Por Bruna Silveira
Tem dias que preciso ficar em silêncio. Tem dias que não consigo passar um minuto comigo. Tem dias que nenhuma das duas coisas me agrada. Sei, que com o passar dos anos a gente muda. Os problemas se alteram, os objetivos, algumas vezes o circulo de amigos e até as atividades de lazer.
Tem dias que preciso ficar em silêncio. Tem dias que não consigo passar um minuto comigo. Tem dias que nenhuma das duas coisas me agrada. Sei, que com o passar dos anos a gente muda. Os problemas se alteram, os objetivos, algumas vezes o circulo de amigos e até as atividades de lazer.
Eu, que já fui uma eximia fêmea da espécie noturna, hoje não sinto tanto a fissura de sair por ai. Talvez porque a idade e as responsabilidades chegaram ou talvez porque o mundo e as pessoas estão tão diferentes, que ou eu estou fora de órbita ou o mundo.
Ok estou ciente das mudanças em que a terra passa. Como espírita já li muito sobre as transformações do planeta azulzinho, que esta prestes a deixar de ser um mundo de provas e expiações para um mundo de regeneração. Com tudo isso acontecendo no planeta, sei que somos influenciados. Porém, nem sempre pro lado da regeneração.
Eu, que tanto busco me conhecer, me regenerar, encarar e entender meus monstros internos mais assustadores, piso na bola de vez em quando. Falta de aviso não é. Tenho, ultimamente, sentido as coisas de forma tão intensa, que além do desconforto psicológico tenho sentido reações físicas e orgânicas.
Acho que, urgentemente, preciso perder a mania de querer mudar o mundo e as pessoas. Sempre acho que sou capaz disso. Mas só quem é capaz disso é o criador. Grande pretensão a minha. Mas, muitas vezes, nessa tentativa, me entrego como uma adolescente feliz e caio do cavalo. Torno a dizer, o mundo e as pessoas andam em processo de mudança, eu também.
Só não entendo os processos de animalização, de violência, de não amor. Hoje as pessoas não amam mais, descartam os outros como trocam de blusa, ainda mais nesse verão escaldante que esta fazendo no Sul do país. E eu me machuco. Descubro que todas as certezas que eu tinha eram irreais. Vejo monstros maiores dentro de mim e sinto uma dor mortífera no coração. Não entendo se eu gostaria de não sentir isso, ou de fazer com que as pessoas não magoassem as outras. E duvido que eu seja a única pessoa no mundo a sentir essas frustrações.
Dia desses assisti ao filme A Cor Púrpura. A mulher foi “dada” ao marido quando ainda era muito nova. Passou pela separação da família e da irmã, a quem era muito apegada. Além de ter se tornado quase uma escrava do esposo, por ser negra, aguentou a amante dentro da casa dela. Cuidou da amante do cara. Como assim? De onde vem toda essa humildade? No fim, elas se tornaram amigas e a amante branca e verdadeiro amor do marido da negra, salvou a escrava como mulher e mostrou a ela um mundo possível. Trocas inimagináveis nos dias de hoje. Por mais que eu tente ser alguém melhor, juro: jamais conseguiria isso. Talvez por isso eu me machuque, por levar as coisas a sério de mais quando não é assim que deve ser.
Desejo que um dia, ou eu não sinta tanta dor dentro de mim, ou eu tenha a capacidade de prestar a atenção nos sinais que recebo e não dou bola. Me machuco, me magoo. Ao menos aprendi que a culpa é minha. Afinal, eu escolhi estar nessa ou naquela situação. Eu arco com as consequências. Quero crer que isso já é um aprendizado. Ao menos para tentar pisar menos na bola da vida. Mas, será que todo esse desamor do mundo vai ter fim em breve? Sim eu gostaria que todos se amassem, se respeitassem e se aceitassem. Mas as mudanças de cada um, só Deus sabe.
2 comments:
Bruna, acredito que somente ao nos aceitarmos completamente deixamos de sofrer porque nosso lado sombra (os monstros) também fazem parte de nós. Por isso é importante aceitar pois só assim perdoamos tudo, especialmente a nós mesmos. Descobri que ao aceitar em mim coisas que preciso modificar me deixa leve e aí é mais fácil trabalhar a transformação.
Com certeza, Rose. Mas como é complicado!!!! Porém, precisamos seguir e encarar, né?
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