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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Thursday, July 09, 2009

Fusão cultural no ensino superior

Por Bruna Silveira


















Estudar no exterior pode, ou não, ser uma boa vantagem ao currículo profissional. Assim como cada localidade tem suas peculiaridades, assim é o ensino. Vai de cada um escolher o seu caminho e ser competente no que faz.






























Absorver novas culturas. Essa é a proposta que deve ser o foco de quem vai ou vem estudar fora de sua terra natal. Com as peculiaridades de cada país e de cada região, pois às vezes são fragmentadas, o ensino superior forma somente uma visão que beneficie sua região, seja Itália, Portugal ou Brasil. Aqui no Brasil vemos a desvalorização de um profissional de Relações Públicas, ou em outros termos, não se reconhece sua competência primando pela habilitação que apresenta-se no diploma. “Os termos legais são diferentes em cada país, podemos dizer que são profissões diferentes. São saberes diferentes para o mercado de trabalho, como acontece por exemplo em algumas localidade da Europa”, explica Cláudia Peixoto de Moura, doutora em ciência da comunicação, professora dos cursos de graduação e pós-graduação e coordenadora do departamento de ciências da comunicação da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Ela explica que em Portugal, por exemplo, a profissão de Relações Públicas é vista como Comunicação Institucional e o ensino superior desta área é focado para a região portuguesa. “Com o processo de Bolonha, o ensino em Portugal esta alterando-se. A partir disso as formações serão interdisciplinares. No Brasil já passamos desta fase e o poder curricular lá fora é diferente”, complementa. Ela ainda aponta que, com estas mudanças, as universidades portuguesas terão um perfil mais próximo das universidades estaduais do Brasil e que o ensino superior aqui nos país tropical, é mais avançado do que em outros lugares.
Quando há também uma profissão regulamentada, como ainda é o caso das Relações Públicas, a grade curricular das universidades reflete isso. Quando não há regulamentação, as pessoas buscam os cursos superiores para capacitarem-se além do exigido. Por cada região ter suas peculiaridades, a mobilização de estudantes entre nações, acrescenta de forma cultural a cada individuo, porém não garante mercado profissional. “Uma vez que cada curso, de acordo com sua região tem suas peculiaridades, algumas coisas vistas fora do Brasil podem levar o mesmo nome, mas não apresentar o mesmo conteúdo”, diz Cláudia. Assim como cada país prima pela contratação de seus conterrâneos e a entrada de estrangeiros em mercado estrangeiro é diferente. Isso vale tanto para o Brasil como para demais países.
Como cada faculdade monta sua grade de ensino de acordo com as necessidades profissionais de sua comunidade, o profissional formata sua competência ao ingressar no mercado de trabalho. “Isso ocorre principalmente em terras portuguesas. O saber acadêmico, assim como aqui, não é garantia de vaga no mercado de trabalho”, explana Cláudia. Ela ainda complementa dizendo que o saber não é o que diferencia um profissional de mercado e sim, o como ele aplica o conteúdo no mercado de trabalho a partir das influências de onde esta atuando.
Assim como, se um profissional estiver interessado em aprofundar-se na vida acadêmica, de docência, isso não é estimulado pelo currículo e sim por uma séria de fatores internos desta pessoa. Cláudia elucida que uma das questões é gostar de pesquisa. “Vemos isso, seja no Brasil ou não, que poucas cadeiras da faculdade incentivam as pesquisas acadêmicas. Quem não gosta mesmo disso, faz um mestrado ou um doutorado só para constar. Preenchem vagas de professores, mas fazem especializações por exigência e não para se dedicar efetivamente a pesquisas e aprofundamentos acadêmicos que contribuam efetivamente”, aponta. Em Portugal a cadeira de pesquisa pode ser uma opção ou não do aluno de graduação. Lá, a maioria dos cursos forma para o mercado. Poucas pessoas fazem a aplicabilidade, a união e a compreensão de teoria e prática. Apenas desenvolvem atividades de forma mecânica, sem o pensar e desta forma a produção de novos fenômenos fica limitada. “A intenção de profissionais da área acadêmica, como professores, mestres, é fazer com que o aluno se aproprie do conteúdo e transforme isso em uma ferramenta para que possa explicar a realidade”, garante. Mas para o sucesso de uma graduação, há que se levar em conta a competência de um corpo docente e de um corpo discente interessado.
A coordenadora ainda explica que cada país tem seus órgãos reguladores de ensino. No Brasil o Mec – Ministério da Educação – estabelece mecanismos de controle nas instituições de ensino superior e estas instituições apresentam hoje materiais que garantam suas renovações de registros, porém, no dia-a-dia, as coisas não procedem como no papel.
Finalizando ela ainda explica que o ser humano deve estar em constante atualização, seja de que área for. “Estudar é fundamental, a qualificação e o saber contêm o poder”.
Já na Itália, as capacitações são apresentadas aos interessados de forma diferente que no Brasil. Lá, existem escolas politécnicas e cursos de láurea, o que equivaleria a nosso curso superior aqui, explica Lana D’Avila Campanella, professora do Senac-RS e doutora em comunicação. Fazendo o curso de Relações Públicas na politécnica italiana o aluno leva dois anos, já o laureado tem a duração de três anos. Ambos são reconhecidos pelo Ferp – Federação Italiana das Relações Públicas, o que equivaleria ao Conselho Regional de Relações Públicas – CONRERP, no Brasil. Ambas formações italianas são aceitas pelo órgão regulador da profissão. No Brasil, somente o diploma garante o registro no CONRERP e o desenvolvimento da atividade de Relações Públicas. “Na Itália, o profissional opta qual curso fazer, se técnico ou láurea. Mas isso não é um filtro para atuar no mercado”, explica Lana.
Pela profissão de Relações Públicas não ser legitimada na Itália, quem atua, não necessariamente precisa estar ligado a Federação. Já no Brasil, para atuar na área é necessário o registro profissional após a conclusão da graduação. Fazer parte do FERP na Itália, é mostrar o interesse profissional. “Lá, mesmo os profissionais não sendo obrigados a vincularem-se à Federação, optam por isso, uma vez que quem faz parte precisa atualizar-se constantemente, o que, ai sim, garante um diferencial de mercado”, complementa Lana. Ao final de um ano, o Relações Públicas precisa comprovar dois cursos de atualização, das cinco opções gratuitas ofertadas pelo FERP. Essas qualificações anuais podem ser realizadas na Alemanha, regiões da Itália ou em outras localidades próximas. “Além disso, todas as temáticas oferecidas nestes cursos são contemporâneas, onde os assuntos são contextualizados de acordo com as necessidades da comunidade européia”, enfatiza Lana.
Na Itália, outro diferencial de quem busca o ensino superior, é a formação além das fronteiras, o que possibilita atuação em toda a Europa, além do seu país de formação. “Lá o currículo de ensino superior é abrangente, no Brasil ainda vemos grades curriculares que primam a atuação profissional somente dentro do Estado em que se vive. No Brasil, não há uma linha que norteie o ensino de Relações Públicas, cada faculdade tem sua autonomia de criar a grade, não havendo assim, uma diretriz para o curso”, aponta a professora. Isso resulta em profissionais que não se entendem. São Relações Públicas por formação, por terem o diploma, mas não tem a essência da profissão. “As formações parecem diferentes no Brasil”, adiciona.
Uma questão importante dentro da qualificação italiana, é que eles utilizam-se, além de uma diretriz clara, da teoria de mestres Italianos. Isso torna a profissão menos confusa para quem a escolhe. No Brasil as pessoas ainda brigam pelo título de Relações Públicas ainda sem saber exatamente a fundo sobre sua formação. Brigas de quem é o teórico mais importante são vistas no Brasil. “Eu dizia aos meus alunos, as lamentações e discussões devem parar. O profissional de hoje deve olhar para frente e ainda, mimetizar o que podemos buscar fora, adaptando-se a cultura brasileira e seguindo em frente ao invés de discutir nomenclaturas”, fala Lana.
Há quem diga ainda, que no Brasil a própria formação de Relações Publicas terá mudanças que deixarão o curso mais enxuto e que possa ser cursado em três anos.
A Itália conta hoje com somente três cursos superiores – Láurea – oferecidos, em detrimento a mais de 57 oferecidos em politécnicas. Embora com algumas diferenças no currículo, comungam algo incomum que é a atuação dos formandos em toda comunidade européia. Um localiza-se ao Sul da Sicília, o outro fica no extremo norte da Itália, a UDINE e o outro em Milão. Na UDINE, universidade de estudo de Lana, o aluno, em seu último ano de faculdade, escolhe seu expertise. Pode ser em Relações Públicas e a comunidade européia, planejamento estratégico, eventos dentre outros. A partir da escolha, as turmas se dividem e a pessoa torna-se especialista na área. Diferente que no Brasil, onde se vê um pouco de tudo. Lá ainda, há a diferença de o curso de Relações Públicas ser ligado a Comunicação e Política e não Comunicação Social.
Lana ainda aponta a falta de participação do conselho de regulamentação da profissão dentro da universidade, no caso brasileiro. Esta participação, segundo ela ajudaria a ver de que forma pode-se adequar e atualizar o currículo do ensino superior para que o aluno não fique tão solto durante sua formação.
Para alunos que ainda querem buscar um diferencial indo estudar na Europa e Estados Unidos, os programas Sócrates Erasmos e o Leonardo Da Vinci, que não englobam estudos na Itália, mas a partir de convênios entre universidades pode-se estudar na Alemanha ou Holanda ou em outro país conveniado. Com isso, o aluno pode em seu último semestre cursar disciplinas equivalentes fora e então, defender sua monografia no país de origem. Porém, a América Latina ainda não é contemplada para este tipo de intercâmbio. Além das aulas, quando os estudantes estão em outro país, são obrigados a fazer 4 horas de estágio. Os pré-requisitos para esta troca de país é dominar o idioma e um bom currículo acadêmico para então receber o aceite da universidade.
Porém, com todas as questões ainda não explicadas sobre a profissão de Relações Públicas no Brasil, há quem venha sorver os conhecimentos gaúchos. Sofia Gomes Machado, de 20 anos passou o primeiro semestre de 2009 em Porto Alegre estudando na UFRGS. Sofia conta que a profissão escolheu ela e não ela escolheu a profissão. “O método português de ingresso na faculdade é diferente. Não consegui entrar nem na minha primeira e segunda opção de curso. Isso me levou a terceira escolha: Relações Públicas. Não sei explicar esta opção, nem sabia na verdade o que era mesmo ser Relações Públicas. Hoje estou contente e satisfeita pelo curso ter, de alguma forma me escolhido, tem muito a ver comigo”, diz.
Através de uma bolsa de estudos, a estudante vinda de Fajã Grande, Ilha das Flores, Açores, Portugal, cursou as cadeiras de Comunicação e Atuação Profissional, Opinião Pública, Marketing Digital, Redação Publicitária, Inglês Instrumental, História da Imprensa e Introdução à Fotografia.
A escolha pelo Rio Grande do Sul, mais propriamente Porto Alegre, foi pela amizade que fez com uma gaúcha na Universidade dos Açores, onde Sofia estuda em Portugal. A instituição realiza o mesmo programa de intercambio para lá. “Ela me mostrou fotos e falou sobre a cidade, sobre a faculdade, e o mais importante sobre o currículo do curso. Achei fascinante e muito rico. Isso sim, foi decisivo”, complementa. Ela conta que ao iniciar o ano letivo da UFRGS ela foi bem recebida tanto por alunos quanto pelo corpo docente da faculdade. “Todos sempre estiveram muito disponíveis a me ajudar. Além do mais o ensino que tive este semestre difere muito do que tenho nos Açores. Aqui é muito menos rígido”, elucida.
Ela comenta que a experiência que teve aqui, além de ter mais flexibilidade acadêmica, as relações de professor e aluno são menos formais. Além disso, há maior variedade de disciplinas no currículo, comparando a grade de ensino dos Açores. “Outra coisa que me chamou a atenção foi que aqui não se paga para estudar na universidade pública, lá se paga às chamadas propinas” comenta.
A portuguesa ainda explica que a experiência a fez crescer como pessoa e como profissional. “Aqui aprendi a ter uma nova visão de Relações Públicas. Espero futuramente poder utilizar todos os conhecimentos que obtive”, complementa.
Além de todo esse intercâmbio cultural, Sofia fez um paralelo entre os currículos. Ela comenta que em Portugal o ensino superior pode entrar em decadência no futuro, pois cada vez mais graduados tem perdido o emprego, dando lugar assim a alunos das escolas técnicas, que tem ganho cada vez mais espaço no mercado de trabalho. “Em parte concordo com os empresários, em muitos cursos técnicos oferecem boa experiência prática. Já uma licenciatura, como a que faço em Portugal, são apresentadas aos alunos teorias infinitas e nenhuma relação prática. Como aluna do curso de Relações Públicas, sei a teoria, mas minhas dúvidas são como colocar tudo isso no mercado”, explana. Lá não há possibilidade de estágios durante o curso. O que acontece são portugueses saindo para o mercado com mais dificuldades de empregar-se e de conseguir se sustentar após sua formação. Ponto ao Brasil que proporciona esta interação de universidade-empresa.
Sofia ainda diz que, mesmo o ensino que teve neste seis meses em Porto Alegre ser menos exigente, ao comparar sua grade de currículos acadêmicos ela nota que o brasileiro é mais rico em conhecimentos sobre a profissão, com disciplinas mais focadas para o mercado, sem falar ainda da prática que pode ser desenvolvida durante a formação acadêmica. “Isso pode ainda ajudar a nós alunos, a aprendermos a ver o caminho que devemos seguir”, finaliza.
De um lado vemos universidades dando oportunidades de emprego à alunos durante seu período de graduação. Porém sem qualificação docente nada caminha como uma estrada retilínea. Isso tem ocorrido no Brasil e a troca de mestres universitários em detrimento de salários mais acessíveis é uma notória, assim como notória é a perda de qualidade de ensino. Por outro lado, vemos profissionais com sede de aprender, não só na academia, mas de vivenciar sua escolha profissional como um todo. Cidadãos do mundo ou não, a busca é cada vez mais do ser humano, de se aprimorar, de buscar informações e sugar o conhecimento acadêmico. Também, o período de graduação, pode ser um momento que possibilite a visão de que se o ensino tem suas multifaces é importante, quem sabe, agregar-se a ele e dedicar-se a uma carreira acadêmica contribuindo desta forma para a formação de uma nova sociedade, que talvez capacite o profissional para atuar em todo o seu território e não limitar-se a sua cidade ou Estado.

