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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Wednesday, April 27, 2011

Só em sonho...

Por Bruna Silveira
Acredito que há mais de dois anos tenho o mesmo sonho de consumo: uma casa no campo, na serra, no interior – qualquer lugar menos a capital – onde como dizia Elis Regina, possa receber meus amigos, cultivar minhas plantas e meus livros.

Por hora esse sonho é impossível. Para que essa singela casinha exista é necessário que se trabalhe antes, se junte dinheiro para então realizar o sonho. O que desejo para o dia de hoje, talvez eu concretize daqui 20, 30 anos, ou talvez nunca... Sei que o andar da vida às vezes dá voltas e os sonhos devem ser adaptados.

Mas em meu desejo essa casinha é tão simples, tão simples e esse sonho tão forte, mas tão forte, que chego a imaginar o local, o que teria em volta da casa, às flores que cultivaria – orquídeas com certeza fariam parte – e até a parreira igual a da casa do meu avô esta lá. Sem fazer esforço algum, enxergo o portão branco e um casal de labradores e seus filhotes a brincar na grama verde. O laguinho com as tartarugas...

Dentro visualizo a lareira, o sofá de couro e os pufes imitando pele de boi. As cortinas de crochê cor de creme, a mesa de madeira. Vejo a cozinha com as panelas penduradas e as lajotas com detalhes florais em azul e branco.

Vejo meu quarto, com uma janela-sacada onde posso contemplar o meu laguinho, meus cachorros e meus filhos brincando, lógico. Dois meninos, no mínimo. Vejo a poltrona onde me sento para ler, a cama gigante com mosqueteiro – sim gosto dessas “necessidades” do passado. A penteadeira com um espelho grande com moldura dourada.

E finalmente vejo a minha sala de livros. Não existem paredes, existem estantes de livros, apenas um espaço com uma janela. No meio uma escrivaninha xerife, meus papéis, uma máquina de escrever – sim, aprecio – um abajur, a foto da minha família e a felicidade entrando e saindo por todos os lados.

Não sei se seria plenamente feliz ali. Mas seria feliz. Buscaria a paz que todo mundo deseja, faria uma das coisas que mais gosto, ler e escrever. Cultivaria um amor, animais, flores. Ensinaria meus filhos. É, acho que seria feliz. E, para eu ser feliz nesse lá, nada melhor que começar a fazer agora. Para que então um dia eu me lembre do esforço que fiz para realizar esse sonho e consiga, durante o crescimento de meus filhos, mostrar à eles como às vezes as metas são simples, assim como os desejos, que os caminhos são tortuosos mas que, apesar de tudo, valem a pena.






