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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Friday, October 31, 2008

Dada a largada

Por Bruna Silveira





Inicia nesta sexta-feira, 30 de outubro, a 54ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Para receber os amigos deste ano, o Patrono Charles Kiefer que irá comemorar seus 50 anos durante o evento.





Até o dia 16 de novembro, amantes da arte da leitura, escritores, artistas culturais e a comunidade serão presenteados com a 54ª Feira do Livro de Porto Alegre. Este ano, o maior evento das letras contará com 167 expositores e livreiros. Com funcionamento das 13h às 21h, todos dos dias, o maior número de bancas será da área geral que contará com 122 estandes. Para esta edição, a área de alimentação também contou com modificações para melhor receber os visitantes.

Sempre com o objetivo de popularizar a leitura, a Feira do Livro traz esse ano oficinas de planejamento, publicação e cuidado com os livros. Além disso, em outras oficinas serão discutidos temas como o ano de 1968.

A programação completa da Feira do Livro deste ano pode ser encontrada no site
http://www.feiradolivro-poa.com.br

Thursday, October 30, 2008

Descontrole

Por Bruna Silveira





Já ultrapassamos as barreiras permitidas. De erros e acertos. A vida não termina aqui, renova-se a cada instante. Sentados em casa, vendo a programação preferida, menos erros se comente, menos chance de acerto também.
Num piscar de olhos o amor se foi, ao lado dele a nuvem negra da solidão, a cama vazia, a coberta amassada, as escovas de dente, as noites mal dormidas. Embora a insônia esteja presente por um tempo, é na solidão escura que vaga o pensar e não as mãos ansiosas por amar.
Dói estar só, dói se sentir só. Todos somos só. Todos somos um...
Assistir televisão em casa causa sim menos danos, à saúde psíquica, ao coração, que fica vazio. Assim como a cama.
Chega um tempo que errar não é mais aceito, ser feliz não significa presença física e sentir dor faz parte da caminhada terrena. Mas definitivamente, a acomodação contribui. Não contribui para vermos o mundo lá fora, as pessoas não conhecidas, os caminhos não percorridos, as praças floridas a chuva que molha e alivia.
A busca pela felicidade é interna, mas é na rua que ela se concretiza, é dando a cara a tapa. Mesmo sabendo que não há mais tempo para o erro.
O certo e o errado vai de cada um, o que não dá é para se corromper. Seja por amor, trabalho ou amizade. O saudável está em falta ou então, nos perdemos pelo caminho.

Wednesday, October 29, 2008

Machado de Assis, renovador e atual

Por Bruna Silveira









Cem anos depois da morte, o escritor brasileiro continua uma referência na literatura mundial.
















Lembrado como um dos maiores literatos do Brasil, Machado de Assis, advindo de família humilde, foi romancista, cronista e poeta. As ações rotineiras do homem eram sua maior inspiração. No ano de seu centenário de morte, o fundador da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras mostra-se, ainda, atual.