Wednesday, July 08, 2009

Jornada da Alma




Por Bruna Silveira








A russa Sabina, aos 19 anos sofria de histeria e vivia internada para tratamento em um hospital psiquiátrico em Zurique, na Suíça. Em seu caminho aparece o médico Carl Gustav Jung. Os choques não fazem mais parte do dia-a-dia da paciente e Jung aproveita o caso para colocar em prática as teorias de seu mestre: Sigmund Freud.
Com a busca da cura, médico e paciente envolvem-se em um romance intenso, mesmo com Jung sendo casado. Após a alta de Sabina, o fim do relacionamento, como era esperado, leva a menina a fazer a escolha de sua vida. Ela parte para estudar psicologia e volta à Rússia anos depois. Com seu conhecimento de psicanálise, ela monta uma clinica para crianças e tem como mentor o seu ex-médico.
A trajetória de vida de Sabina é resgatada no filme por meio do estudo de dois pesquisadores. Aparece então, as dores, dissabores, medos e conquistas de Sabina, ao lado de seu amor, ao lado de seus pacientes. Calada pelo governo de Hitler a história mostra o lado humano de quem saiu da histeria para a realidade.
Dirigido por Roberto Faenza, o filme foi lançado em 2003 e traz uma trilha sonora instigante, resgata a caminhada inicial do psicanalista Jung e da sua primeira paciente. Por meio de cenas tórridas, seja de amor ou de desespero, a película traz a cena a reflexão de cada um vencer seus problemas e limitações.

Páginas de uma vida




Por Bruna Silveira








Lançado em 2005, o filme Página de uma Vida, com direção de Timothy Scott Bogart, traz o despertar de Scott Davis, após dois anos de coma. Em um acidente, ele perdeu o filho e só recebeu a notícia quando voltou ao corpo. Para ajudá-lo neste difícil recomeço ele conta com o auxilio da família e da dedicação da enfermeira Jeannie Bates.
Com mescla de cenas leves e tensas, a paixão surge entre a enfermeira e Scott, porém somado a isso, insistentes visões do filho falecido. Um novo coma espera pelo rapaz, deixando a família e Jeannie apreensivos.
A luta por voltar a viver é de altos e baixos, em um começo não muito esperançoso, um meio de caminho onde ele envolve-se não só sentimentalmente com a enfermeira como a auxilia com o irmão doente.
A película traz emoção do começo ao fim. Com um encerramento inesperado, o filme mostra a busca de uma vida feliz em bem vivida.

