About Me

My photo
Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

Followers

Sunday, September 20, 2009

Direitos iguais para todos

Por Bruna Silveira





Ontem, finalmente, consegui deitar e ver um filme. Há horas não me dava a este luxo, há tempos queria ver Milk. A escolha não podia ser mais correta.
Com Sean Penn no papel principal, e só por isso eu estava animadíssima para ver o filme, Milk – A voz da igualdade, mostrou a crueldade com que os americanos tratavam os homossexuais na década de 70.
A cinebiografia, lançada em 2008, conta a história de Harvey Milk (1930-1978), político norte-americano que assumiu sua homossexualidade publicamente nos anos 70.
Ao mudar-se com seu companheiro para o bairro de Castro, onde montou uma loja de fotos, Milk contava com uma legião de gays, que com ele e como ele, buscavam o seu lugar dentro da sociedade preconceituosa.
Foram três derrotas nas urnas, até a gloriosa vitória. Então, ao tornar-se supervisor, Milk, que já recebia ameaças, lutou até o último dia de sua vida por uma vida mais digna e justa para os gays, tidos como escória perante o governo.
Lutas e superação fazem parte do filme. Mas a mensagem de que devemos ir a fundo em busca de nossos direitos e por aquilo que acreditamos, está implícito e explicito na película.
Milk foi assassinado, após um ano de sua vitória, por um inimigo político. Mas que ele mudou a história mudou sendo o primeiro político homossexual dos EUA.
A película traz detalhes em todas as cenas e ainda mescla imagens reais dos acontecimentos e dos personagens.
Vale a pena conferir e deixar o preconceito de lado.
Dirigido por Gus Van Stan, o filme de dois Oscars, nas categorias de Melhor Ator para Sean Penn e Melhor Roteiro Original. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, estrelado por Josh Brolin, Melhor Edição, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.
Sean Penn recebeu, ainda, uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator – Drama
Milk – A Voz da Igualdade recebeu, ainda, quatro indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Original e Melhor Maquiagem.
Ganhou dois prêmios no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante, para James Franco e Melhor Roteiro de Estréia. Sendo indicado, também, nas categorias de Melhor Ator e Melhor Fotografia e Sean Penn foi premiado como Melhor Ator.







Harvey Milk (1930-1978)





Wednesday, September 16, 2009

ADPPUCRS cria selo para comemorar 30 anos




Estudantes de Jornalismo protestam pelo diploma nesta quinta-feira


Estudantes de Jornalismo farão ato em defesa do diploma nesta quinta-feira, 17 de setembro, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). A atividade começará no saguão da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), onde os estudantes vão se reunir por volta das 19h, e, em seguida, farão uma marcha pelo campus, passando pelas principais faculdades para mobilizar a comunidade acadêmica.

O protesto desta quinta-feira será um ato preparatório para a manifestação do dia 23 de setembro, na Esquina Democrática. Outros pré-atos acontecerão, como uma audiência pública da Assembleia Legislativa, que reunirá estudantes, profissionais e deputados estaduais no auditório da Famecos, no dia 22 de setembro, às 10h, para discutir alternativas à queda da regulamentação da profissão de jornalista. Ainda este mês, o Núcleo de Estudantes de Jornalismo, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado, promoverá um aulão na faculdade de Jornalismo no IPA – onde palestrantes das áreas do Jornalismo e do Direito vão esclarecer os alunos sobre a queda do diploma e mobilizar para o ato do dia 23.

Sunday, September 13, 2009

Gotas de terror

Por Bruna Silveira






Vamos assumir nossa parcela de culpa e fazer a nossa parte para trazer um pouco mais de auxilio a quem precisa.








Porto Alegre, assim como o Rio Grande do Sul e, de quebra Santa Catarina, viram nos últimos dias o derramar dos céus. Insistente, contínuo, monótono, frio e úmido, São Pedro despejou nos gaúchos todas as suas dores.
Direito dele? Todo direito! Afinal, se não fosse o bicho homem a destruir a natureza, talvez ela não se revoltasse tanto. Agora paguemos os pecados e vamos seguir tentado melhorar.