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Machadinho, como era conhecido por seus amigos, dividia a ânsia de escrever com o trabalho burocrático em um ministério, chegando em 1889 a diretor de Comércio.
Durante sua formação, Machadinho contou com o apoio de Madamme Gallot, proprietária de uma padaria. O forneiro do local lhe forneceu as primeiras lições de francês, tornando-se mais tarde, um poliglota. Assim, o literato, durante sua trajetória, traduziu obras do francês Victor Hugo e do norte-americano Edgar Allan Poe.
Machado de Assis, iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, aos 15 anos estreou na literatura com a publicação do poema Ela na revista Marmota Fluminense e, em seguida, tinha como amigo e admirador o romancista José de Alencar, principal escritor da época.
Como escritor de livros, sua primeira obra publicada foi uma reunião de poemas intitulado Crisálidas, no ano de 1864. Com a estabilidade financeira garantida pelo trabalho burocrático, Machado de Assis inicia seu período romancista em 1872. Porém, também é considerado hoje, além de um dos maiores homens da literatura do país, um escritor do realismo.
Utilizando-se de introspecção, humor e pessimismo com relação à essência humana e seu relacionamento com o mundo, Machado, segundo a professora Dileta Silva Martins, doutora em Letras, o escritor definiu-se como inovador não só na linguagem como na estrutura do romance. “Uma de suas qualidades era subverter a ordem narrativa como em Memórias Póstumas de Brás Cubas”, comenta. Dileta explica, também, que as cogitações filosóficas, o humor amargo, o tempo e a memória transformaram o romance do século XIX. “As personagens traduziram aquilo que em Machado foi classificado como o homem subterrâneo, buscando no recôndito do ser humano suas emoções e sentimentos”
Dileta Silveira Martins também destaca que o escritor alagoano trabalhou com a intertextualidade. “É um recurso muito utilizado por escritores que consiste em usar outro texto no seu próprio texto”, explica a doutora em Teoria Literária. “Machado se utiliza de passagens da Bíblia, dos escritores ingleses e franceses e até textos coloquiais como frases feitas. A intertextualidade pode ser de temas, de linguagem e de sentido”, conclui.
Por suas obras voltarem-se para problemas relacionados com o gosto da época, incluindo sua relação com os modelos lingüísticos, Machado apresentava em suas obras também o estilo do realismo visto em Quincas Borba, seguida de Dom Casmurro. Considerado pelo norte-americano Harold Bloom um dos 100 maiores gênios da literatura de todos os tempos, ele mescla em suas obras elegância e crueldade.
Machado de Assis, casado com Carolina Augusta Xavier Morais, teve nela sua maior inspiração. Carolina não lhe deu filhos. Dois anos antes de sua morte, o escritor perdeu a esposa. Sua vida ficou em preto e branco e fez declarações de que gostaria que ela lhe esperasse além tumulo. Neste período, escreveu seu último romance, Memorial de Aires, que conta o drama de um viúvo solitário. Com infecção intestinal e úlcera na língua, Machado de Assis vai pela ultima vez à Academia Brasileira de Letras no mês de agosto. Em 29 de setembro de 1908, morreu com a certeza do reconhecimento do público por sua literatura e suas críticas.
Considerado o maior expoente de todos os tempos da literatura nacional, Machado de Assis ganha, no ano de seu centenário de morte, uma programação especial na Academia Brasileira de Letras e, a Lei nº 11.522 que institui o ano de 2008 como o Ano Nacional de Machado de Assis. Além disso, já foi lançada a obra Toda a Poesia de Machado de Assis, pela editora Record. O livro organizado pelo professor universitário Cláudio Murilo Leal trará aos leitores toda a vertente da poesia machadiana. Serão quase 200 poemas não só dos livros publicados como também outros dispersos em jornais e publicações sob pseudônimo. Um funcionário burocrata que se mostrou genial.






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Ele o conheceu na biblioteca do avô

O estilo literário de Machado de Assis é estudado nas escolas de todo o Brasil e marca a vida de muitas pessoas, justamente pelo seu estilo realista. Mas, em alguns casos, a paixão por Machado de Assis nem sempre chega durante o período escolar. Henrique Perin, formando em jornalismo, deparou-se com as obras de Machado de Assis aos nove anos de idade.
Sem muita opção do que fazer durante as férias na casa dos avós no interior do Rio Grande do Sul, o refugio do pequeno Henrique eram os livros da biblioteca da casa, nem sempre em português. Dos raros de nossa língua nativa estavam Érico Veríssimo, Euclydes da Cunha, Monteiro Lobato e uma série completa de Machado de Assis, edição luxo do ano de 1957.
“Os livros de Machado me alucinavam pela forma como a qual Machado de Assis fluía a história”, lembra. “Memórias Póstumas, por exemplo, além de ser revolucionário para a época em que foi escrito, foi marcante pra mim, simples leitor de histórias em quadrinhos. A maneira como estão descritos os personagens. Nunca antes havia lido, em lugar algum, que uma mulher pudesse “ter olhos de cigana oblíqua e dissimulada, olhos de ressaca”, como em Dom Casmurro. “Aquilo para mim foi quase uma revelação, como quando uma pessoa recebe a “visão” de um anjo, ou lhe designa alguma tarefa”, explica.
Ao conversar com o avô sobra as histórias lidas, Henrique descobriu que Machado de Assis era jornalista e pensou ser este o seu caminho. “Com a ingenuidade que apenas uma criança de nove anos pode ter, pensei em seguir a carreira. Essa é, talvez, a mais antiga lembrança de como escolhi minha futura profissão. Queria ser igual ao Machado, escrever como ele, pensar do mesmo modo, enfim, algumas vezes emocionado com os livros” comenta. A idéia de Perin não era, como a da maioria das crianças, ser os personagens de histórias, e sim o criador deles. “Fantasiava ser o próprio escritor. Ter poderes sobre o destino, as emoções e sensações dos personagens. E como eram reais esses personagens!”, elucida o fã que quando criança facilmente enxergava os personagens de tão reais que lhe pareciam.
Porém, além dos romances realistas de Machado, Perin também estreitou laços com o jornalista Machado de Assis e tem em seu conceito o literato como um jornalista político. Para ele, Machado “sempre será encontrado debruçado sobre as enfastiadas atas da Câmara de Deputados, ou ouvindo os chatos e repetitivos discursos proclamados para as paredes, pelos deputados. Mas com certeza, assim como Balzac, na Comédia Humana, essas pessoas serviram de inspiração e molde na criação de seus personagens, assim como os costumes e características do Rio de Janeiro do século XiX, elucida.