Monday, June 22, 2009

Sem tréguas

Por Bruna Silveira






Há mais de 130 semanas Yeda Crusius esta a frente do governo do Rio Grande do Sul. Isso equivale há mais de cem dias de crises que abalam o Piratini.
Foram brigas com o vice-governador desde a campanha, escândalos no Detran, compra de um casa particular e, ainda, a morte de Marcelo Cavalcante, coordenador da campanha de Yeda e representante do governo gaúcho em Brasília.
Com estes fatos, a imprensa não tem dado tréguas. A morte de Cavalcante dá um tom trágico ao caixa dois do caixa dois do governo gaúcho.
Sem sossego, Yeda segue enfrentando as denúncias de desvio de verba pela aquisição da uma casa, em um bairro nobre de Porto Alegre. A morte de Cavalcante ainda está sob investigação. Em fevereiro, ele apareceu morto no rio Paranoá em Brasília, duas semanas antes de depor confirmando os áudios em poder do Ministério Público desde 2008 e que trazem verdades sobre o desvio de verbas. Como recheio da pizza, há declarações do vice de Yeda, Paulo Feijó, que afirmou a existência do caixa dois durante a campanha.
Os fatos apontam contribuição financeira da Alliance One, exportadora de tabacos e ainda uma contribuição em forma de passagens aéreas e hotéis da agência DCS de Porto Alegre.
Rodeada de escândalos desde que assumiu o Estado, as crises são uma freqüente. O pedido de uma CPI foi instaurado, porém, o número de assinaturas para o desenrolar do processo não é o suficiente. Como se não bastasse, o PSDB fez uma declaração apoiando Yeda. Dentre as assinaturas da carta está o nome de José Serra, possível candidato à presidência da república nas eleições de 2010.
Tapar o sol com a peneira ou não, tem sido uma escolha dos governantes brasileiros. Agora o foco também atinge o Rio Grande do Sul.
As informações contidas na imprensa, provêm de fonte fidedigna. Da ex-companheira de Cavalcante, a empresária Magda Koenigkan. Ela afirma que as verbas pedidas pela governadora, ainda em campanha, eram entregues ao marido de Yeda. Na hora do pagamento dos fornecedores este dinheiro simplesmente não existia. Após isso veio a compra da casa, e a certeza de Cavalcante de que iria depor e confirmar sua voz no áudio. Ele era a pessoa que poderia confirmar as acusações.
Em Porto Alegre houveram manifestação na frente do Palácio Piratini. A estatua do gaúcho, símbolo do Rio Grande do Sul amanheceu com um manto com o pedido de Impeachment, tanto da governadora, quanto do seu vice. A capa vermelha foi retirada e a pizza está no forno.

Wednesday, June 17, 2009

Empresas e pessoas

Por Bruna Silveira





O ano de 2009 parece consagrar, por meio da mídia, a geração Baby Boom, que hoje chega aos seus 60 anos de idade. Pessoas que beneficiaram-se com a tecnologia médica, advinda após a II Guerra Mundial, mostra toda sua beleza e força.
Está provado: os 60 hoje são os novos 40 e os 80 serão os novos 60.
Dentro de cada um destes personagens da vida, enxerga-se a vitalidade a mil, mesmo com algumas ressalvas. Esse pessoal sabe o que quer, tem experiência, tem uma vida social ativa e porque não sexual. Nada mais dos 40 causarem crises existenciais, estes têm grandes chances de ser os 20.
O pessoal esta conservado não só na embalagem, mas no conteúdo. Tem muita gente por ai de embalagem bonita, jovem, porém com pouquíssimo conteúdo. E isso esta entrando no mercado de trabalho.
Quando se vê comemorações aos 60 anos de uma empresa, que mostra aos seus clientes confiança e experiência no ramo, vemos pessoas sendo dispensadas por sua idade. Uma simples tática do ditado “ta velho, joga fora”. E quem faz isso é quem prefere a empresa mais antiga para trabalhar, consumir, enfim...
Entra uma geração de atores despreparados em cena, falta a corrida da experiência.
Aos 60 muitos destes “humanos empresas” sabem o que querem, de todos os aspectos de sua vida, fazem cursos de especialização, aprimoram uma língua estrangeira e sabem muito bem que tem seu lugar ao sol. Em meio a crise econômica eles são necessários para ajudar a vencer o período crítico. Porque? Justamente pela experiência.
Não vale a pena, no meio da crise, querer pagar menos e sim, ter a certeza de que o produto final chega com bom resultado para quem busca.
Afinal, quem tem razão? A medicina e o que a realidade mostra ou o preconceito, que em pleno século XXI chega a ser ultrapassado!

Saturday, June 13, 2009

Dia do Santo Casamenteiro


Por Bruna Silveira




As procissões percorrem as cidades, hoje é 13 de junho. Quem dos solteiros, com a força da fé, não caminha em penitência pedindo à Santo Antônio que lhe consiga um amor, um companheiro ou friamente pensando, um futuro não solitário.
Não que eu duvide da fé, muito pelo contrário sou dotada dela desde que me entendo por gente. E talvez, por ter esta fé tão enraizada dentro de mim, tenho a plena certeza que Santos, Deus e Jesus sabem exatamente o que se passa em meu coração e em meus pensamentos. Só eles conhecem meus mais íntimos desejos e necessidades, coisas que talvez nem eu tenha plena consciência.
Acho que a fé deve ser manifesta de todas as formas, ou ainda, da forma que cada crença lhe dá. Sempre é uma forma de se chegar mais próximo a Deus, aliviar dores e tensões. Mas depositar todas as expectativas em cima do Santo... ai já, em minha opinião, é exagero.
Milagres existem? Sim! Mas não basta somente acreditar. Cada um tem que fazer por onde, viver a magia da vida e participar efetivamente para que este milagre concretize-se.
O ser humano deve confiar em si, saber que tem em cada momento da vida o que precisa, buscar a sua realização e o seu milagre a partir de um fé raciocinada, fiel aos sentimentos reais que estendem-se entre os dois mundos da vida.
Nada de afogar imagens, amarrá-las, deixar de cabeça para baixo, roubar seu filhinho. Pobre Santo Antônio! Assim não dá! Isso não parece em nada, com atitudes de fé e respeito com sua santidade! Desfaçam as mandingas e orem diariamente, acreditem a façam acontecer.
A fé ajuda, move montanhas, mas precisamos nos movimentar para concretizarmos, sem massacrar o santo, claro. Encerrado o dia de homenagens, que ao invés disso torna-se de pedidos, devemos viver o restante do ano acreditando, realizando e buscando. Manifestando nossa fé diariamente. Sempre!

Saturday, May 02, 2009

Confusão...

Por Bruna Silveira










Pestes estão assolando o Brasil. Febre amarela, gripe suína... No Sul o frio não chega, o aquecimento global se faz presente e no Litoral Norte, todas as gramas estão queimadas e ainda: toma-se banho de mar em pleno 1º de maio.
Por outro lado, vemos as pessoas cada vez mais afastadas umas das outras. Curtir é o verbo principal e relacionamentos estáveis estão fora de moda.
Causa de tudo isso? O homem, com sua falta de fé e seu ego exacerbado. Com sua mania de dominar o mundo, além de transformar o relacionamento humano em um caos e as pessoas terem pressa não sei para que, o planeta está indo por água abaixo.
E como se não bastasse, idade anda limitando e explicando competências por ai.
Ou o humano se resolver ou a humanidade vai por água abaixo... Talvez queimamos mesmo, já que a água esta terminando no Planeta.

Tuesday, January 27, 2009

200Inove?




Por Bruna Silveira












Mal apontaram os primeiros 26 dias do ano e, para bom observador, muita coisa já foi captada...
Nas primeiras semanas descobre-se que algumas Universidades não tem ética. E não falo só falta de pagamento de algumas do mercado, mas daquilo que fala sobre respeito humano. Isso se perdeu, inclusive dentro das aulas. Infelizmente está só na teoria.
Descobre-se que o mito do herói se pode ser desconstruido mas, ficar vivo na memória ainda infantil que todos temos. O que é nosso, está guardado e nem por isso diminuído.
Descobri também, que a gente vê ir embora pessoas que não estão mais ao nosso lado e agora estarão em outra cidade. Mesmo que ainda haja amor.
Descobrimos que quem pensamos que vai passar a vida ao nosso lado, não vai... ou é uma questão de tempo ou de escolha mesmo!
Vejo, junto com o mundo, a posse do homem mais poderoso do mundo e descubro que sou uma virgula pequena no mundo de Deus. Vejo que meus cabelos brancos não param de surgir e que pela minha idade já se faz necessária a presença de um terapeuta. Ainda bem que aprendi a pedir ajuda.
Vi argentinos matando gaúcho nas estradas, vi fogo nas favelas, vi o frio do ano novo, a fresca de uma brisa na praia e a fornalha da cidade grande.
Mas ainda temos a chance de contar com um mundo invisível a olho nú. Que presente se faz diariamente e nos ajuda a manter a linha e um pouco de sã consciência.
Algumas coisas mudam, outras nem tanto. Como dizia uma canção do Balão Mágico, de minha infância: “depende de nós, quem já vou ou ainda é criança, que acredita ou tem esperança, quem faz tudo para um mundo melhor... depende de nós...”