Saturday, April 16, 2011

Entropia da rede


Por Bruna Silveira

Diz Manoel Castells*: vivemos em uma sociedade de rede, com “nós” interconectados. Estamos, hoje, todos fadados a conexão. Dentro da rede. O regional virou nacional que virou global e todo mundo esta no mesmo “sitio”. Existem vantagens? Sim. Desvantagens? Muitas, inúmeras na minha humilíssima opinião. Ao mesmo tempo em que podemos conhecer locais novos, culturas diferentes e interagir com elas, perdemos nossa identidade. Ou seja, continuamos sabendo quem somos mas, na rede, somos o que somos? Ou melhor, continuamos únicos ou uma avalanche copiadora humana nos assola no asfalto. Em se falando de web, nos afoga em um oceano sem fim.
Redes sociais como Orkut, Facebook, Twitter, Second Life entre outras que surgem a cada dia, proporcionam interação entre os seres humanos. A realidade hoje esta mais para o que nos apresentamos ser ali do que verdadeiramente somos. Amigos se reencontram, se encontram, se desconhecem... A facilidade do roubo de identidade é enorme. É a realidade virando virtual ou vice-versa? Uma questão a se pensar.
Para sermos aceitos na sociedade em rede precisamos mostrar um perfil alegre, com fotos de propaganda de margarina, temos que estar sempre de bom humor, citar frases felizes e jamais deixar que percebam o que vai no nosso íntimo. Até certo ponto, acho isso muito válido, invasão de privacidade é o fim e isso a rede proporciona e muito. Mas questiono porque não podemos ser o que realmente somos. Temos que expor algo que nem sempre é verdadeiro ou passamos a ser pessoas chatas.
A entropia ultrapassa as redes, se fazendo dentro delas e saindo para a sociedade real, ou, saindo do real para o virtual. Ao mesmo tempo em que descobrimos o mundo, somos descobertos por ele. E, muitas vezes nossos gostos, perfis, frases e até amigos são “roubados”. O que antes não tínhamos muito conhecimento, o que era apenas marginalizado, hoje se torna comum na sociedade de rede: o roubo de personalidade. Ele existe sim, vem de onde menos se espera.
As ligações ilimitadas que podemos fazer por um clique, mostram que pessoas sem personalidade podem roubar a sua. Podem querer ter amizade com pessoas do seu circulo real que elas nem conhecem, apenas descobrem que são seus amigos. E não falo de desconhecidos dentro de sua rede, falo de pessoas próximas, que também estão ligadas pela máquina tecnológica. De repente, você se vê projetado no, se perde, pensa que viu errado e daqui um pouco parece que o original é o genérico. Sim, isso existe nesse ambiente e não falo de hackers entrando no seu computador, falo de amigos dentro de seu perfil social.
Em um perfil social obviamente seus gostos começam a desenhar sua personalidade e isso é um problema. Acredite em mim, isso existe e, reafirmo, não vem de um desconhecido.
Muito cuidado é pouco ao mostrar-se como você é! Por mais que suas informações sejam protegidas, existem pessoas que tem acesso e podem pegá-las, usá-las, deturpá-las e ainda borrar sua imagem. Regrinha básica do marketing pessoal: seja você com todo glamour que puder, mas esteja preparado para o rebote.
Sei que muitos podem não concordar com meu ponto de vista. Sei ainda que muito deve ser falado sobre isso. Mas me preocupa deveras o fato da falta de respeito e, principalmente, da intimidade que se perde na rede. Como se você tivesse obrigação de estar sempre conectado, sempre em contato com as pessoas. Nem sempre é isso que se busca. A sociedade em rede vai além de relações sociais. Ela abre um mundo de conhecimento e, só quem realmente vê isso, deixa de lado as buscas incessantes pela vida dos outros e vai construir seu próprio universo. O mundo esta em suas mãos e você nas mãos do mundo.

*Manoel Castells é sociólogo, autor do livro Comunicación y Poder, Alianza Editorial.


Wednesday, April 13, 2011

Segunda mãe


Por Bruna Silveira


Há quase um ano penso nesse post. Hoje resolvi tomar vergonha na cara e escrevê-lo. Quando em 2009 recebi a notícia que seria dinda juro, não acreditei. E no próximo dia 15 minha alemoa, chamada Kayla, completa seu primeiro aninho terreno. Entre Dj’s e holofotes, a alemoa promete arrasar. Sim, ela é bem polaca, linda, linda! Nascida em Três Coroas, Rio Grande do Sul, a baixinha ganhou meu coração. Jamais pensei que poderia, justo eu, me apegar tanto a uma criança. Talvez as minhas tentativas de distância desses seres tão queridos, se desse pelo fato de ainda não ter os meus rebentos. Continuo não os tendo, por hora, porém confesso que não me sai da cabeça essa vontade. Ainda mais agora, com esse contato onde a gente pensa que ensina e na verdade reaprender a arte de amar, aprende sobre sinceridade e autenticidade. Sim, as crianças são assim. Nossa união me fez um pouquinho mãe. A “segunda mãe”.




Sei que quando aquele sorriso vem é porque é verdadeiro, quando o pedido de colo surge também. Ok, o colo pode ser, também, intencional, pois assim ela consegue mexer nos meus brincos. Mas afinal, ela é uma guria! Natural que seja assim... Como eu, a pequena também é braba e olha que nem temos o mesmo sangue. Mas tenho certeza que na hora certa ela aprende a medida da calmaria e da fúria. Ainda é muito cedo.














Fiquei com o coração na mão ao saber que ela ia para a creche, a cada febre fico preocupada, a cada choramingo pelo telefone ou foto vista na Internet lacrimejo. Mas o amor deve ser assim mesmo, uma saudade boa, vontade de estar junto e contar as horas para poder ver.




