O dia 13 de maio, escolhido pela historiografia oficial como símbolo da Abolição da Escravatura, representa apenas o término de um sistema escravocrata que não se adequava com os novos tempos. Não se criaram mecanismos que possibilitassem ao negro exercer de maneira plena sua cidadania, num universo onde a classe dominante (elite) era branca. Foram séculos de escravidão, onde o binômio, representado pelo latifúndio e a mão de obra escrava, sustentou a economia brasileira. A sociedade, ainda, sente os reflexos dessa política colonialista e escravocrata até os dias de hoje. O racismo assumido ou velado, sob os artífices da hipocrisia, constitui-se sempre em uma grande temeridade em qualquer sociedade dita civilizada.
Diante desta realidade histórica, entidades ligadas ao Movimento Negro, elegeram o dia 20 de novembro, data da morte do líder Zumbi dos Palmares, como o dia Consciência Negra no Brasil. Nosso país foi o último a realizar, tardiamente, a abolição (1888) na América. A mesma se efetivou sem a preocupação de como incluir essa população liberta numa sociedade que oferecia a liberdade, mas não a inclusão social.
O Museu da Comunicação Hipólito da Costa, que guarda e preserva parte desta história, através do evento Diálogos e Reflexões sobre a Cultura Afro-Brasileira: Iº Encontro da Consciência Negra, propõe uma série de atividades onde serão debatidas questões culturais, políticas e econômicas relacionadas ao negro no Brasil.
Este evento ocorrerá no Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, Rua dos Andradas - 959, de 09 a 24 de novembro. A entrada é franca mediante inscrição para as seguintes atividades: oficinas, mesas-redondas e o passeio no ônibus da Carris no dia 24 de novembro. A abertura do evento, a exposição e os momentos musicais não necessitam inscrição. Serão fornecidos certificados para as atividades. Informações e inscrições pelo e-mail hipolito-comunicacao@sedac.rs. gov.br
Confira a programação!
Diálogos e Reflexões sobre a Cultura Afro-Brasileira:
Iº Encontro da Consciência Negra no Museu da Comunicação
09/11 – Abertura do Evento – 18h: Samba de roda de umbigada da Escola do Bê-a-bá de Angola Malta – Mestre Renato Capoeira
10/11 – 15h: Mesa-Redonda – Práticas Sociais Afirmativas
Mediador: Arilson dos Santos Gomes
Pedro Rubens Nei Ferreira Vargas - Mercado Público: religiosidade e cultura negra
Roberto Jung - A Presença de um Príncipe Negro, na virada do século XIX, em Porto Alegre
Edegi Maria Gomes da Silva - Quilombo dos Botinhas de Viamão
Clea Santos da Silveira - Direitos Humanos: identidade e eugenia
18h - Momento Musical com o Professor Massareti – Homenagem a Lupicínio Rodrigues: O Filho Da Ilhota
16/11 – 15h: Oficina – Histórias e Lendas Afro-Brasileiras – Teresa de Jesus Reckziegel de Lucena – 20 vagas
17/11 – 15h: Mesa-Redonda – História, Identidade e Cidadania da Cultura Negra
Mediador: Waldemar de Moura Lima
Péricles Gomide - Lanceiros Negros: a traição de Porongos
Roberto dos Santos - Do Exemplo (1892-1930) ao Folhetim do Zaire (1982-2010): Imprensa negra no Rio Grande do Sul
João Batista Marçal - A presença do negro no movimento operário e popular no Rio Grande do Sul
18h – Momento Musical - Grupo De Pesquisa Em História E Samba – Caixa Preta
19/11 a 24/11 – Exposição VIDHAS: Histórias de lutas e conquistas dos negros pelos Direitos Humanos (Memória Carris)
22/11 – 15h: Oficina – Bonecas Abayomi – Edegi Maria Gomes da Silva – 20 vagas
24/11 – 15h: Mesa-Redonda – Compartilhando experiências: Projeto VIDHAS nas Escolas
Mediadora: Vera Deise
Renata Andreoni: Coordenadora da Unidade de Documentação e Memória da Carris e coordenadora do Projeto VIDHAS
Palestrantes do Projeto VIDHAS: João Cândido Neto, Jorge Terra e Lorecinda Abrão
18h – Roteiro Territórios Negros com Ônibus da Carris (Grupo de Trabalho do Povo Negro da Carris)
Fonte: Museu da Comunicação Hipólito José da Costa
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