Tuesday, December 02, 2008

Atrações culturais no Natal da Xôk’s

Após três anos instalada no Shopping Total, a Xôk’s traz atrações culturais à seus clientes no natal 2008.

A loja de chocolates Xôk’s traz para o Natal 2008 uma programação diferente. Durante o mês de dezembro a loja inova, de todos os demais natais, trazendo a proposta Xôk’s Eventos Culturais.
Há três anos instalada no Shopping Total, a loja oportuniza aos seus clientes atrações diferenciadas. No dia 6 de dezembro a partir das 14h, a Xôk’s montará a ilha gourmet. No espaço gastronômico, sob a coordenação da chef Andréa Ernst Schein, serão preparadas receitas simples e práticas para dar um toque especial ao Natal dos clientes. Os pratos, que serão confeccionados na hora, serão à base de chocolate e poderão ser degustados. A atração será montada em frente a loja, que localiza-se no primeiro piso do Shopping, loja 1225.
Além disso, haverá a presença da nutricionista Dra. Elenise Corbato que dará dicas de alimentação e nutrição e, falará, dentre outros temas sobre os benefícios do sorvete e chocolate como consumi-lo sem culpa.
Já no dia 7 será feito o Domingo das Crianças. A partir das 14h será apresentado um pocket da peça infantil O Jogo da Memória, seguido pelo momento de contação de histórias como a do Monstro do Sorvete. Ao final haverá música com os atores do Pur'arte.

Programação completa:

06 de dezembro – sábado
- Ilha Gourmet
Oficina de Browie; mini torta de sorvete; bolo minuto de natal

- Palestra
Comer chocolate sem culpa; os benefícios do sorvete e do chocolate na alimentação.

07 de dezembro – domingo
- Domingo das crianças
Apresentação da peça: O jogo da Memória
Contação de histórias: O monstro do sorvete
Música com Pur’arte

Saiba mais sobre a Xôk’s

A história da Xôk's sempre leva ao nome de seu idealizador, Sr. Eneri Roso, homem empreendedor que buscou fora do Brasil a inspiração para construir uma das maiores fábricas de chocolate do Rio Grande do Sul. Desde 1984, a XOK’S cria, pesquisa e inova sabores para o mundo do chocolate. A inspiração e as receitas vieram com base nos sabores oferecidos nos Alpes da Bariloche. E foi lá que a Xôk's buscou, em 1984, as melhores receitas para fazer no Brasil os mais puros e deliciosos chocolates caseiros, elaborados com carinho e de forma artesanal.
A maciez e textura dos recheios, as decorações variadas e as embalagens personalizadas fazem dos chocolates Xôk's um alimento naturalmente apreciado por todos. Por essa qualidade é que chocolates Xôk's é gostoso demais!
Hoje, a empresa com cede em Marau-RS, conta com 18 filiais. Além do Rio Grande do Sul, as delicias da Xôk’s podem ser encontradas na Bahia, Tocantins, Florianópolis, Foz do Iguaçu, dentre outras localidades.
http://www.xoks.com.br
Agência Palco Comunicação

Sunday, November 23, 2008

Confira!

http://amigosentrenos.blogspot.com/

Herança do preconceito

Por Bruna Silveira








A vida do gaúcho está repleta de informações subliminares e sem lei. Se hoje pedirmos a descrição de um índio à uma criança, ou um adulto sem contato com aldeias indígenas, eles com certeza descreverão indivíduos de pena na cabeça e lança na mão. De corpo pintado, não sabem se comunicar e sua vida é guerrear. Ou então, alguns poderão responder que são seres que vivem a margem de estradas, que incomodam durante os veraneios – porque tentam sobreviver vendendo seus artesanatos de palha – crianças indígena pedindo esmola, ou quem sabe de tribos tomando casas abandonadas ou seqüestrando professores do ensino médio. Momento de parar para uma reflexão: porque essa imagem deturpada? Porque achar que eles não têm direitos? Por que não dizer a verdade sobre a real história do Rio Grande do Sul?



O gaúcho se glorifica pelo seu bom churrasco e chimarrão. Será que entendemos bem? O gaúcho? Sim, o ser superior da parte Sul do país, aquele que não admite, muito menos ensina aos seus filhos de onde originou-se os termos que ouvem na música “churrasco bom chimarrão, fandango trago e mulher...”. Vamos tentar contemporizar. Churrasco é uma herança da cultura indígena, assim como o chimarrão, para dizer o mínimo. Aliás, a palavra gaúcho é atribuída do termo da língua quéchua que significa vagabundo. Sim, linguagem indígena. Além disso, os mais de 20% de termos usados em nossa cultura provém de origem indígena. Afora os termos, podemos atribuir a indumentária, nomenclaturas da fauna, da flora, nomes de cidades, rios e formações geográficas. O poncho e o chiripá já eram vestimentas utilizada pelos índios, explica Ana Elisa de Castro Freitas, bióloga, mestre em Ecologia, Dra. em Antropologia Social, coordenadora do Núcleo de Políticas Públicas para os Povos Indígenas da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana da Prefeitura de Porto Alegre e pesquisadora associada ao Núcleo de Antropologia das Sociedades Indígenas e Tradicionais da UFRGS.



As verdades vão mais além do que as crianças aprendem na escola, principalmente no Dia do Índio. O gaúcho, de posse da cultura indígena, misturando isso à aspectos europeus fez sua imagem – um ser híbrido. Em 1535, com a chegada dos europeus ao Estado e o abandono de seus cavalos, na região das Missões, as grandes planícies dos territórios foram sendo povoadas, formando a primeira atração de um modo de vida libertário do campo aberto – terra dos índios dos pampas. “Essa mescla de homens ‘sem rei e sem lei’ era formada em sua base por índios, mestiços, negros, espanhóis e portugueses”, conta a historiadora e consultora em turismo e patrimônio cultural de Santo Ângelo Gladis Pipi. Para ela, não há separação do que é índio ou europeu, bem como não há divisas na herança cultural e genética dos gaúchos de ontem e de hoje. A divisão está somente na cabeça das pessoas.



Diferença ou preconceito? A concepção de cultura cristã dominante enraizou isso e, ao invés dos homens cortarem esse mal pela raiz, eles seguem se enterrando neste abismo profundo entre os seres. Isso tudo reproduz-se em imagens estereotipadas. Gladis levanta uma questão: “quando as múltiplas vozes indígenas serão ouvidas com respeito, sem preconceito e desprezo?”. Uma questão a ser pensada. Não só por historiadores, mas por todos os habitantes do Rio Grande do Sul. O choque de raças, que teve seu ponto alto na Guerra Guaranítica e, que massacrou a vida de milhares de indígenas e de patrimônios culturais, jamais terá recuperação. O que dá para travar nos dias de hoje é sim, uma luta pela igualdade, uma guerra de paz.



“Índio tem direito de estudar, de viver em sociedade, de ter moradia, trabalhar, de consumir”, comenta Gladis. Mesmo ele estando tão presente na vida do Estado, pouco se conhece de suas comunidades, de suas tradições, suas crenças e suas diferenças étnicas. “No Rio Grande do Sul, por exemplo, há mais de 13 mil indígenas” complementa a historiadora.



A dificuldade de vida destes povos nos dias de hoje, provém de uma visão colonial enraizada nas pessoas. Para Ana Elisa, isso contribuiu com o preconceito e impede um diálogo com a sociedade. “Por ter muitas terras naturais em falta, a região Sul inventa uma cultura para se manter e não dialoga com os povos que vivem nas mesmas terras”, acrescenta. Hoje, os índios travam uma guerra secular para superar as perdas e conquistar sua identidade e espaço, explica a pesquisadora. “Para a cultura de um povo, o patamar do diálogo é importante. Os índios continuam produzindo seu artesanato e buscando sítios indefinidos na sociedade. Eles têm direito a locação também. As terras não foram descobertas no ano de 1750, elas foram tomadas”, explica.



Se faz urgente e necessário compreender estas diferenças. Mais que isso, ir além, aceitar o próximo. “Compreender que os índios abrangem populações muito diferentes entre si, que as sociedades indígenas não se definem somente por homogeneidade ou oposição aos brancos. É primordial para qualquer ação de cunho político, social, comercial ou religioso”, contemporiza Gladis.