Transito um caos. Bolsões de água transformaram as pistas em rios e, os carros, em quase canoas. Automóveis que não paravam no meio da rua, molhavam os pedestres da calçada ou das paradas de ônibus. Mais uma vez, o bicho homem e sua falta de consideração. Não que se fosse deixar de andar no veiculo, mas afinal, dá para diminuir a marcha e não ficar correndo na pista fantasiada de lagoa.

Mas trânsito e falta de respeito a parte, a chuva constante da semana, promoveu a contabilidade de mais de 4 mil pessoas desabrigadas no Rio Grande do Sul. Os Rios Taquari, no Vale do Taquari, o Uruguai, localizado na fronteira Oeste do Estado e o Guaíba, em Porto Alegre, deram um espetáculo a parte e desejaram famílias de suas casas.

Amontoados em qualquer ginásio, mais que raios de sol para a reconstrução, os atingidos esperam a caridade que pode chegar de carro, ônibus ou em orações. Coisas que todo o gaúcho pode fazer para ajudar. Como seres humanos não vamos culpar os Deuses e sim, ajudar estas pessoas que de fato estão precisando. Quem sabe assim, recomeçamos a fazer algo de bom? Afinal a culpa é nossa!

Saturday, September 05, 2009

“Onde houver desespero, que eu leve a Esperança”

Por Bruna Silveira





Mais do que a realização de um sonho, a Casa de Francisco é um micro mundo e a concretização do servir amando, em todos os sentidos.











Nada de idealismos, vãos pensamentos e uma tentativa que deu certo pelo acaso. A Associação Beneficente Francisco de Assis há 30 anos é uma realidade projetada por um sonho. “Em um sonho real, assisti a reunião de franciscanos que programavam a instalação de sociedade beneficente, senti naquele momento que só me cabia trabalhar para isso”, assim começa a história da Casa de Francisco, contada por sua fundadora e presidente vitalícia Nydia Corrêa da Silva.



Em 1979, Nydia assumiu o tranco e para isso buscou pessoas dispostas a ajudar. A equipe foi formada inicialmente por ela, Yeda Maria da Silva, Enoy Heit dos Santos Coutinho, Annibal Theófilo Martins Carneiro e Gilda Giacomo. “Em uma tarde de reunião criamos o estatuto que rege a casa”, explica a presidente. Dia 9 de junho de 1979 foi fundada, na terra, a Associação Beneficente Francisco de Assis, ou como é carinhosamente chamado hoje, o Chiquinho.




Localizada ao lado do centro Espírita Nossa Casa, no bairro Glória, em Porto Alegre, o espaço foi adquirido através da doação inicial de R$ 8.000,00, venda do carro de uma família que tinha perdido uma filha e, de alguma forma, quis ajudar na empreitada. Disso, inúmeras ações começaram a ser desenvolvidas para a arrecadação de verbas e arrematação do local. Com o sucesso das campanhas, a casa foi quitada e ainda sobrou dinheiro para o mobiliário. “O quartel general foi instalado neste local de dois pisos, fazendo de pouquinho a pouquinho o que hoje resulta no Chico”, comenta Nydia.
O Chico é independente de qualquer outra vinculação, seja com governo ou outras entidades, vive de doações, trabalho voluntário e dedicação. “Nem todas as colaborações são do Rio Grande do Sul. São pessoas que conheceram a Casa em outros Estados também ajudam. Muitas doações vêm da Nossa Casa e, explicando com uma brincadeira que faço sempre, o Chico vive dos desencarnados. Sempre que uma família perde alguém, as doações de posses materiais dos que faleceram nos é entregue”, complementa. Hoje a instituição está completamente organizada. Com o bazar, que movimenta fundos, o número de voluntários é crescente a cada ano. Na Casa de Francisco muito se dá, mas muito se aprende.