*Do visível ao invisível – em busca da paz

Por Bruna Silveira




Quinta-feira, 1º de maio. Dia do trabalho. Quando muitos folgam, quem trabalha para a outra dimensão não pode deixar para depois. Às 15h, começava a sessão religiosa no Centro Espírita de Umbanda Nossa Senhora Aparecida. Localizada na rua Buarque de Macedo, a casa foi fundada em 1959 e tem sede própria.

Na frente, já se podia ver o burburinho de gente, sentada no jardim. Na entrada da casa de dois andares, havia um jardim com muitas flores, dois bancos e um gatinho, de verdade. Para fora do portão azul de ferro, mais pessoas se encontram, conversam, fumam e pensam. Dentro de poucos minutos, ali dentro da casa, poderão achar as soluções para o seu problema. No interior do recinto, a mesa da recepção, localizada à direita, contava com três pessoas para pegar a ficha. Atrás da mesa, um armário de madeira, com portas de vidro onde estavam guardados os livros. À direita da mesa, um quadro de Preto Velho. Na mesa de madeira do atendente Osmar, vestido todo de branco e com um colar de contas verdes claras, estavam as fichas de passe e de consulta, bem como um caderno aonde era feito os registros de entrada do público. O caderno de capa verde, pouco maior que o convencional, continha nome, endereço e o tipo de ajuda que a pessoa foi buscar.

Ainda no primeiro andar da casa, de frente para a mesa, havia uma parede que dividia os banheiros, masculino e feminino. E na parede fotos da corrente trabalhadora da casa. Ao fundo deste mesmo andar, localizava-se uma pequena livraria, uma fonte com luz e água e uma pequena lancheria. Ambas com pouco movimento, uma vez que o ponto principal do centro de umbanda ficava na parte superior da construção.

Subindo um lance de 20 degraus, estava o andar destinado para o atendimento. Dividido em duas partes, ao findar a escada, estavam bem dispostos nove bancos de madeira clara, cheios de gente. Na frente dos assentos havia uma divisão, como uma pequena grade de madeira, com entrada pelas laterais, cobertas com pano branco e flores. A parte de trás era o altar. Os trabalhadores da corrente já estavam presentes, todos vestidos de branco. Ao fundo do altar havia a imagem de uma cachoeira e em sua frente, no centro da pintura, uma cruz com colares de contas de diversas cores em volta das duas extremidades. Sob a pintura um quadro com os dizeres “Salve Jurema” e um pouco a direita, na mesma parede do fundo, um quadro com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que na umbanda tem o nome de Oxum.

Nas paredes, na parte interior do altar, havia abajures dispostos em luzes que são energizantes e contribuem com o trabalho. De ambos os lados, havia as cores lilás, azul, laranja claro, vermelho, amarelo e verde. Na entrada para o altar, a direita, localizava-se Olga, a ajudante e organizadora dos cultos. Sua função era de manter a ordem do lado de fora, para que as pessoas não falassem muito, e depois mediar o atendimento individual e as entradas no altar.

Às 14h50min, a corrente se formou em frente à cruz, em círculo. Com som ambiental e cheiros de insenso que lembravam o Oriente, de mãos dadas, os trabalhadores começaram a rezar e entoar cânticos ao povo de Aruanda, comunidade espiritual localizada na outra dimensão da vida. Um dos médiuns colocou-se à frente do público e leu uma mensagem sobre o amor a si e a confiança que cada um deve depositar em si, como fontes de vida que somos. Logo após, um a um dos médiuns foi incorporando e realizando passes – troca de energia – uns nos outros. Uma cerimônia limpa de se ver, sentia-se as energias do momento, e foi difícil muitos conterem a emoção. Após uma hora de saudação ao povo do oriente, foram abertos os trabalhos com estes seres. Olga explica que, geralmente o trabalho com as energias e seres do oriente visam a o equilíbrio da saúde. Naquele momento, mais de dez pessoas foram dispostas no altar, cada uma com um médium responsável, para receber atendimento ou fazer cirurgia astral.