Na realidade, podemos ver que, desde a chegada dos primeiros colonizadores no nosso (?) Estado, até os dias de hoje, há uma luta constante contra o índio e, quem pensa que está ganhando, é quem se acha civilizado, que fecha o vidro na sinaleira, quem mal atende uma criança e seu artesanato no litoral gaúcho ou quem simplesmente vira a cara ao ir passear e fazer compras em Tramandaí e se depara com um acampamento na estrada.



Esses mesmos civilizados, que levam diariamente seus filhos à escola e deveriam começar aí a mostrar o que é humanidade, respeito com o próximo e o que de valor podemos ver no antepassado da sociedade. Por outro lado, cabe às escolas mostrarem a história real – chega de contos de fada - e não fazer as crianças desenharem seres de pele vermelha e penas na cabeça, muito menos ficar batendo a mão na boca em volta de fogueiras de papel celofane – tendo os pais e educadores aplaudindo. É bom pensar na hora de comer o churrasco, cevar a erva mate e usar o poncho nos dias de frio. Há mais frieza no coração humano do que as baixas temperaturas do inverno da região Sul. É dar valor a quem se tem e não se apropriar e endeusar o que não é seu.

Saturday, November 22, 2008

Primavera?

Por Bruna Silveira



Quando chega a Primavera, todos já se imaginam vestidos de roupas de verão. A estação do desabrochar das flores já aflora no ser humano ímpetos de sedução. Isso tem acontecido nos últimos anos, mas... em 2008 as coisas mudaram um pouco.
Ventos fortes, falta de sol e chuvas inesperadas, pegam os desavisados nas vias públicas que, em seguida, tomam chás usados no inverno: contra a gripe. Casacos ainda não saíram de moda, muito menos o sapato fechado e as calças e blusas de manga comprida. A mostra do corpo vai ter que esperar mais um pouco.

A devastação da natureza tem apresentado resultados negativos, dado suas respostas ao mundo. Pior, que pega quem não tem nada a ver com isso. E ainda temos 20 dias de Primavera pela frente....

A Água

Por Bruna Silveira

Bem que todos pensam durável, pode estar em estinção!
Nessa Rádiorevista temática, algumas informações e dicas.
Vale a pena conferir!

Thursday, November 06, 2008

Vale a pena conferir

Homenagem/desagravo aos seqüestrados pela repressão gaúcha, 30 anos depois

Na próxima quarta-feira, o dia em que se completam 30 anos do "Seqüestro dos Uruguaios" praticado pela repressão gaúcha articulada com as ditaduras integrantes da Operação Condor, em 12 de novembro de 1978, na rua Botafogo e na rodoviária de Porto Alegre, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos e a OAB/RS promovem homenagem/desagravo aos seqüestrados Lilian Celiberti e Universindo Rodríguez Diaz, e ao advogado Omar Ferri de destacada atuação
para que os uruguaios permanecessem vivos.

Francesca Celiberti Cassariego, filha de Lilian e que, ainda criança, também foi vítima do seqüestro perpetrado pela Operação Condor, estará presente ao ato, acompanhada de seu filho Luan, com 3 anos de idade, assim como Carlos Iván Rodríguez Trías, filho de Universindo.

Marcando o fato que abalou a ditadura brasileira, serão entregues aos homenageados esculturas e placas com a inscrição "Por La Libertad y Por La Democracia!".

Logo após o ato, será exibido o documentário "Cone Sul", com 29 minutos de projeção, de João
Guilherme Barone e Enio Staub, ganhador de Kikito do Festival de Cinema de Gramado de 1985,
seguido de intervenções dos homenageados.
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Informações:
30 anos depois, o Seqüestro dos Uruguaios
Dia 12 de novembro, quarta-feira
Às 20 horas
Auditório da OAB/RS
Rua dos Andradas, 1261 – 9º andar
Porto Alegre - RS

Fonte: Movimento de Justiça e Direitos Humanos

Tuesday, November 04, 2008

Meio Ambiente


Ecossis contribui com fornecimento responsável


Sempre preocupada com os impactos ambientais, a Ecossis abre seu leque de clientes para desenvolver estudos e relatórios que garantem a licença ambiental para empreendimentos socialmente responsáveis.


A Ecossis, empresa voltada para soluções ambientais, desempenha atividades de consultoria e gestão empresarial. Atuando com organizações de diversos ramos do mercado, ela busca o desenvolvimento sustentável tendo como base a legislação brasileira. Desta forma, a Ecossis fechou mais dois clientes para estudos e confecção de relatórios ambientais.
Há 30 dias, e já no terceiro campo de avaliação, está sendo realizado o trabalho com a Electra Power. A empresa atua na geração e fornecimento de energia, por meio de construção de hidrelétricas, repassando o serviço para empresas distribuidoras de eletricidade. O projeto, que terá duração de seis meses, consiste em um estudo ambiental, que irá gerar o Relatório Ambiental Simplificado – RAS. Isso garante à Electra a liberação para a construção de uma nova hidrelétrica. “A importância deste material se dá, uma vez que só com esta análise é possível obter a licença do órgão ambiental para iniciar as obras”, explica o diretor da Ecossis Gustavo Duval Leite. O empreendimento irá abranger as áreas de Esmeralda-RS, próximo a Vacaria, no Rio do Frade, atingindo uma afluente do rio Pelotas.
Já o segundo projeto será desenvolvido para a Companhia de Gás de Santa Catarina – SCGÁS. A Companhia, responsável pela repartição de gás natural canalizado em Santa Catarina, receberá da Ecossis o Relatório de Detalhamento de Programas Ambientais, após quatro meses de estudos.
O trabalho para a SCGÁS abrange o ramal de distribuição de gás que será construído em uma continuidade da rede existente em Indaial. O local em análise inicia no quilômetro 70 da Rodovia BR-470, até o entroncamento da Rodovia Estadual SC-425. O ramal cruzará os municípios de Ascurra, Rodeio, Apiúna, Braço do Trombudo, Ibirama, Lontras, Rio do Sul, Agronômica, Trombudo Central, Pouso Redondo, Ponte Alta, Palmeira, Otacílio Costa, Correia Pinto e Lages.
A importância deste Relatório para a SCGÁS consiste na liberação da licença ambiental, emitida também pelo órgão ambiental, para que o empreendimento seja desenvolvido. “Com isso, é importante o esclarecimento de alguns pontos que podem acarretar impactos ambientais, incluindo medidas para minimizá-los e/ou compensá-los”, complementa Leite.
A atividade, que está prevista para iniciar em novembro, contará com uma equipe de profissionais da Ecossis que, a partir de uma reunião entre ambas as direções e, após entre os técnicos de cada empresa, darão inicio às obras de forma sintonizada e socialmente responsável.


Saiba mais sobre a Ecossis: www.ecossis.com.br



Bruna Silveira
Agência Palco

Friday, October 31, 2008

Dada a largada

Por Bruna Silveira





Inicia nesta sexta-feira, 30 de outubro, a 54ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Para receber os amigos deste ano, o Patrono Charles Kiefer que irá comemorar seus 50 anos durante o evento.





Até o dia 16 de novembro, amantes da arte da leitura, escritores, artistas culturais e a comunidade serão presenteados com a 54ª Feira do Livro de Porto Alegre. Este ano, o maior evento das letras contará com 167 expositores e livreiros. Com funcionamento das 13h às 21h, todos dos dias, o maior número de bancas será da área geral que contará com 122 estandes. Para esta edição, a área de alimentação também contou com modificações para melhor receber os visitantes.

Sempre com o objetivo de popularizar a leitura, a Feira do Livro traz esse ano oficinas de planejamento, publicação e cuidado com os livros. Além disso, em outras oficinas serão discutidos temas como o ano de 1968.

A programação completa da Feira do Livro deste ano pode ser encontrada no site
http://www.feiradolivro-poa.com.br

Thursday, October 30, 2008

Descontrole

Por Bruna Silveira





Já ultrapassamos as barreiras permitidas. De erros e acertos. A vida não termina aqui, renova-se a cada instante. Sentados em casa, vendo a programação preferida, menos erros se comente, menos chance de acerto também.
Num piscar de olhos o amor se foi, ao lado dele a nuvem negra da solidão, a cama vazia, a coberta amassada, as escovas de dente, as noites mal dormidas. Embora a insônia esteja presente por um tempo, é na solidão escura que vaga o pensar e não as mãos ansiosas por amar.
Dói estar só, dói se sentir só. Todos somos só. Todos somos um...
Assistir televisão em casa causa sim menos danos, à saúde psíquica, ao coração, que fica vazio. Assim como a cama.
Chega um tempo que errar não é mais aceito, ser feliz não significa presença física e sentir dor faz parte da caminhada terrena. Mas definitivamente, a acomodação contribui. Não contribui para vermos o mundo lá fora, as pessoas não conhecidas, os caminhos não percorridos, as praças floridas a chuva que molha e alivia.
A busca pela felicidade é interna, mas é na rua que ela se concretiza, é dando a cara a tapa. Mesmo sabendo que não há mais tempo para o erro.
O certo e o errado vai de cada um, o que não dá é para se corromper. Seja por amor, trabalho ou amizade. O saudável está em falta ou então, nos perdemos pelo caminho.

