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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Monday, July 05, 2010

Saudades boas

Por Bruna Silveira


Há 14 anos não conto mais com o toque físico do meu velho avô Paulo. Hoje este dia se transforma em luto, mesmo um luto leve, mas um luto. Independente de nossos contatos por meio do mundo astral, como estou humana, sinto falta dos dedos longos a me alisar os cabelos, do sorriso largo de todas as manhãs, tardes e noites e, por tudo que dele em mim ficou.

Homem que me ensinou a amar, a respeitar e a ter medo dos vivos e não dos mortos, foi minha ponte para conhecer o espiritismo. Mesmo eu nunca tendo contado para ele isso em vida, sei que hoje ele sabe que, quando o via doente, me questionava para onde ele iria ao partir da terra. Busquei resposta e encontrei o meu caminho e o dele. Nossa dança das almas hoje está em outras paragens. Encontramos-nos quando vou, nos encontramos quando ele vem. E hoje sou de muito ele, de muito dele e sempre estará gravado em minha alma o que ele me ensinou, o que ele me deu de bom e o que sempre que pode me dá.

Hoje sei que ele se faz mais necessário lá do que aqui. Uma alma como a dele tem muitas coisas a fazer, muito mais do que ouvir meu lamentoso choramingo de saudades. Mas, como o amor incondicional e verdadeiro liga as pessoas, estamos nós ligados pelo fio do amor limpo, que faz crescer e que traz a paz.

No dia de hoje, não uma homenagem ecumênica, mas homenagem ao grande homem de muitas vidas que tive, desta vida e das próximas. Algo que não cabe em palavras, textos e demais expressões visíveis. E, como dizia um pedaço da música que escutava no dia em que ele partiu: “A riqueza que nós temos ninguém consegue perceber. E de pensar nisso tudo, eu homem feito, tive medo e não consegui dormir... Vamos lá, tudo bem, eu só quero é me distrair, esquecer desta noite, ter um lugar legal pra ir, já entregamos o alvo e a artilharia, comparamos nossas vidas, esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar”. [Legião Urbana, teatro dos vampiros]. E irão, como já estão, ligadas pelo coração.

Ainda há outra música que me remete muito a ele. Na seqüência a reprodução do vídeo aqui.

Ao meu grande homem, meu muito obrigada por todos os dias. Que a luz do pai maior brilhe sobre ele em todos os seus passos e instantes.

AMO-TE Paulinho!

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