“No começo, tentamos várias coisas e fracassamos como a sopa aos carentes e ainda quando oferecemos um espaço onde as mulheres pudessem cozer a roupa de seus filhos, concertar suas e da família e, para facilitar ainda mais disponibilizamos um espaço para que seus filhos fossem cuidados e auxiliados nas necessidades escolares. Mas o que vimos foram mães que não utilizaram o espaço da costura e iam até o Chico para deixar as crianças. Elas não queriam trabalhar. Hoje vejo que as idéias chegam cedo de mais e, em razão disso, abortaram”, comenta Nydia.


Mesmo com os percalços vividos, a casa foi reformada com um projeto da arquiteta Maria Eduarda Velho. Em dezembro de 1997, iniciou-se a obra que é hoje a Casa.


Um dos carros chefe da casa é o Projeto Enxoval do Bebê. Criado inicialmente para mães prostitutas, hoje atende todas as mães, sem questionar a procedência da criança. As genitoras levam para a casa o enxoval completo do bebê, assim como recebem instruções sobre doenças sexualmente transmissíveis, a importância do controle neonatal e a utilização de métodos contraceptivos. Hoje, como a evolução infantil, são confeccionadas roupas para crianças já em idade escolar. Este trabalho é coordenado por Neli Morales e faz parte do Departamento do Caminheiro.

O Chiquinho ainda tem o Departamento Ageu Figueiras Lobo, responsável por atendimentos médicos e psicológicos. O Departamento Alexandre Spillmann trata do material escolar, biblioteca e entrega de livros e revistas. Já a organização de rifas, eventos comemorativos, chás, campanhas e divulgação estão a cargo do Departamento Social. O repasse de doações de roupas e calçados aos assistidos e demais instituições carentes é de responsabilidade do Departamento Ruth Pegoraro.



O Departamento Jacira Andrade realiza mensalmente a entrega de ranchos. Os ranchistas são selecionados pela Assistente Social, Ana Lúcia Marques, e ficam por seis meses recebendo o auxílio. No dia da entrega é feito um encontro com a psicóloga Isabel Teixeira da Silveira. O momento propicia uma conversa para diminuição de ansiedade, elevação da auto-estima e realização de preces. As necessidades destas pessoas são inúmeras, desde uma máquina de cortar grama como apoio ao material escolar dos filhos. Nestes momentos, quem já está há algum tempo participando desta dinâmica conta sobre sua evolução. No mesmo dia é oferecido um lance. Os preparativos de Nuria e Marco Delamônica começam cedo: bolo, cachorro quente, suco e muito carinho. Após é feita, então, a entrega dos mantimentos.





Na Casa de Francisco, que está em 2009 comemorando bodas de Pérolas por seus 30 anos, os mais de 59 voluntários que circulam semanalmente por lá, doam sem cessar, o ano todo, mas ali aprendem muito. Neste ano, um novo projeto inicia-se no Chiquinho: as oficinas de artesanato. As aulas realizadas aos sábados são uma maneira de ensinar a pescar para que as pessoas, ao buscarem auxilio, aprendam a trabalhar em seu favor. Após um período da realização das oficinas, será montada uma feira, aberta à comunidade para que os trabalhos desenvolvidos sejam revertidos em renda para essas pessoas.




“É um mundo a parte, um mini-mundo, ali lidamos com problemáticas humanas e com pessoas. Temos uma equipe muito boa e, o que eu puder fazer para evitar uma guerra, eu vou fazer. Nossa caminhada foi inesperada, mas hoje o Chico auxilia e nos ensina também. Compensa muito”, conclui Nydia.