Wednesday, October 29, 2008

Machado de Assis, renovador e atual

Por Bruna Silveira









Cem anos depois da morte, o escritor brasileiro continua uma referência na literatura mundial.
















Lembrado como um dos maiores literatos do Brasil, Machado de Assis, advindo de família humilde, foi romancista, cronista e poeta. As ações rotineiras do homem eram sua maior inspiração. No ano de seu centenário de morte, o fundador da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras mostra-se, ainda, atual.

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Machadinho, como era conhecido por seus amigos, dividia a ânsia de escrever com o trabalho burocrático em um ministério, chegando em 1889 a diretor de Comércio.
Durante sua formação, Machadinho contou com o apoio de Madamme Gallot, proprietária de uma padaria. O forneiro do local lhe forneceu as primeiras lições de francês, tornando-se mais tarde, um poliglota. Assim, o literato, durante sua trajetória, traduziu obras do francês Victor Hugo e do norte-americano Edgar Allan Poe.
Machado de Assis, iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, aos 15 anos estreou na literatura com a publicação do poema Ela na revista Marmota Fluminense e, em seguida, tinha como amigo e admirador o romancista José de Alencar, principal escritor da época.
Como escritor de livros, sua primeira obra publicada foi uma reunião de poemas intitulado Crisálidas, no ano de 1864. Com a estabilidade financeira garantida pelo trabalho burocrático, Machado de Assis inicia seu período romancista em 1872. Porém, também é considerado hoje, além de um dos maiores homens da literatura do país, um escritor do realismo.
Utilizando-se de introspecção, humor e pessimismo com relação à essência humana e seu relacionamento com o mundo, Machado, segundo a professora Dileta Silva Martins, doutora em Letras, o escritor definiu-se como inovador não só na linguagem como na estrutura do romance. “Uma de suas qualidades era subverter a ordem narrativa como em Memórias Póstumas de Brás Cubas”, comenta. Dileta explica, também, que as cogitações filosóficas, o humor amargo, o tempo e a memória transformaram o romance do século XIX. “As personagens traduziram aquilo que em Machado foi classificado como o homem subterrâneo, buscando no recôndito do ser humano suas emoções e sentimentos”
Dileta Silveira Martins também destaca que o escritor alagoano trabalhou com a intertextualidade. “É um recurso muito utilizado por escritores que consiste em usar outro texto no seu próprio texto”, explica a doutora em Teoria Literária. “Machado se utiliza de passagens da Bíblia, dos escritores ingleses e franceses e até textos coloquiais como frases feitas. A intertextualidade pode ser de temas, de linguagem e de sentido”, conclui.
Por suas obras voltarem-se para problemas relacionados com o gosto da época, incluindo sua relação com os modelos lingüísticos, Machado apresentava em suas obras também o estilo do realismo visto em Quincas Borba, seguida de Dom Casmurro. Considerado pelo norte-americano Harold Bloom um dos 100 maiores gênios da literatura de todos os tempos, ele mescla em suas obras elegância e crueldade.
Machado de Assis, casado com Carolina Augusta Xavier Morais, teve nela sua maior inspiração. Carolina não lhe deu filhos. Dois anos antes de sua morte, o escritor perdeu a esposa. Sua vida ficou em preto e branco e fez declarações de que gostaria que ela lhe esperasse além tumulo. Neste período, escreveu seu último romance, Memorial de Aires, que conta o drama de um viúvo solitário. Com infecção intestinal e úlcera na língua, Machado de Assis vai pela ultima vez à Academia Brasileira de Letras no mês de agosto. Em 29 de setembro de 1908, morreu com a certeza do reconhecimento do público por sua literatura e suas críticas.
Considerado o maior expoente de todos os tempos da literatura nacional, Machado de Assis ganha, no ano de seu centenário de morte, uma programação especial na Academia Brasileira de Letras e, a Lei nº 11.522 que institui o ano de 2008 como o Ano Nacional de Machado de Assis. Além disso, já foi lançada a obra Toda a Poesia de Machado de Assis, pela editora Record. O livro organizado pelo professor universitário Cláudio Murilo Leal trará aos leitores toda a vertente da poesia machadiana. Serão quase 200 poemas não só dos livros publicados como também outros dispersos em jornais e publicações sob pseudônimo. Um funcionário burocrata que se mostrou genial.






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Ele o conheceu na biblioteca do avô

O estilo literário de Machado de Assis é estudado nas escolas de todo o Brasil e marca a vida de muitas pessoas, justamente pelo seu estilo realista. Mas, em alguns casos, a paixão por Machado de Assis nem sempre chega durante o período escolar. Henrique Perin, formando em jornalismo, deparou-se com as obras de Machado de Assis aos nove anos de idade.
Sem muita opção do que fazer durante as férias na casa dos avós no interior do Rio Grande do Sul, o refugio do pequeno Henrique eram os livros da biblioteca da casa, nem sempre em português. Dos raros de nossa língua nativa estavam Érico Veríssimo, Euclydes da Cunha, Monteiro Lobato e uma série completa de Machado de Assis, edição luxo do ano de 1957.
“Os livros de Machado me alucinavam pela forma como a qual Machado de Assis fluía a história”, lembra. “Memórias Póstumas, por exemplo, além de ser revolucionário para a época em que foi escrito, foi marcante pra mim, simples leitor de histórias em quadrinhos. A maneira como estão descritos os personagens. Nunca antes havia lido, em lugar algum, que uma mulher pudesse “ter olhos de cigana oblíqua e dissimulada, olhos de ressaca”, como em Dom Casmurro. “Aquilo para mim foi quase uma revelação, como quando uma pessoa recebe a “visão” de um anjo, ou lhe designa alguma tarefa”, explica.
Ao conversar com o avô sobra as histórias lidas, Henrique descobriu que Machado de Assis era jornalista e pensou ser este o seu caminho. “Com a ingenuidade que apenas uma criança de nove anos pode ter, pensei em seguir a carreira. Essa é, talvez, a mais antiga lembrança de como escolhi minha futura profissão. Queria ser igual ao Machado, escrever como ele, pensar do mesmo modo, enfim, algumas vezes emocionado com os livros” comenta. A idéia de Perin não era, como a da maioria das crianças, ser os personagens de histórias, e sim o criador deles. “Fantasiava ser o próprio escritor. Ter poderes sobre o destino, as emoções e sensações dos personagens. E como eram reais esses personagens!”, elucida o fã que quando criança facilmente enxergava os personagens de tão reais que lhe pareciam.
Porém, além dos romances realistas de Machado, Perin também estreitou laços com o jornalista Machado de Assis e tem em seu conceito o literato como um jornalista político. Para ele, Machado “sempre será encontrado debruçado sobre as enfastiadas atas da Câmara de Deputados, ou ouvindo os chatos e repetitivos discursos proclamados para as paredes, pelos deputados. Mas com certeza, assim como Balzac, na Comédia Humana, essas pessoas serviram de inspiração e molde na criação de seus personagens, assim como os costumes e características do Rio de Janeiro do século XiX, elucida.

*Do visível ao invisível – em busca da paz

Por Bruna Silveira




Quinta-feira, 1º de maio. Dia do trabalho. Quando muitos folgam, quem trabalha para a outra dimensão não pode deixar para depois. Às 15h, começava a sessão religiosa no Centro Espírita de Umbanda Nossa Senhora Aparecida. Localizada na rua Buarque de Macedo, a casa foi fundada em 1959 e tem sede própria.

