiro. Eu já tinha feito isso antes.” (Marian)
“Ainda
tenho cerca de oitenta quilômetros para percorrer na estrada I-55 e faltam
cerca de noventa minutos na minha viagem de cinco horas. Até agora foi moleza. Só
parei uma vez para colocar gasolina no tanque e usar o banheiro. Também me
lembro de ligar para meus pais, lhes assegurando que estou muito bem, que o dia
está ensolarado e claro, e com pouco tráfego. Meu pai lembra de ficar na pista
da direita, não fazer ultrapassagens, evitar caminhos grandes e ficar longe do
celular.” (Kirby)
Já em Presentes da Vida, a Relações Públicas
Darcy, e toda sua antipatia, deixa para trás seu noivado com Dex para viver um
intenso caso de amor com Marcus, melhor amigo de seu ex-noivo. O resultado foi
uma gravidez solitária, já que Marcus não tinha o perfil de homem que abraçaria
essa “bronca”. Sem rumo e, descobrindo que Dex tinha um caso com sua melhor
amiga, Rachel, e com que mantiveram um relacionamento após o termino do noivado
com Darcy, a protagonista muda o rumo de sua vida, deixando Nova York por
Londres. Acomodada na casa de um amigo de escola, Ethan, a quem havia desdenhado
na infância e que tinha uma sólida amizade com Rachel. Sem emprego e, tendo
gasto todas as suas economias em roupas de marca, estava chegando a hora de
levar a sério a gravidez. Com o auxílio de Ethan, ela elabora sua lista de
mudanças e, no meio do caminho, descobre o amor que sente pelo amigo. Então,
aquele filho “sem pai” que Darcy carrega em seu ventre, tem a chance de ganhar
uma família.
Confira
alguns trechos da obra:
“Eu sorri. Poderia
não ter sido o melhor Dia de Ação de Graças do Ethan, mas eu estava certa de
que aquele dia tinha me feito ganhar algumas semanas a mais em Londres. Ele ainda
não me mandaria embora para casa.”
“Ajustei a
minha cama para uma posição mais alta e depois ergui os meus braços, indicando
que eu queria um abraço. Ethan se aproximou, o seu rosto ficou encostado no meu
enquanto ele me envolvia com seus braços. Nesse abraço, simples, mas
significativo, uma verdade foi confirmada no meu coração: eu estava apaixonada
por Ethan.”
Por fim, em
Questões do Coração, Valerie, mãe
solteira de Charlie de seis anos, precisa encarar o fato de seu filho ter
sofrido um acidente, em uma festa com amigos da escola, levando seu corpo a padecer
queimaduras que precisaram ser tratadas com enxerto de pele. Com o auxílio do
pediatra Nick, ela descobre a salvação para a doença de seu rebento e um
paliativo para sua solidão. Por outro lado, vemos Tessa, esposa de Nick que
percebe a mudança de hábitos do marido dentro de casa e, seu comportamento com
ela. Ao descobrir a traição do marido, primeiro pelas amigas e depois
confirmada pelo próprio Nick, ela precisa rever suas atitudes, inclusive o fato
de ter deixado o mercado de trabalho para ser uma eximia esposa e dona de casa.
Tanto pelo olhar discursivo de Valerie, quanto de Tessa, já que nessa obra os capítulos
também são intercalados, vemos o mesmo homem, envolvido com duas mulheres e,
mesmo sem voz ativa na escritura, desejar salvar seu casamento.
Confira
alguns trechos da obra:
“Mas na
manhã seguinte acordou se sentindo pior. Muito pior. Como se a decepção
precisasse de uma noite para se concretizar. Perceber que Nick não voltaria
mais, que não havia a possibilidade de um futuro, ou mesmo de outra noite
juntos a fazia sentir dor em todo o corpo, como se estivesse com uma gripe. Saiu
da cama, entrou no chuveiro e, então, passou por todos os passos de seu dia,
amargando um vazio profundo porque não admitia sentir falta de alguém que fez
parte de sua vida por tão pouco tempo. Era um vazio que ela sabia que jamais
preencheria, nem ao menos tentaria preencher, pois não valia o sofrimento. Ela se
perguntava quem havia sido o idiota que um dia disse que era melhor ter amado e
perdido que nunca ter amado. Nunca havia discordado tanto de algo.” (Valerie)
“E então
era véspera de Natal, e eu estava dirigindo à noite, nas ruas em sua maioria
vazias, observando flocos de neve dançando nas luzes de meu farol. Eu tinha
mais uma hora antes de poder ir para casa e já tinha esgotado todos os meus
afazeres. Já havia comprado os últimos presentes para as crianças, devolvido os
suéteres que havia comprado para Nick, parado na padaria para pegar as tortas
que havia encomendado minutos antes de Nick voltar de sua caminhada em Common,
incluindo a de creme de coco que ele ousou pedir para mim no dia anterior.”
(Tessa)
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