O trabalho oriental durou cerca de uma hora. Logo após o encerramento, feito com todos os médiuns na frente da cruz, foi proferida uma oração de agradecimento às manifestações e ajudas concedidas, encerrando-se a primeira parte dos trabalhos daquela tarde.

Após breve intervalo, as 16h55min., mais da metade das mais de 40 pessoas que estavam no local, permaneciam em seus postos, atentas. Chegaria o grande momento, o trabalho com os pretos velhos. Com expectativas e agitação, o público que se misturava entre pessoas humildes e de classe, aguardava ansioso pelo momento com os seres mais queridos da dimensão astral. Os Pretos Velhos têm o dom de ajudar com amor, carinho e lindas palavras, afirmou uma senhora que estava ali desde as 13h30min.

Novamente, a corrente de médiuns reuniu-se em frente à cruz. Agora, mesmo dispostos em círculos não se deram as mãos, mas entoaram um canto alegre, canto de graças e louvor a este povo de Aruanda, aos pretos velhos, que trazem amor no coração. Não tem como não sentir novamente a energia. Parecia, inclusive, que ela tomava muito mais conta do ambiente do que os trabalhos anteriores. E em um rito de alegria e fé, um a um dos médiuns foram, mais uma vez incorporando, os homens e mulheres do amor, que voltaram, através do instrumento humano, da incorporação, para trazer graças e bem estar aos seus filhos.

Com um ritual mais rápido, após 10 min. os pretos e pretas velhas começam o trabalho. Dispostos em bancos com nomes, três dos médiuns realizam atendimento ao público e os outros 13 dão passes e passam a energia do amor e da sabedoria de preto velho.

Eu mesma tirei uma ficha para atendimento. Após esperar três pessoas, lá estava eu, de pés descalços, cara a cara com a Preta Manuela. De seus olhos e mãos saiam um amor imenso. No canto esquerdo do altar, sentada em seu banquinho, a preta acalmou meu coração. Me fez pensar na vida e me ofereceu caminhos para melhorar a qualidade dos meus dias. Com todo amor, o falando baixinho, sentia-se a energia boa e vibrante, as mãos consoladoras e, de verdade, o mal indo embora de minha vida. Após 15 min. de conversa, em que fiquei de joelhos na frente dela, em cima de uma toalha branquinha, a preta deixou seu recado de amor, e eu me fui.

Agora, só havia mais três pessoas para o atendimento. A sala estava calma, lá fora a noite já apontava os primeiros sinais. E o gatinho, estava ali, recebendo aquela chuva de bênçãos na casa de Nossa Senhora Aparecida.




*Perfil de Lugar

Sunday, October 26, 2008

Manter é avançar

Por Bruna Silveira







Mesmo com uma disputa baseada na agressão, Porto Alegre sabe manter o que está bom. Além disso, discursos fervorosos com ataques pessoais viraram passado.







Após o primeiro turno, o discurso mudou. Ao invés de se defender e apresentar proposta, a militância vermelha resolveu atacar. O resultado está nas urnas. Com mais de 10% de diferença, os eleitores de Porto Alegre decidem o que é melhor: manter o que dá resultado. Cara de raiva, mentiras e abusos não colam mais, ao menos aqui na Capital do Rio Grande do Sul.
Com crescimento de mais de 5% do primeiro turno, o prefeito José Fogaça reafirmou a solidez não só de sua campanha, mas também de suas propostas. Com dificuldade de quebrar esta base firme, a oposição tentou atacar o quanto pôde, porém, o resultado está nas urnas oficiais e não mais em pesquisas de boca-de-urna.
De nada adianta o discurso de união e cara de poucos amigos, após a perda de uma eleição. O que deve ser percebido é que não cola mais o obscuro vermelho que agride os olhos da democracia e fere a liberdade de expressão.
Chegou a hora de mudar e nem sempre, para isso, é preciso alternar pessoas no poder. Ao menos em alguns casos.

Friday, October 24, 2008

A segundona é TOP

Por Bruna Silveira



Para muitos, a corrida chega ao final, para outros a vitória garante mais quatro.