Na frente, já se podia ver o burburinho de gente, sentada no jardim. Na entrada da casa de dois andares, havia um jardim com muitas flores, dois bancos e um gatinho, de verdade. Para fora do portão azul de ferro, mais pessoas se encontram, conversam, fumam e pensam. Dentro de poucos minutos, ali dentro da casa, poderão achar as soluções para o seu problema. No interior do recinto, a mesa da recepção, localizada à direita, contava com três pessoas para pegar a ficha. Atrás da mesa, um armário de madeira, com portas de vidro onde estavam guardados os livros. À direita da mesa, um quadro de Preto Velho. Na mesa de madeira do atendente Osmar, vestido todo de branco e com um colar de contas verdes claras, estavam as fichas de passe e de consulta, bem como um caderno aonde era feito os registros de entrada do público. O caderno de capa verde, pouco maior que o convencional, continha nome, endereço e o tipo de ajuda que a pessoa foi buscar.

Ainda no primeiro andar da casa, de frente para a mesa, havia uma parede que dividia os banheiros, masculino e feminino. E na parede fotos da corrente trabalhadora da casa. Ao fundo deste mesmo andar, localizava-se uma pequena livraria, uma fonte com luz e água e uma pequena lancheria. Ambas com pouco movimento, uma vez que o ponto principal do centro de umbanda ficava na parte superior da construção.

Subindo um lance de 20 degraus, estava o andar destinado para o atendimento. Dividido em duas partes, ao findar a escada, estavam bem dispostos nove bancos de madeira clara, cheios de gente. Na frente dos assentos havia uma divisão, como uma pequena grade de madeira, com entrada pelas laterais, cobertas com pano branco e flores. A parte de trás era o altar. Os trabalhadores da corrente já estavam presentes, todos vestidos de branco. Ao fundo do altar havia a imagem de uma cachoeira e em sua frente, no centro da pintura, uma cruz com colares de contas de diversas cores em volta das duas extremidades. Sob a pintura um quadro com os dizeres “Salve Jurema” e um pouco a direita, na mesma parede do fundo, um quadro com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que na umbanda tem o nome de Oxum.

Nas paredes, na parte interior do altar, havia abajures dispostos em luzes que são energizantes e contribuem com o trabalho. De ambos os lados, havia as cores lilás, azul, laranja claro, vermelho, amarelo e verde. Na entrada para o altar, a direita, localizava-se Olga, a ajudante e organizadora dos cultos. Sua função era de manter a ordem do lado de fora, para que as pessoas não falassem muito, e depois mediar o atendimento individual e as entradas no altar.

Às 14h50min, a corrente se formou em frente à cruz, em círculo. Com som ambiental e cheiros de insenso que lembravam o Oriente, de mãos dadas, os trabalhadores começaram a rezar e entoar cânticos ao povo de Aruanda, comunidade espiritual localizada na outra dimensão da vida. Um dos médiuns colocou-se à frente do público e leu uma mensagem sobre o amor a si e a confiança que cada um deve depositar em si, como fontes de vida que somos. Logo após, um a um dos médiuns foi incorporando e realizando passes – troca de energia – uns nos outros. Uma cerimônia limpa de se ver, sentia-se as energias do momento, e foi difícil muitos conterem a emoção. Após uma hora de saudação ao povo do oriente, foram abertos os trabalhos com estes seres. Olga explica que, geralmente o trabalho com as energias e seres do oriente visam a o equilíbrio da saúde. Naquele momento, mais de dez pessoas foram dispostas no altar, cada uma com um médium responsável, para receber atendimento ou fazer cirurgia astral.

O trabalho oriental durou cerca de uma hora. Logo após o encerramento, feito com todos os médiuns na frente da cruz, foi proferida uma oração de agradecimento às manifestações e ajudas concedidas, encerrando-se a primeira parte dos trabalhos daquela tarde.

Após breve intervalo, as 16h55min., mais da metade das mais de 40 pessoas que estavam no local, permaneciam em seus postos, atentas. Chegaria o grande momento, o trabalho com os pretos velhos. Com expectativas e agitação, o público que se misturava entre pessoas humildes e de classe, aguardava ansioso pelo momento com os seres mais queridos da dimensão astral. Os Pretos Velhos têm o dom de ajudar com amor, carinho e lindas palavras, afirmou uma senhora que estava ali desde as 13h30min.

Novamente, a corrente de médiuns reuniu-se em frente à cruz. Agora, mesmo dispostos em círculos não se deram as mãos, mas entoaram um canto alegre, canto de graças e louvor a este povo de Aruanda, aos pretos velhos, que trazem amor no coração. Não tem como não sentir novamente a energia. Parecia, inclusive, que ela tomava muito mais conta do ambiente do que os trabalhos anteriores. E em um rito de alegria e fé, um a um dos médiuns foram, mais uma vez incorporando, os homens e mulheres do amor, que voltaram, através do instrumento humano, da incorporação, para trazer graças e bem estar aos seus filhos.

Com um ritual mais rápido, após 10 min. os pretos e pretas velhas começam o trabalho. Dispostos em bancos com nomes, três dos médiuns realizam atendimento ao público e os outros 13 dão passes e passam a energia do amor e da sabedoria de preto velho.

Eu mesma tirei uma ficha para atendimento. Após esperar três pessoas, lá estava eu, de pés descalços, cara a cara com a Preta Manuela. De seus olhos e mãos saiam um amor imenso. No canto esquerdo do altar, sentada em seu banquinho, a preta acalmou meu coração. Me fez pensar na vida e me ofereceu caminhos para melhorar a qualidade dos meus dias. Com todo amor, o falando baixinho, sentia-se a energia boa e vibrante, as mãos consoladoras e, de verdade, o mal indo embora de minha vida. Após 15 min. de conversa, em que fiquei de joelhos na frente dela, em cima de uma toalha branquinha, a preta deixou seu recado de amor, e eu me fui.

Agora, só havia mais três pessoas para o atendimento. A sala estava calma, lá fora a noite já apontava os primeiros sinais. E o gatinho, estava ali, recebendo aquela chuva de bênçãos na casa de Nossa Senhora Aparecida.




*Perfil de Lugar

Sunday, October 26, 2008

Manter é avançar

Por Bruna Silveira







Mesmo com uma disputa baseada na agressão, Porto Alegre sabe manter o que está bom. Além disso, discursos fervorosos com ataques pessoais viraram passado.







Após o primeiro turno, o discurso mudou. Ao invés de se defender e apresentar proposta, a militância vermelha resolveu atacar. O resultado está nas urnas. Com mais de 10% de diferença, os eleitores de Porto Alegre decidem o que é melhor: manter o que dá resultado. Cara de raiva, mentiras e abusos não colam mais, ao menos aqui na Capital do Rio Grande do Sul.
Com crescimento de mais de 5% do primeiro turno, o prefeito José Fogaça reafirmou a solidez não só de sua campanha, mas também de suas propostas. Com dificuldade de quebrar esta base firme, a oposição tentou atacar o quanto pôde, porém, o resultado está nas urnas oficiais e não mais em pesquisas de boca-de-urna.
De nada adianta o discurso de união e cara de poucos amigos, após a perda de uma eleição. O que deve ser percebido é que não cola mais o obscuro vermelho que agride os olhos da democracia e fere a liberdade de expressão.
Chegou a hora de mudar e nem sempre, para isso, é preciso alternar pessoas no poder. Ao menos em alguns casos.

Friday, October 24, 2008

A segundona é TOP

Por Bruna Silveira



Para muitos, a corrida chega ao final, para outros a vitória garante mais quatro.



No futebol, quem está na segundona, está em baixa. Na política, cair para o segundo significa chance de vitória. Mas a que preço? De mentiras? Da compra de votos? De profanar em debates, propagandas eleitorais na TV e no rádio “falsas verdades” e assédio moral?
O momento requer calma, avaliação e sangue frio para agüentar o que se vê por ai. Que não existem políticos totalmente isentos de qualquer suspeita, claro que não existe, mas tentar burlar a ética para somar votos nas urnas é muito, é demais, é ultrapassado. Poderia dizer que violenta a capacidade de liberdade de pensamento e expressão do ser humano. Vale tudo por um cargo? O amor por um cidade se resume a isso? A ataques desonestos, mídia em cima da imagem dos outros, opressão, cabresto? (será que voltaríamos aos votos de cabresto? Ou eles nunca desapareceram?)
Há quem se adapte a este jeito de governar vermelho, há quem não...
A verdade nunca é absoluta, mas a mentira descara me faz pensar: todo político pensa que o povo é otário? Deus, aonde essa zorra vai parar? Às vezes, isso me faz acreditar que o que é sério no Brasil é o carnaval!
Não vale tudo pelo poder. Sim por que não venham me dizer que a briga é pelo melhor para a população! Se assim fosse, os candidatos deveriam, no mínio, apresentar suas propostas e não atacar adversários.
É fácil falar de quem faz, difícil é apontar soluções e esperar que o povo decida sozinho, o que é melhor. Mais difícil ainda é estar lá e fazer.
Chega uma hora que mais de uma década basta e que 36 meses apresentam mais resultados do que se imagina...
Dia 26 é dia da liberdade, de escolher o melhor, sem se vender, sem se corromper e nem estagnar e muito menos, retroceder. Já basta o resultado nacional.