Bazar do Chico

Corrigindo-me

No texto “De um outro plano”, em homenagem a Nydia Correia, executora da Casa de Francisco, sugeri a leitura da Matéria sobre a casa no Blog. O conteúdo não estava publicado ainda. O próximo Post trará a matéria na íntegra, contando a história do Chiquinho.
Esta foi a última entrevista concedida pela Nydia à mim. Espero que as palavras toquem o coração de todos, como eu fui tocada por esta história e pelo dia-a-dia da Casa de Francisco, regida pelo amor dos franciscanos do mundo espiritual.
Quem quiser realizar doações ou ainda ser voluntário, entre em contato através do e-mail: silveira.bruna@gmail.com
Bruna Silveira

Friday, September 04, 2009

Wolfe neles



Por Bruna Silveira


Um dos maiores jornalistas do mundo, aterrissa no Brasil em novembro.
O jornalista que se tornou ícone pela escrita literária no jornalismo, durante os anos de 1960, vem trazer todo seu conhecimento no Fronteiras do Pensamento 2009.
Os tratamentos de texto trazidos por Wolfe, produziu um novo estilo para o jornalismo: o New Journalism – o famoso jornalismo literário.
Sua carreira como repórter, incrementa seu currículo com passagens pelo The Washington Post, Enquierer e New York Herald.
Suas obras mais conhecidas são Fogueira das Vaidades, Os Eleitos e claro Radical Chique e o Novo Jornalismo.
Vale a pena beber desta fonte.Mais informações no site:
www.fronteirasdopensamento.com.br


Uma boa dica para conhecer Wolfe.

De um outro plano

Por Bruna Silveira

Às vezes somos pegos de surpresa no turbilhão da vida. Acontece e basta estar vivo na terra para, em alguns minutos, estar vivo no plano astral.
Como um anjo, foi fazer morada no mundo real, a presidente do Grupo Libertação – Nossa Casa – centro espírita que freqüento, nossa diretoria espiritual, Nydia Correa. Além deste cargo, ela foi uma das fundadoras da casa, que completa mais um aniversário no próximo dia 7. Além disso, ela foi a criadora, no plano terreno, da Casa de Francisco, sendo até abril deste ano sua presidente. (a matéria na íntegra sobre a história do Chiquinho pode ser conferida neste blog).
Afastada deste maio deste ano das atividades de ambas as casas, para justamente cuidar um pouco mais dela, Dona Nydia partiu na noite do dia 1º de setembro. Com complicações respiratórias, a grande líder foi ter com seus amigos.
Enquanto os céus estavam em festa, a terra estava chorando. Mais que criadora das casas, diretora e presidente, Nydia era a mãezona de todos.
Sempre com sorriso espontâneo, nunca deixou uma pessoa sem atendimento, sua sala nas quartas-feiras á tarde – quando então atendia na Nossa Casa – estava sempre lotada. Quem pudesse ficar com certeza não saia antes dela. Era uma aula e tanto. Só ela sabia instaurar a paz dentro de cada um e colocar o sorriso em nossos rostos.
Dedicada, espírita das melhores que já conheci até hoje, amiga, conselheira, contava com uma mega equipe do alto para auxiliar-nos. Ontem a tarde, a casa estava órfão. De pai e de mãe, de amor. A tristeza pairava em todos os cantos, estava impressa em encarnados e desencarnados que foram desenvolver seu trabalho semanal.
Em sua despedida, algumas horas após o desencarne, feita por meio de uma comunicação psicográfica, Nydia garantiu que voltaria em breve, para então do alto nos auxiliar. Como sempre, preocupada, em dar o seu melhor.
Tenho a certeza que ela voltará, em breve, com seu olhar de lado, que coloca medo em quem não conhece tanta ternura e conhecimento de perto. Medo que pessoalmente senti e que em tempo perdi.
No dia de sua cremação, uma capela lotada contava com amigos, admiradores, familiares e dois sentimentos latentes: amor e respeito. Para esta grandiosa pessoa, só resta dizer: obrigada por tudo!