No futebol, quem está na segundona, está em baixa. Na política, cair para o segundo significa chance de vitória. Mas a que preço? De mentiras? Da compra de votos? De profanar em debates, propagandas eleitorais na TV e no rádio “falsas verdades” e assédio moral?
O momento requer calma, avaliação e sangue frio para agüentar o que se vê por ai. Que não existem políticos totalmente isentos de qualquer suspeita, claro que não existe, mas tentar burlar a ética para somar votos nas urnas é muito, é demais, é ultrapassado. Poderia dizer que violenta a capacidade de liberdade de pensamento e expressão do ser humano. Vale tudo por um cargo? O amor por um cidade se resume a isso? A ataques desonestos, mídia em cima da imagem dos outros, opressão, cabresto? (será que voltaríamos aos votos de cabresto? Ou eles nunca desapareceram?)
Há quem se adapte a este jeito de governar vermelho, há quem não...
A verdade nunca é absoluta, mas a mentira descara me faz pensar: todo político pensa que o povo é otário? Deus, aonde essa zorra vai parar? Às vezes, isso me faz acreditar que o que é sério no Brasil é o carnaval!
Não vale tudo pelo poder. Sim por que não venham me dizer que a briga é pelo melhor para a população! Se assim fosse, os candidatos deveriam, no mínio, apresentar suas propostas e não atacar adversários.
É fácil falar de quem faz, difícil é apontar soluções e esperar que o povo decida sozinho, o que é melhor. Mais difícil ainda é estar lá e fazer.
Chega uma hora que mais de uma década basta e que 36 meses apresentam mais resultados do que se imagina...
Dia 26 é dia da liberdade, de escolher o melhor, sem se vender, sem se corromper e nem estagnar e muito menos, retroceder. Já basta o resultado nacional.

De Família




Por Bruna Silveira








Memórias de infância sempre fazem bem. Misturadas à gastronomia, nem se fala, é sem tradução o gosto mágico da auróra da vida.








Desde que me entendo por gente, minha mãe prepara pizza com massa de pastel. Sim, é verdade. Basta ter uma frigideira pequena, colocar a massa de pastel – média – o molho de tomate e o recheio... Isso fica por conta do “pizzaiolo”.
As minhas sempre são de queijo, muito queijo. Muzzarela, gorgonzola, parmesão... enfim.. Muito óleo de oliva e muito, bastante mesmo, orégano.
Agora, com a modernidade, algumas marcas inventaram a massa de pizza de frigideira. Dá na mesma, mas com certeza, as que fazemos aqui em casa tem um sabor de infância e praia. Para mim, com a massa de pastel é até melhor! Uma gostosura!
Toda vez que fazemos a pizza, lembro da nossa cozinha de casa de praia. Eu ali, sentadinha, esperando meu pratinho. Como era bom sentar e ver a mãe fazer esse simples lanche, que era uma “mega” refeição! Agora, os papéis inverteram, eu faço, meus pais esperam e sou sempre a última a comer.
Mas vale a pena o retorno! E como!

Friday, October 10, 2008

Noites com Caco...

Por Bruna Silveira








Misto de paixão por ler um ídolo e pavor ao se deparar com uma realidade. Atitudes que há bem pouco tempo estavam na nossa cara. Ou será que ainda estão?






O Caco é o Caco... Barcelos. Um dos melhores jornalistas que o Brasil já teve. Apaixonado confesso pela profissão de jornalista, “o mestre” estudou na mesma faculdade que hoje curso jornalismo. Um dia, talvez, eu seja como ele. Nos últimos 15 dias, passei todas as noites com ele. Bem, não exatamente COM ele, mas com o Rota 66, um grande livro reportagem. Sentimentos estranhos me assolavam a alma. Ao mesmo tempo que estava excitadíssima por sorver todo o conhecimento do cara, estava abobalhada em saber que eu não estava lendo mais um livro de ficção.
Se não fosse da autoria de quem é, ao ler a obra, com certeza eu pensaria que estava lendo um livro de terror sobre a polícia brasileira. Como assim perseguir e matar pessoas só por vontade de matar?
Aquela Veraneio cinza me dava nos nervos. Definitivamente estava impossível viver nas décadas de 60 e 70 e ainda até meados dos anos 90. Como se não bastasse a ditadura, a repressão, a miséria, os matadores não tinham o mínimo escrúpulo. Fico a pensar: será que estes animais ainda estão vivos? É melhor eu não citar o que me veio em mente agora...
As mascaras caíram na época de sua publicação, em 1992, e Caco foi viver um tempo fora do país. Claro, a polícia “inocente” o ameaçou, digamos assim. Homem íntegro, grande profissional, Caco não se intimidou e hoje, sua obra pode ser comparada com muitos livros reportagens como “A Sangue Frio” de Truman Capote.
Vale muito a pena à leitura, não por ser somente um retrato da barbárie brasileira da época, mas para aprender a ser um profissional honesto. Passei noites entre a angustia e o conhecimento.