Agora, então, que ela completa sua primeira primavera, reforço meu desejo para que ela se torne uma mulher segura, feliz, amável - como já é - resoluta e menos braba. Desejo que ela não tome as mesmas “lambanças” que eu tomei na vida, mas que tenha erros em sua caminhada para poder aprender. Desejo que quando ela esteja grande, possa confiar nas pessoas a sua volta, mas também saiba a medida dos relacionamentos sociais e amorosos. Desejo que se valorize, que coloque em primeiro lugar sua moral e possa ser solidária com o outro. Mas, acima de tudo, desejo que um dia ela tenha a mesma felicidade que eu tive ao me tornar dinda. Que tenha a mesma sorte de abrir sua vida para um ser iluminado que só pela sua presença gratifica. Que ela seja em sua trajetória tão ou mais feliz que eu, mas feliz dentro do que acredita. E que comemore mais e mais primaveras, levando a alegria da criança e a sabedoria de mulher.





Destino: chocolate


Vitalitá leva grupo da terceira idade para a Chocofest



No dia 16 de abril, a partir das 10 horas, a Vitalitá realiza o passeio voltado para as pessoas da terceira idade com destino à Chocofest, em Gramado. Com esse encontro a Vitalitá deseja proporcionar boas experiências e momentos inesquecíveis entre os participantes ao vivenciarem a grande festa do Chocolate.




Resgatar a magia das páscoas mais antigas e presenciar todo o encanto da cidade “Gostosura” com desfiles, guloseimas e muito chocolate. Isso é o que a Vitalitá, responsável por promover a saúde na melhor idade, quer oferecer a todos nesse encontro da Chocofest, que tem duração de um dia inteiro.


Durante o passeio os participantes serão recepcionados pelo Conde Guloseima e irão visitar o Planeta Chocolate, a Vila da Páscoa, ver a decoração das ruas e fachadas de Gramado, visitar a exposição de ovos decorados e conhecer a Páscoa no mundo com exposição de ovos gigantes.


Interessados nesse saboroso e divertido passeio podem ligar para (51) 3264.3312 e (51) 9209.1992 ou mandar um e-mail para vitalita@vitalita.net.br para reservar lugar.




Serviço:



Passeio para a Chocofest



Datas: 16 de abril de 2011 - Sábado

Horário: saída às 10 horas

Local: Vitalitá – Rua Tomaz Flores, 134 – Bairro Bom Fim, Porto Alegre/RS

Valor: R$ 120,00

Público: pessoas com mais de 50 anos



Alexandre Dias: “o mundo desenvolvido coloca a educação como uma visão de competitividade”

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Tuesday, April 05, 2011

Últimas vagas para o “Programa Vida com Qualidade”do mês de abril





A Vitalitá, especializada em realizar cursos para o cuidado e apoio à saúde do idoso, disponibiliza as últimas do “Programa Vida com Qualidade” que é voltado para pessoas com mais de 50 anos que buscam melhorar seu bem estar e sua qualidade de vida. O curso acontece nos dias 07,14, 20 e 27 de abril, às 14 horas, na Vitalitá, bairro Bom Fim.




A partir do dia 07 de abril iniciam as atividades do “Programa Vida com Qualidade” que terá oficinas para aumentar o bem-estar físico e mental dos idosos como alimentação saudável, Yoga, debate de filme e prevenção para evitar quedas no domicílio.




As aulas dadas por nutricionistas, professores de Educação Física, psicólogos e fisioterapeutas, todos especializados na saúde do idoso; têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos participantes, estimular a longevidade e o bem-estar.




O Programa já está em sua segunda edição e é um sucesso tendo mais de 30 participantes. Interessados podem entrar em contato pelos fones (51) 3264.3312 e (51) 9209.1992 ou pelo e-mail vitalita@vitalita.net.br.






Programa Vida com Qualidade




Datas: quatro encontros semanais, com início no dia 07 de abril de 2011




Horário: das 14 horas às 16 horas




Local: Centrarte (Centro de Estudos em Arteterapia, Psicologia e Educação) Rua Tomaz Flores, 134 – Bairro Bom Fim, Porto Alegre/RS




Público-alvo: pessoas com mais de 50 anos






Inscrições e informações: (51) 3264.3312 e (51) 9209.1992 ou pelo e-mail vitalita@vitalita.net.br






Programação completa das oficinas




07/04: Oficina de alimentação saudável




14/04: Atividade física: Yoga




20/04: Debate: filme




28/04: Evitando quedas no domicílio








Monday, April 04, 2011

Fui entrando...