De Família




Por Bruna Silveira








Memórias de infância sempre fazem bem. Misturadas à gastronomia, nem se fala, é sem tradução o gosto mágico da auróra da vida.








Desde que me entendo por gente, minha mãe prepara pizza com massa de pastel. Sim, é verdade. Basta ter uma frigideira pequena, colocar a massa de pastel – média – o molho de tomate e o recheio... Isso fica por conta do “pizzaiolo”.
As minhas sempre são de queijo, muito queijo. Muzzarela, gorgonzola, parmesão... enfim.. Muito óleo de oliva e muito, bastante mesmo, orégano.
Agora, com a modernidade, algumas marcas inventaram a massa de pizza de frigideira. Dá na mesma, mas com certeza, as que fazemos aqui em casa tem um sabor de infância e praia. Para mim, com a massa de pastel é até melhor! Uma gostosura!
Toda vez que fazemos a pizza, lembro da nossa cozinha de casa de praia. Eu ali, sentadinha, esperando meu pratinho. Como era bom sentar e ver a mãe fazer esse simples lanche, que era uma “mega” refeição! Agora, os papéis inverteram, eu faço, meus pais esperam e sou sempre a última a comer.
Mas vale a pena o retorno! E como!

Friday, October 10, 2008

Noites com Caco...

Por Bruna Silveira








Misto de paixão por ler um ídolo e pavor ao se deparar com uma realidade. Atitudes que há bem pouco tempo estavam na nossa cara. Ou será que ainda estão?






O Caco é o Caco... Barcelos. Um dos melhores jornalistas que o Brasil já teve. Apaixonado confesso pela profissão de jornalista, “o mestre” estudou na mesma faculdade que hoje curso jornalismo. Um dia, talvez, eu seja como ele. Nos últimos 15 dias, passei todas as noites com ele. Bem, não exatamente COM ele, mas com o Rota 66, um grande livro reportagem. Sentimentos estranhos me assolavam a alma. Ao mesmo tempo que estava excitadíssima por sorver todo o conhecimento do cara, estava abobalhada em saber que eu não estava lendo mais um livro de ficção.
Se não fosse da autoria de quem é, ao ler a obra, com certeza eu pensaria que estava lendo um livro de terror sobre a polícia brasileira. Como assim perseguir e matar pessoas só por vontade de matar?
Aquela Veraneio cinza me dava nos nervos. Definitivamente estava impossível viver nas décadas de 60 e 70 e ainda até meados dos anos 90. Como se não bastasse a ditadura, a repressão, a miséria, os matadores não tinham o mínimo escrúpulo. Fico a pensar: será que estes animais ainda estão vivos? É melhor eu não citar o que me veio em mente agora...
As mascaras caíram na época de sua publicação, em 1992, e Caco foi viver um tempo fora do país. Claro, a polícia “inocente” o ameaçou, digamos assim. Homem íntegro, grande profissional, Caco não se intimidou e hoje, sua obra pode ser comparada com muitos livros reportagens como “A Sangue Frio” de Truman Capote.
Vale muito a pena à leitura, não por ser somente um retrato da barbárie brasileira da época, mas para aprender a ser um profissional honesto. Passei noites entre a angustia e o conhecimento.

Thursday, September 11, 2008

Quando chove: medo ou raiva?

Por Bruna Silveira
Em dias de chuva as pessoas ficam alucinadas na rua, ou será somente uma impressão errada dos meus olhos?
Basta uma gota, para os transeuntes saírem se batendo na rua, chocando sombrinhas, deixando cair coisas... Tem, ainda, aquelas que nem de casa querem sair, como se chuva fosse derreter alguém! Depende do ponto de vista, concordo.
Tá certo que raios e trovoadas dá um “medinho”, ainda mais quando a gente não espera. E isso me faz lembrar um “causo” que vivi lá no Alegrete/RS.
Era maio de 1995, em minha primeira ida a fronteira, a chuva foi nossa companheira de estrada, minha e de meu pai. De parceria de cinco horas de chão, ela conseguiu se tornar minha inimiga. O primeiro pé que botei para fora do carro, um gol branco, dos modelos antigos, ela, a chuva, não deu trégua. Mais dois passos, meu pai grita: “corre para não te molhar”. Como uma filha obediente, na época, sair correndo para não me molhar... consegui ficar pior, pois em grama molhada, ou melhor encharcada, só corre quem sabe!
Além de ensopada, agora estava deitada no pasto verde de Alegrete e, como ficou feliz meu pai. Não era nele que doía. E ainda dizia, muito feliz “beijou o chão da tua família!” Sim, meu pai é de Alegrete, assim como meus avós paternos e meus tios, enfim... Mais fácil dizer toda minha família por parte de pai, como se diz por lá.
Beijei o chão não, fui empurrada à lona! Mas, nada que ficar no quarto do Hotel Aires, o melhor da cidade, não me fizesse recobrar o ânimo e o apetite após passar a dor insuportável que sentia, resultado do tombo, claro!
Meia hora de cama e tv e eu estava pronta para outra, porque não, dar uma olhadinha pela janela, ver os campos da campanha? Péssima idéia! A chuva, que ainda não tinha dado trégua, estava mais e mais forte e pensei eu, como é diferente a chuva por aqui... Até, de tanto dar fé na chuva, vi cair um raio, no meio da rua, na frente da minha janela – na minha frente! Confesso, isso não é nada bom de ver, nada mesmo! Sendo assim, como boa neurótica, odeio quando relampeja, odeio mesmo! Mas não é por isso que fico em casa olhando através de vidros molhados, a vida se ganha fora do conforto.
Acabado este pequeno conto, que de fadas não tem nada, afinal, em minha ida ao Alegrete, esse foi só “o primeiro contratempo que tive”. Porém deixo claro: amo, sem explicar como, aquela cidade. Amo de verdade o Alegrete, talvez coisas do sangue, a certeza de saber que ali é o berço da minha família, a origem de tudo. Penso em até morar lá um dia... sério mesmo!
Retomando então, mais uma vez. Além de as pessoas parecerem receosas nas ruas, sim, pois ainda tem as bolsas d’água que se formam perto do meio fio e molha o pessoal da calçada, tem o caos no trânsito. E dou a dica, quem tem medo mesmo dos dias de chuva, não deve pegar o carro.
As vias públicas já estão um caos, mesmo sem chuva, depois das 18h, em menos de uma hora ninguém chega em lugar nenhum, nenhum mesmo! É preciso paciência, não só com os outros motoristas, mas com os buracos cheios de água e sim, o maior entrave de todos: as carroças!
É infernal! Infernal mesmo! Um pingo de chuva causa um transtorno gigantesco no transito, principalmente no final do dia, imagine, com uma carroça na mesma pista em que você está? Tira qualquer pessoa do sério, com certeza. Ontem (10/09), levei 35 minutos em um trecho da avenida Azenha (Porto Alegre), que levo, na verdade, cinco minutos, nem isso. Mas o que tinha na minha frente? Ela, a carroça! Atolada de sacolas, inclusive fora do suporte, algo que pensei estar proibido por lei.
Não é a carroça que me irrita e, não me fazendo de arrogante, sim os carroceiros. Além do excesso de “bagagem”, e de eles não pagarem um real para transitar – e nós os bobos da corte, ao renovarmos a certeira de motorista, precisamos fazer aulas de reciclagem e pagar, obvio, e mais, quem não precisa de aulinhas e provas, como foi meu caso, paga, no mínimo, R$ 78,00, vamos combinar, pura falta de vergonha na cara. Carroceiros também não fazem idéia das leis do transito, e o que é pior, nem da vida. Maltratam aquele que ajuda como pode, no carregamento de pessoas e seja mais o que for que se coloca em uma carroça. Eles maltratam os cavalos. Acho que o pior de tudo é ver os pobres bichinhos tomando chicoteada molhados, com ferraduras mal colocadas que machucam seus cascos. A fome também deve fazer parte da realidade deles.
Quando comecei este texto, era para falar do medo da chuva. De como as pessoas entram em pânico ao pensar que algo pode acontecer por causa das pistas molhadas ou de possíveis rajadas de vento. Mas, não teve como não falar dos cavalos na chuva, no transtorno que os seus donos fazem nas ruas e no maltrato com que cuidam destes seres que só estão ali para ajudar. Mesmo com todos os meus percalços por Alegrete, não vi nada, nada parecido, e sim, amor pelos animais, que estão ai para contribuir.