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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Tuesday, November 09, 2010

Durante a tempestade

Por Bruna Silveira


Tem manhãs que se acorda com algo reluzindo. A felicidade esta ali sem movimento algum de nossa parte. Existem manhãs que tem tudo para ser assim, mas em seguida a roda gigante se movimenta e a gente despenca das ferragens. Sem pára-quedas...

Então, o negro do chão abre o buraco, o tombo se faz sem amortecedor e, de onde se menos espera, vem a primeira pá de terra. E depois outra, e mais outra e quando vemos, mal conseguimos respirar.

Mesmo com mais de 30 primaveras no lombo, ainda me choco com o comportamento humano. Masculino, principalmente. Sinceramente? Ainda procuro entender o que faz uma pessoa se aproximar, se aproximar, se aproximar... Sorver o líquido vermelho do brinde e fazer com que o outro se envolva para depois... ah, o depois...

O depois vira um vácuo, uma pergunta sem resposta, mesmo que se queira. A resposta não vem, não no tempo que se espera. E eu sei que sou ansiosa, mas custa às pessoas respeitarem a consternação leonina?

Não sou mulher de esperar, nunca fui, nunca serei. Já abri mão de muitos conceitos meus pelo dos outros. Já engoli muito sapo que me fez vomitar em um desagrado de vida. Hoje, tento restabelecer meu equilíbrio. Aprendi a ser quem eu sou, quer gostem, quer não. E uma coisa que eu não gosto, não mesmo, é palhaçada com o sentimento alheio. Se fico furiosa pelos outros, que dirá quando acontece comigo?

Fico a pensar na constante imbecilidade dos seres. Parece que há cursos de especialização para isso. As pessoas estão se pós-graduando em machucar os outros, pensando só no seu restrito mundo distante. Para bom entendedor, meia palavra basta. Às vezes, nem meia palavra, basta o silêncio e o olhar profundo. Não, eu não tenho problema com o silêncio, desde que seja claro, não dúbio. Aliás, dificilmente viro as costas para alguém sem nada dizer. Dificilmente tenho um comportamento desnecessário para depois me calar. Jamais uso as pessoas, pois sei o resultado disso. O silêncio faz bem, mas a loucura que vem de alguns silêncios, não! Acho difícil que quem até 24h atrás tinha muito a dizer, hoje não tenha nada a contar. Todo mundo sabe que isso é impossível, que é mentira. E de blasfêmias e ilusões, esses especialistas em não saber amar vivem suas vidas. Deixam cicatrizes profundas que, nem que possível fosse uma plástica da alma, removeria a marca.

Gostara que o mundo proliferasse mais amor, ou, no mínimo, respeito pelo próximo. Assim como a meteorologia prevê loucura no tempo, eu prevejo insanidade humana.

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