Por Bruna Silveira






Como o sol entrando em cena todas as manhãs, fui entrando mais e mais na vida, sem me dar conta dela passar. Ai, por alguns segundos, algo me faz pensar em quanta coisa aconteceu, quanta coisa mudou e eu apenas fui entrando, fui vivendo, fui indo... Nem sei mais o momento exato que me tornei mulher, que deixei a menininha de lado e virei alguém no mundo dos adultos, que tanto almejava.


Sentada no banco da faculdade onde faço mestrado e, onde fiz minhas duas graduações – diga-se de passagem, quase nasci, pois ali meu pai trabalhava – me dei por conta quanta coisa tinha mudado em mim. Dos meus idos tempos em que minha maior preocupação era lavar o cabelo antes de chegar à aula das 08h sem me atrasar, mas, tendo tomando o meu café com leite matinal. Lógico, no bar da faculdade. Na preocupação que tinha, ao aproximar-se o final de semana, já que precisava pensar em que local sairia com a minha turma da faculdade. Como era bom “terminar o dia” às 11h30min. ir para casa almoçar e, de vez em quando, fazer um trabalho ou revisar um conteúdo. Bom, isso nunca deixei de fazer, estudar. Gosto tanto que como citado acima foram duas graduações e agora um mestrado.


Então, naqueles rostos vi a antiga Bruna, feliz com os amigos, sem grandes e maiores preocupações. E me dei por conta da Bruna ali sentada, esperando os minutos passarem para poder receber uma orientação de trabalho. A Bruna que precisava vencer as leituras e apresentações do trabalho da semana, que precisava pegar documentos para declaração de imposto de renda, que precisa achar um vestido para o aniversário de um ano da afilhada, ler material para compor um artigo, dar banho no cachorro, saber se o pai melhorou da gripe e se a mãe precisa de alguma coisa em casa. A Bruna que precisa comer rápido e ir trabalhar, lavar as roupas, ver se o salário foi creditado, separa as contas a pagar...

De repente, em mim existia outra Bruna, somada a mesma alma nascida há 31 primaveras. Não sei exatamente o momento em que virei adulta. Em que resolvi que minha carreira profissional estaria acima de qualquer coisa na vida. Mas que ao mesmo tempo, quer criar uma família. Descobri que a Bruna de uns 20 anos atrás teria orgulho desta de hoje. Ah, quando eu recebia meu boletim todo vermelho, e os xingamentos do meu pai por isso, soubesse como e onde eu estaria hoje, juro eu não ia ter chorado noites e noites por me sentir fracassada. Mas, talvez por ter me sentido assim um dia, um fracasso total, alguém que não ia dar em nada e não serviria à nada, eu não seria quem eu sou. Pena que perdi o ponto de quando tudo isso começou. Mas começou, segue e seguirá todos os dias. Hoje eu tenho, sim, muito orgulho de tudo que fiz, do que faço e de quem eu sou e de quem eu ainda posso ser. Hoje sinto pena das pessoas que um dia foram comparadas a mim, não por eu ter me tornado superior, ou melhor, mas por saber que cheguei lá, independente do que me disseram. E vou mais, sempre podemos ir mais. Todos que um dia não acreditaram em mim devem estar espantados com tantas e tantas coisas que já fiz. E nada do que fiz foi para provar nada a ninguém, foi porque eu quis, porque só a mim eu devo algo e só eu sei o sabor e a delicia de ser quem sou, do meu jeito, não do jeito dos outros.

Com esse post “dedicado a mim” sem falsa modéstia, quero mostrar que todo mundo pode ser o que quiser, o que sonhar. Mas precisa acreditar em si. S às vezes cansa? Cansa! Se parece que estamos perdidos? Sim, parece! Que faltam forças? Sim, mas Deus nos guia e nos mantém! Parece que as pessoas não gostam do que estamos fazendo? Ih, o que mais tem. Mas eu não provo nada a ninguém, apenas a mim! Que tem um monte de gente tentando tirar o foco ou puxar o tapete? O que mais tem também! Mas confiar sempre é o lance. Além de sempre, sempre pensar: farei isso da minha vida? Então me esforçarei para ser a melhor. Dá certo, eu garanto, basta dançar sua própria música! O espetáculo esta no ar!